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segunda-feira, 29 de março de 2010

Enquanto se espera

Ainda reina uma grande indefinição
O Ibovespa encerrou o último dia da semana sem sentir novamente o gosto dos 70.000 pontos. Está perto. Encerrou a sexta feira em 68.682 pontos. No acumulado da semana, desvalorizou de 0,21%.
A moeda norte-americana valorizou-se. Ganhou 1,05% em relação à moeda nacional, cotada a R$1,8260. Explicações são sempre encontradas no mercado internacional.
O Plano de ajuda à Grécia, apoiado na ação conjunta da União Européia e do FMI, agradou aos investidores americanos e desagradou aos europeus. Também a Confiança do Consumidor, em Michigan, apareceu como uma informação bastante alentadora uma vez que superou todas as expectativas, alcançando 73,6 pontos em março.
Como nem tudo são flores, ao promover a última revisão do PIB dos Estados Unidos do 4º trimestre do ano passado, chegou-se a 5,6% de crescimento. Isso soou no mercado como frustrante. Na verdade, o número é bom. Analistas, contudo, esperavam mais.
Na Europa, parece que o mercado resolveu embolsar seus ganhos e resolveu fazer um dia de realizações. Os principais mercados na Ásia também gostaram do Plano de ajuda a Grécia.
Em outras palavras, foi uma semana de espera e de indefinições. Esperam-se notícias sobre a recuperação. Sinceramente, está mais fácil de acontecer o contrário. Particularmente, espero pelos efeitos de uma possível valorização do yuan e de uma alta dos juros na China. Espero ainda pelas novas explosões das bombas-relógio montadas nos países bálticos e no leste da Europa. Espero, por fim, as medidas de combate ao forte endividamento nas principais economias da UE. Vai sobrar para todo mundo. O dólar pode se valorizar mais fortemente. Sobretudo, se vierem notícias positivas sobre a aguardada recuperação do emprego e dos gastos nos Estados Unidos.
No Brasil foi publicada a sondagem industrial de fevereiro, que indicou estabilidade, aos 50,8 pontos da produção frente ao mês anterior. Isso também é bom.
Sugiro observarmos no Brasil, nessa semana, o comportamento da inflação. Sai o IGP-M da FGV. Sai também a Balança Comercial de março. Pode haver melhoras com o início da exportação da safra desse ano de grãos. O desempenho da indústria estará sendo relatado pela pesquisa industrial mensal do IBGE e pelos indicadores industriais da FIESP. A maior expectativa, entretanto, está na publicação da Nota de política fiscal do BACEN. Vou postar alguns vídeos sobre os cortes no Orçamento para esse ano. Parece que a coisa é realmente séria. O governo, em ano eleitoral surpeende com a austeridade que anuncia.
Do front norte-americano podem vir boas novas, com a divulgação dos índices de rendimento e gastos pessoais e da variação da folha de pagamentos de março. A expectativa é otimista e acho que pode se realizar. Seria um novo alento aos mercados. Aguardam-se também pelos dados do mercado de trabalho e do mercado imobiliário. Aqui penso que as novidades não serão tão boas. Não há sinais evidentes que possam construir expectativas melhores nesses dois mercados.

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