Crise chega antes a crédito e exortações
Veículo: Jornal da Tarde -
Data: 6 de agosto de 2011
Jornalista: LUCIELE VELLUTO
A crise internacional nos
Estados Unidos e na União Europeia já dá sinais que não deve deixar o Brasil
ileso. Esta semana, a Bovespa acumulou uma queda de 10% por causa das notícias
de uma possível recessão dos países que integram a zona do euro. Foi o maior
recuo semanal desde 2008.
Com a possibilidade de a
situação se agravar, as exportações e o crédito podem ser os primeiros setores
a serem atingidos por aqui.
A crise na Europa começou com
o aumento do endividamento público de vários países. Na tentativa de aquecer a
economia, os governos gastaram mais do que arrecadam e, com isso, se tornaram
deficitários.
Para alguns, como Grécia,
Irlanda e Portugal, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional
(FMI) já fizeram repasses de recursos, além de exigir uma política de corte de
gastos públicos.
No entanto, Itália e Espanha
também enfrentam sérios problemas econômicos, como alto endividamento e
desemprego. E os rumores que afetaram as bolsas de todo mundo é que o fundo de
e 440 bilhões criado pela União Europeia não seria suficiente para socorrer
esses países e que se não houver aperto fiscal, a única saída seria o calote.
“Adiante teremos problemas
sérios a serem resolvidos. Do lado dos credores, ninguém perdoa dívida. E os
governos que gastaram descontroladamente terão que renegociar a dívida, o que
também leva a economia mundial a um momento de tensão. Será uma saída dolorosa
de qualquer maneira”, afirma David Heidorn Cardoso Dantas, professor de
economia da Universidade Metodista.
O professor de economia do
Insper e sócio da Tendências Consultoria, Juan Jensen, explica que se a crise
europeia se agravar, um dos primeiros setores brasileiros a serem afetados será
o de crédito. “Os recursos para serem emprestados aqui vêm de fora. Com a crise
do sistema financeiro será mais difícil ter esses recursos e emprestar para o
consumidor no Brasil”, explica.
Quanto às exportações, a queda
das vendas das empresas brasileiras para outros países por causa de uma crise
econômica pode agravar ainda mais os problemas que esse setor vem enfrentando
com o câmbio desvalorizado.
“Caso haja corte de vagas no
setor exportador, as taxas de desemprego no Brasil poderão ser afetadas”,
avalia o professor de estudos de mercado da Fundação Instituto de
Administração, Celso Grisi.
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