Para entender a fragilidade econômica dos sites de informações na web
O estudo conduzido pelo Pew Research Center insiste em que "é possível explicar o resultado de uma sondagem, na qual 72% dos americanos estima que as fontes de informação postas a sua disposição são baseadas em coberturas sobre atualidades”.
Na web, os sites de mídias tradicionais geram 67% do tráfego dos 200 sites de informação mais visitados, conforme os dados do Instituto Nielsen NetRating citado no relatório. Os 13% restantes vem de conteúdistas, como o Google Notícias e dos sites de informação dos chamados de “players puros”, ou seja, aqueles que freqüentam apenas a internet e nenhuma outra mídia. As novas mídias são dependentes dos velhos suportes: 80% das consultas aos blogs ou às redes sociais visitadas decorre de estímulos realizados pelas mídias tradicionais americanas.
Trata-se, portanto, de um esforço coletivo da imprensa em migrar seus próprios clientes para sites pertencentes à sua própria organização, antes que alguém o faça. No Brasil, o caso mais evidente é o do grupo da Globo com seus diversos sites. TV’s, rádios e jornais remetem seus ouvintes para os sites, transformando suas audiências em internautas. A estratégia poderia identificar-se com a de “põe a coroa sobre tua cabeça, antes que algum aventureiro lance mão dela”.
Os autores do relatório ainda manifestam suas preocupações com as conseqüências dessa revolução no tratamento das informações. “A tecnologia digital enfatiza a urgência. As redações priorizam a difusão cada vez mais rápida das informações e a maior alimentação das plataformas desses sites. O tempo dedicado à disseminação é bem maior do que o tempo aplicado à busca e à coleta das informações, produzindo a tendência em tornar o jornalista mais reativo e menos crítico e reflexivo". Essa transformação beneficiará o comunicador que poderá ver sua notícia reproduzida muito mais facilmente pela imprensa, embora desacompanhadas das críticas e reflexões características de outras mídias.
O que se observa, portanto, não é só a inexistência de um modelo de negócios. A proposta comprometida apenas com a quantidade e a velocidade do fluxo de informações não parece sustentável. Falta, sem dúvida, um modelo de gestão, mas não há gestão que se suporte sem um posicionamento estratégico adequado à natureza dos mercados.
No próximo mês estaremos discutindo esse assunto com os homens de negócios desse setor na FIA/FEA/USP. Vou informá-los sobre data e horário proximamente.
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