Banner

Translate

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Diazinho ruim

Minhas contas, eu pago!
Ontem o mercado definitivamente não estava otimista. Parece que as declarações presidenciais em Davos não surtiram os efeitos esperados. Mais empolgante foi ouvir os pronunciamentos em Lisboa, dando conta de uma inusitada disposição em pagar pessoalmente as despesas realizadas em restaurantes portugueses.
Para piorar o INCC-M veio apontando alta de 0,70% no setor da construção civil, no mês de janeiro. Em dezembro, a inflação setorial havia sido de apenas 0,22%. Com isso, o volume girado na bolsa foi de apenas R$ 5,2 bilhões. Um movimento fraco que limita a bolsa aos seus 47 mil pontos e mostra que a disposição de investidores nacionais e internacionais é a de ver crescimento alto e inflação baixa e não a de assistir aos espetáculos retóricos, de conteúdos duvidosos.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Festa alemã

AAA.
Mantida a gargalhada germânica.
A Fitch manteve o Triple A da Alemanha e ainda sinalizou com perspectiva estável. Enquanto a Zona do Euro ainda sofre com os problemas de uma difícil recuperação, o presidente do Banco da Inglaterra manifestou sua preocupação com a taxa de juros, em fevereiro.
A taxa de desemprego, segundo ele tem apresentado um comportamento surpreendente, caindo em velocidade maior do que a esperada. Na semana passada, a manifestação da gerente geral do FMI tinha registrado preocupação com a inflação abaixo da meta, no resto da União Europeia.
Sinais divergentes são comuns nas observações de dados econômicos. É preciso considerar que na Zona do Euro as análises trabalham com a média de um grande número de países, cujos desempenhos têm sido bastante heterogêneos.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Confiança e investimentos

Com inflação alta, investimentos
ficam baixos
Foi a inflação de dezembro que assustou o Banco Central. Agora chega o IPC da FIPE, referente à segunda quadrissemana de janeiro, na cidade de São Paulo, com avanço de 0,83%.
O Boletim Focus, para piorar, também elevou suas projeções para 2014. O IPCA está projetado para 6,01% e a Selic para 10,75%.
Desse modo, é de se esperar por novas quedas nos níveis de confiança dos empresários e, novamente, por baixos níveis de investimentos.
Fomos longe demais com a nova matriz macroeconômica.

China cresce além das projeções

Crescimento é bom, mas causa
frustração aos agentes
Esperava-se que a China apresentasse um desempenho sofrível em 2013 e que isso pudesse dar causa a um retrocesso nos movimentos de recuperação econômica de todo o mundo. Não foi o que aconteceu. O crescimento do país alcançou 7,7%. Esse resultado fica acima das projeções, embora os dados econômicos apresentados nos últimos meses dessem margem a especulações sobre um crescimento de até 8,0%. O otimismo exacerbado levava em consideração o aumento dos investimentos, o crescimento da produção industrial e a ampliação das vendas no varejo dos últimos meses. Somou-se a isso o anúncio da criação de uma zona de comércio aberto em Xangai. Uma região, dentro de território chinês, de livre comércio, considerada como uma inequívoca manifestação do reformismo do atual governo. Mesmo sem fornecer detalhes sobre seus planos para liberalizar regulações sobre as finanças do governo, investimentos e comércio na nova área, a imaginação de investidores e demais agentes voaram alto. Bastou dizer que a zona de livre comércio cobriria uma área de cerca de 29 quilômetros quadrados ao leste de Xangai e que já estava aprovada pelo Conselho de Estado da China, para que as expectativas sobre o crescimento chinês aumentassem. Com isso o PIB de 7,7% pareceu medíocre, quando deveria ser comemorado. Afinal, para 2014 já se pode esperar por alguns sinais desenvolvimentistas das medidas tomadas há poucos messe. As reformas podem, de fato, acelerar em alguma medida o crescimento da China nesse primeiro instante, contudo, seus maiores efeitos devem se dar em prazos mais longos. Enquanto quanto isso, é a recuperação mundial quem vai dar a maior contribuição à aceleração da economia nesse ano.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Consulta Pública no momento impróprio

Incoerência no regramento do comércio mundial
Trata-se de uma história que já não é mais tão interessante e nem mais tão recente. O Brasil ganhou o panel sobre algodão dos Estados Unidos, conforme o entendimento do órgão recursal da OMC.
Como as forças políticas do sul dos Estados Unidos não permitiram que as recomendações da OMC para por fim aos subsídios aos algodoeiros daquele país, os Estados Unidos resolveram pagar ao Brasil um montante milionário, que, no fundo, subsidia o algodão brasileiro. A oferta excessiva dos dois países derrubou os preços internacionais da commodity, prejudicando claramente os demais países pobres, que produzem essa matéria prima. Como regra de comércio, a solução engendrada pelos norte-americanos e aceita pelo Brasil, foi desastrosa. Agora, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior decidiu reabrir procedimento de Consulta Pública sobre a possibilidade de adoção de medidas de retaliação em propriedade intelectual pelo Brasil contra os Estados Unidos. Isso já havia sido ventilado no passado pelo próprio órgão recursal, antes da solução estabanada em que se meteram os dois países. Não deu certo por razões óbvias. Corresponde a pedir à indústria farmacêutica americana que pague pelas estripulias dos cotonicultores do sul do país. Já se fala em mais de 20 propostas encaminhadas à CAMEX, objetivando punir requerentes, titulares ou licenciados de direitos de propriedade intelectual, pessoas naturais nacionais dos EUA ou nele domiciliadas, ou ainda pessoas jurídicas domiciliadas ou com estabelecimento naquele país. O quiproquó está montado e os Estados Unidos estão de saia justa. Isso acontece no momento em que o Brasil pretende integrar o acordo dos Estados Unidos com a União Europeia.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O Banco Central de saia justa

Cambio em alta, descontrole fiscal
e nível de emprego vão
pressionar a Selic
Controlar a inflação não é fácil quando a economia está indexada. No caso brasileiro, além das pressões que a cultura da indexação promove sobre os preços, o desmando fiscal e o efeito das sucessivas valorizações do dólar tonam a inflação um problema crônico.
Resta apenas subir os juros como elemento de conteção dos preços.
A inflação de dezembro voltou a acelerar e com uma piora significativa de seu índice de dispersão, nos últimos meses.
Não resta alternativa à autoridade monetária brasileira que, resignadamente, deverá subir hoje mais uma vez a taxa básica da economia brasileira.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Preocupações de início de ano

O baixo crescimento se mantém.
A inflação também.
A divulgação do IBGE da produção industrial de novembro não traz otimismo. Manteve-se no campo dos números negativos: -0,2% em relação ao mês anterior.
Por outro lado, O índice de preços ao consumidor semanal da
FGV veio com alta de 0,73% na primeira quadrissemana de janeiro. No mesmo sentido, o índice geral de preços – Disponibilidade interna, de dezembro também acelerou 0,69% em dezembro, face ao mês anterior.
Finalmente, o fluxo cambial fechou o mês de dezembro negativo em nada menos de US$8,8 bilhões. Em 2013, o fluxo cambial acumulou o resultado negativo de US$12,3 bilhões.

O quadro geral aponta baixo crescimento da economia, acompanhado de alta inflação e rápida deterioração da política cambial. Trata-se apenas de reconhecer a falência da nova matriz macroeconômica, mesmo que em ano eleitoral. 

Aversão a risco

A questão fiscal compromete
a aversão a risco
Agora se descobre que o governo atrasou pagamentos para produzir o superávit fiscal anunciado. Nada desmoraliza mais o país diante dos investidores internacionais do que as manobras contábeis que visam ludibriar as avaliações dos analistas. Sobre isso, duas palavras devem ser ditas. A primeira é que o engodo não prospera pela primariedade das ações realizadas como objetivo de camuflar o fracasso fiscal. A segunda refere-se à perda da confiança a que se lançou o país, exatamente em momento decisivo às decisões de investimentos na área de infraestrutura.
Vivemos, no mundo, um cenário financeiro de reavaliação das alocações de recursos em mercados emergentes, sobretudo pelas cogitações sobre decisões norte-americanas de retirar incentivos à recuperação econômica e sobre uma possível alta de juros naquele país. A desvalorização do real é tida como certa, nessa hipótese.
Investidores enxergam nisso o aumento do risco-Brasil, pelo despreparo fiscal em que o país se encontra e pela inflação que insiste em se manter em patamares muito maiores que os desejáveis. O ceticismo dos agentes deve se acentuar nos próximos dias, justificando a convicção de que o Brasil sofrerá em futuro próximo um rebaixamento de sua nota de classificação de risco.
No momento o rating brasileiro está em “BBB”. Entretanto, a redução do superávit primário, a perda da credibilidade, o baixo crescimento, a redução da transparência em relação números crescentes da dívida bruta deixam claro que o mercado já precifica a política fiscal e vê como certo o rebaixamento do rating de nosso país.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Missão impossível

Governo precipitou-se na tentativa de iludir
Numa iniciativa psiquiátrica, o governo federal anunciou o superávit primário de 2013: R$ 73 bilhões. A intenção era acalmar os nervosinhos.
Por ter sido obtido através das chamadas despesas extraordinárias, que podem não se repetir em exercícios futuros, o anúncio produziu reação contrária. Os nervosinhos ficaram ainda mais nervosos com a postura distante da boa técnica contábil.
A verdade é que estados e municípios deveriam ter economizados juntos R$ 47,8 bilhões e, de fato, atingiram pouco mais de R$ 20 bilhões.
O desmando corre solto na área econômica, à base de critérios políticos que reduzem a confiança do empresariado, afugenta capitais estrangeiros e leiloa a preços risíveis o patrimônio nacional. Tudo para fazer caixa e suportar a gastança desajuizada de um projeto político inconsequente.