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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Durma-se com um barulho desses.

De tudo que se possa pensar, a recessão norte-americana parece certa.
O Departamento do Comércio aponta que a balança comercial dos Estados Unidos apresentou um déficit de US$ 53,1 bilhões, em junho.
Foram US$ 223,9 bilhões em importações e apenas US$ 170,9 bilhões em exportações. Em maio, o déficit registrado era de US$ 50,8 bilhões. Importações e exportações, no mês de junho, foram inferiores, em valor, às realizadas no mês anterior, sugerindo a redução do  nível de atividade econômica no mês de junho.
Os  estoques de petróleo recuaram 5,2 milhões barris na semana encerrada no dia 05 de agosto de 2011, em relação à semana. A produção foi menor, segundo informou o  Departamento de Energia dos EUA.
O número dos novos pedidos de empréstimos hipotecários caiu 21,7% na semana de 5 de agosto de 2011, em relação à semana anterior, enquanto os estoques no atacado cresceram 0,6% no mês de junho, comparado ao mês de maio.
A revisão para baixo do PIB do primeiro trimestre e o anúncio do decepcionante PIB do segundo mostram uma economia norte-americana combalida. Se alguém não tivesse percebido, Deputados e Senadores mandaram seus recados e semearam o pânico nos mercados.

Na contra mão, os novos pedidos de auxílio-desemprego caíram na semana encerrada 06 de agosto, face à semana anterior. Foram sete mil pedidos a menos. Por essa ninguém esperava e também ninguém encontrou a causa.
Também ninguém esperava pelo ajuste de ontem nas bolsas mundiais. Depois das quedas anteriores, os preços dos ativos se recuperam na mesma intensidade. Alguém ensaiou ter encontrado a causa: ajustes de posições no mercado financeiro. Só pode ser brincadeira. Seria mais sensato buscar por palavras com algum conteúdo.
Com o PIB decepcionante, instabilidade política e déficits gêmeos tão grandes os Estados Unidos está mesmo fora de combate. A União Europeia vai ter que dar conta de suas impagáveis dívidas soberanas sozinha. O crescimento mundial está, portanto, comprometido. E vem alguém explicar essa alta sob a expressão “ajustes de posições”?
Vamos encarar os fatos. A recessão é uma certeza. Não há motivos para tantas euforias. Nem para tanta depressão dos espíritos econômicos.
Bastaram a retomada das discussões dos órgãos franceses e italianos sobre a suspensão da venda de ações, a descoberto, o anúncio, nos Estados Unidos de dados sobre a redução dos pedidos de auxílio desemprego e as declarações de ministros da França e da Itália dando conta da ausência de riscos fiscais ou de seus sistemas financeiros para todos se animarem.
O paradoxo do medo volta a presidir as decisões: o medo encoraja os investidores a assumir os riscos dos mercados, porque simples declarações os tornam seguros e prósperos. E tudo recomeça, com ímpeto renovado, esquecida a recessão como realidade inexorável.

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