O passado não pode ser esquecido
ao se projetar o futuro
Nos Estados Unidos, os investidores também fizeram jus a sua
reputação de Triple A. Deixaram de lado o rebaixamento de suas notas de risco e
os limites de endividamento. Fecharam a semana em alta. Na semana acumularam
quedas, mas esse é um outro problema. Os mercados nesse país parecem colocar
quebras, naufrágios e catástrofe no passado. Tudo é transformado em história muito rapidamente.
Basta um discurso do presidente e tudo se refaz.
A lógica é curiosa. A mera notícia de que os europeus tomarão
medidas para restringir as vendas de
ações a descoberto lançou os olhos do mercado para o futuro. Pode?
Parece poder. A publicação de alguns números deu fundamentos
mais técnicos a essa alta. Com isso, os investidores não foram impactados pela forte
queda na confiança do consumidor.
As vendas no varejo
estiveram em alta de 0,5% em julho, alcançando US$ 390,42 bilhões. Esse
resultado foi interpretado como um início de recuperação do consumo naquele
país. Convém lembrar que foi só 0,5% e que isso pode ser apenas pontual, pois não existe
qualquer série histórica para lhe dar sustentação e transformar todo o resto em
passado.
Num corte transversal, entretanto, outras notícias são alvissareiras.
Os estoques das empresas cresceram 0,3% em junho, e o faturamento das empresas também.
Aumentou 0,4% no mesmo mês. Ainda assim, nada é passado. Ao contrário, tudo
desenha um futuro nada parecido com um triple A. Melhor seria encarar a realidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário