Nem o Fed acredita em recuperação
no
curto prazo
A economia
norte-americana continua a não responder aos estímulos de crescimento,
por meio dos planos de expansão da liquidez. O mercado de trabalho continua
muito fraco e os dados sobre o PIB, após revisão, apontam para um ritmo
sofrível de atividade econômica.
Essas
conclusões, detalhadas na ata da reunião do dia 9/8, mais parecem preparar o
ambiente de negócios norte-americano para a introdução de uma nova orientação econômica
em relação à crise atual.
O Comitê
Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed) deve trazer novidades em
relação a eventuais investimentos públicos, tendo em vista a criação de novas
vagas de emprego. Também deve dar apoio decisivo às intenções de Bernanke de
não mexer nas taxas de juros dos Estados Unidos.
O
documento ainda insistiu em vulnerabilidades da economia a choques adversos,
sem definir o que significa essa expressão assustadora “choques adversos”, mas
deixou claro que o comportamento do PIB deve ser paulatino e suportado pelas
baixas taxas de juros. Portanto, a taxa de desemprego vai manter-se em
patamares elevados durante o próximo ano.
Em relação
ao mercado de trabalho, o próprio Fed admitiu que a taxa de desemprego permanecerá em
níveis elevados, até no final de 2012.
O
documento coloca uma pá de cal nas crenças sobre eventuais recuperações. Semeia
um clima muito desanimador e leva tanto empresários como consumidores a aprofundar
suas estratégias defensivas. O consumo deverão retrair-se e as compras e estoques
industriais tendem a ser ainda mais modestos.
Tudo isso
em meio a novas pressões altistas sobre os preços aas consumidores e sobre as commodities,
que contribuirão para a redução da renda real da população do país.
Só não é
possível crer que essa ata, com o teor pessimista de que é portadora, não
inspire novas ações do governo central. Dá a entender que as autoridades
econômicas já estaria resignadas com cenário recessivo.
Pessoalmente entendo que seja possível esperar
pela apresentação de um plano de recuperação econômica, cujo principal elemento
de sustentação seja a ampliação dos investimentos públicos, apoiado no conceito
de “estado indutor”.
Vamos aguardar e conferir.