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sábado, 24 de junho de 2017

Não precisava acontecer

Tudo começou com a operação carne fraca 
O aparecimento de abscessos na carne "in natura" exportada do Brasil para os Estados Unidos é a prova mais cabal de que o gado brasileiro é vacinado e, portanto, livre de doenças que pudessem prejudicar a saúde humana.
A vacinação pode sim causar esses abscessos em função das práticas utilizadas durante a aplicação das vacinas. O fato é que essas pequenas lesões são desprovidas de consequências para o consumo e atestam o procedimento preventivo. Apenas a aparência da carne é que padece de sua beleza bruta e natural.
A suspensão da importação norte-americana parece estar relacionada a uma conduta mais geral, alinhada à perspectiva econômica do presidente Trump, que claramente quer proteger o país de importações de seus concorrentes. O protecionismo, nesse caso, busca proteger produtores e industriais de carne bovina, garantindo um maior nível de emprego no país e o crescimento da renda de sua população.
Sem entrar em discussões teóricas, a opção pelo protecionismo é, no médio prazo, autofágica. Punirá o consumidor americano com futuras altas de preço do produto.
Para o Brasil, entretanto, a proibição pode, sem dúvida, servir como pretexto para medidas similares a serem tomadas por outros países e, dessa forma, traduzir-se em novas perdas de share no mercado internacional. Os prejuízos para pecuária terão repercussões imediatas por toda a cadeia de produção, derrubando os preços internos e desestimulando investimentos na expansão e no aperfeiçoamento do criatório nacional.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Para onde vai o trabalho nas organizações atuais

Reciclar nossas habilidades
 não será uma tarefa fácil
As empresas com operação no Brasil, segundo pesquisa realizada pela Capgemini, têm acelerado a adoção do conceito de transformação digital, de maneira rápida e intensa. Segundo essa pesquisa, o movimento tem sido estimulado pelo maior poder do consumidor conectado e pelo agravamento das condições concorrenciais, sobretudo em relação aos novos modelos de negócios que estão sendo criados a cada momento. Seus criadores, chamados pelo sugestivo nome de "competidores nativos digitais", são organizações como o Google, Apple, Facebook, Amazon, Uber, Airbnb, Neteflix, bancos digitais e também os novos aplicativos.
Das empresas pesquisadas pela Capgemini, quase metade investe em transformação digital e, de modo geral, sua principal utilização está destinada a entender melhor os clientes das empresas. Todos os canais eletrônicos são utilizados, incluindo os dispositivos móveis. Os dados disponíveis para as empresas dobram a cada 2 anos, em função da mobilidade com as mídias sociais e da sensorização do mundo físico
Estima-se que aproximadamente 80% dos dados sejam não estruturados, isto é, estão acessíveis por meio de textos, vídeos e áudio.
A análise desses dados pressupõe o uso da inteligência artificial aplicada a grandes big data.
Talvez essa seja a melhor dica para entendermos o que deve condicionar o sucesso da carreira dos novos profissionais. Ou, dos mais velhos, que tem nessa pesquisa uma boa pista para atualização de suas habilidades.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Primeiro a Alemanha, depois a Espanha e, em seguida Portugal

Agora é a vez da França
Enquanto o Brasil vive a às voltas com sua recessão crônica e com problemas políticos sérios para aprovar suas reformas trabalhista, tributária e previdenciária, na Europa, a França parece mostrar fôlego para resolver os mesmos problemas de maneira mais rápida.
Com uma crescente população em idade economicamente ativa e com produtividade elevada, a França acaba de eleger um legislativo de maioria liberal, disposta a dar apoio às medidas reformista de Macron, destravando os investimentos em sua economia e dando novo impulso ao crescimento econômico e à redução do desemprego. Portugal e Espanha, tidos anos atrás como os maiores riscos na periferia da União Europeia, crescem a taxas surpreendentes. A Alemanha continua a exibir sua saúde econômica, enquanto o Reino Unido patina nas suas ideias separatistas, com sua moeda em baixa no mercado internacional. Bancos deixam Londres à busca de Frankfurt. Paris será uma opção interessante para as instituições financeiras, se Macron andar rápido no plano tributário e trabalhista.
O Brasil, exportador de matérias primas, tem perdido participação em vários mercados globais e, se não superar a crise política em que se vê metido, não conseguirá por fim à longa recessão que experimenta nos últimos anos e, nem mesmo reduzir os níveis de desemprego e de insegurança que enfraquecem o mercado nacional.


segunda-feira, 19 de junho de 2017

A próxima safra americana pode ser decepcionante

Reduzindo o nível de especulação com as commodities agrícolas.
A próxima safra agrícola já se encontra plantada nos Estados Unidos.  Algumas culturas tiveram que ser replantadas por excesso de chuva. Outras sofreram com o calor excessivo e o tempo seco que se sucedeu. Tudo isso já aconteceu e faz parte do passado. Agora é acompanhar o regimes de chuvas durante o período de adubação em cobertura e depois no momento em que as culturas devem granar.
O primeiro balanço dessa safra deixa claro que o trigo apresenta condições sofríveis e, portanto, a tendência do preço será de alta para o próximo mês.
Igualmente as culturas de milho se apresentam em condições apenas regulares, sinalizando para alta de seus preços nos mercados internacionais. Por outro lado, é preciso notar que a demanda pelo cereal está firme, o que tende a reforçar a tendência altista.
A soja também não vai bem nos Estados Unidos e os preços do grão continuam a crescer nos mercados futuros.
Por fim, o algodão, no sentido oposto, vai muito bem. O plantio e a evolução da cultura prometem uma safra alentada e os preços tendem, a cair em Chicago.
Tudo tem parecido muito bom para o Brasil. Se essa situação se confirmar, a China, para garantir o aprovisionamento de proteína vegetal, começará a aportar seus graneleiros no norte do país, já no mês de março. Os chineses temem pelo desabastecimento de grãos. Então, os preços internos terão espaço para subir e recuperar a lucratividade da safra de 2016/2017. O plantio brasileiro se inicia logo que o que o inverno acabe, com as primeiras chuvas da primavera. Nesse momento, teremos condições de fazer previsões precisas sobre preços e quantidades. Mas, as perspectivas são muito boas.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Investidores são homens de fé

Nada, de fato, faz o investidor perder a confiança no Brasil
A crise política é imensa. A crise econômica não é menor. Mas os investidores estão entusiasmados. Só nessa semana, ainda que muito curta devido ao feriado de quinta-feira, tivemos as seguintes notícias:
1)- A CMA GCM, companhia de navegação de capital francês, divulgou a conclusão do acordo para aquisição da Mercosul Line, empresa de cabotagem (navegação entre portos do mesmo país) pertencente a Maersk Line.
2)- A Maersk havia comprado a alemã Hamburg Sud, dona da Aliança que, por sua vez, é líder no tráfego marítimo doméstico brasileiro. Temia uma ação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica do Brasil que, provavelmente apontaria para concentração no mercado de cabotagem.
3)- A empesa norte-americana AGCO, empresa que detém a marca Massey Ferguson, e uma das grandes produtoras mundiais de máquinas agrícolas, está concluindo a aquisição milionária da Kepler Weber, tradicional produtora de silos e equipamentos para armazenagem de grãos. Esse negócio estaria na casa dos US$ 200 milhões.
4)- O banco espanhol Santander avalia a compra do brasileiro Banco Original. O Original tem forte atuação no agronegócio, área de interesse estratégico do Santander.
5)- Também já circulam rumores sobre a venda da Vigor. As maiores interessadas seriam as francesas Danone e Lactalis.  O processo de venda estaria em estágio inicial. Haveria ainda duas outras interessadas, uma mexicana, outra suíça.
Os investidores estrangeiros demonstram um grande interesse em ativos brasileiros, sobretudo para os chamados investimentos externos diretos. Nada abala a fé desses homens. Eles querem frequentar o mercado nacional porque esperam dele uma boa rentabilidade.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Vendemos commodities. Compramos manufaturados.

Toneladas por quilos
O comércio com a china, de janeiro até maio, desse ano, apresentou números interessantes:
A corrente comercial sino-brasileira alcançou a ordem dos US$ 32 bilhões. Um crescimento de quase 30% em relação a igual período de 2016.
Nas exportações o Brasil cresceu cerca de 40%, atingindo US$ 22 bilhões, se comparado ao mesmo período de 2016.
Nas importações da China houve aumento de 10%, nos 5 primeiros meses de um ano para outro. As importações totalizaram US$ 10 bilhões.
As exportações brasileiras são representadas na sua imensa maioria por commodities: soja, minério de ferro e petróleo. No sentido contrario, o valor das importações envolve basicamente aparelhos elétricos e suas partes (US$ 3,4 bilhões), compras de instrumentos mecânicos (US$ 1,5 bilhão). São produtos manufaturados chineses chegando ao Brasil.
Os termos de troca parecem sofrer de deterioração continuada. A qualidade do comércio com a China não entusiasma.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Nos bastidores da diplomacia, o acordo é tido como certo

Ganham força os rumores sobre a assinatura do acordo entre União Europeia e Mercosul.
Em relação ao acordo comercial UE - Mercosul, o que há de mais concreto até agora, para o Brasil, são as declarações da Chanceler Angela Merkel. As manifestações de outros países da UE são raras e difusas.
Os alemães deixaram muito claro seus maiores interesses em relação ao Brasil. Eles estão centrados em um bom número de itens:
ü Direitos de propriedade intelectual e aumento da segurança jurídica para investimentos de empresários alemães no Brasil;
ü  Agricultura, envolvendo principalmente soja, fertilizantes e outros insumos;
ü  Meio ambiente, com preservação da biodiversidade, redução a zero dos desmatamentos e descarbonização da agricultura
ü  Venda de tecnologia às empresas pequenas e médias brasileiras
ü  Terras raras, reduzindo à dependência do fornecimento chinês;
ü  Investimentos em infraestrutura (portos e aeroportos);
ü  Fim da dupla tributação nos fretes aéreos e marítimos
O Brasil teria muito a ganhar nisso tudo. Analisando a pauta desses interesses, a complementariedade econômica é notória. Justifica o otimismo reinante nos bastidores

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Cinco anos de Código Florestal

O Código Florestal: uma iniciativa indispensável
O Código é uma das melhores iniciativas para reconciliar a expansão da agropecuária, e de sua produtividade, com a conservação ambiental. Nele, foram criadas alternativas de revegetação, restauração e compensação, de modo a tender todas as expectativas dos agropecuaristas e permitindo a regularização por meio de Programas de Regularização Ambiental. 
O CAR (cadastro Ambiental Rural) será a grande métrica para aferir os avanços de toda essa iniciativa e espera-se que, a partir de 2018 todos os produtores tenham sua propriedade absolutamente diagnosticada em seus usos e vocações, estimulando os ajustes requeridos pelas boas práticas do setor.
O CAR aponta a existência de um déficit de vegetações nativas de 166 milhões de hectares. Mostra também um passivo de 5,8 milhões de hectares de Áreas de Preservação Permanente e outros 14,9 milhões de hectares  em Reserva Legal.
Os impactos desses ajuste não serão desprezíveis. As cadeias agropecuárias terão de  buscar fundos para isso. Precisaram buscar formas de monetizar as áreas destinadas a propósitos ambientais. A sociedade como um todo, envolvendo nisso todas as nações, deverá entender o importante papel que que terão no fornecimento do funding exigido pela implantação e sustentação de operação dessa magnitude. Afinal, a sociedade é uma das maiores beneficiárias dessa política ambiental. Por outro lado, os conglomerados urbanos abrigam as maiores fontes poluidoras do planeta. Deles esperam-se medidas mais severas de preservação e de recuperação, que venham a se somar aos esforços que o campo deverá fazer nos próximos anos.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Parem o mundo. Eu quero descer.

O mundo não quer parar.Você não vai descer.
Veja como ele caminha:
1)- A inflação na Zona do Euro, medida em relação ao consumidor final, caiu de 1,9% em abril para 1,4% em maio.
2)- A Índia reduziu o ritmo de sua atividade econômica. No primeiro trimestre desse ano o crescimento de seu PIB foi de 6,1%, contra 7,0% no mesmo período do ano passado.
3)- Na Argentina, Magri havia prometido inflação de 10% para 2017. As consultorias econômicas estimam que a inflação estará entre 22% e 25% para esse ano. Em 2016, a inflação superou os 40%.
4)- O milho subiu ontem em Chicago. Agora o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos começa a se desmentir. Foi elegante ao se desdizer, afirmando que a alta decorre da qualidade do milho plantado.
5)- A desaceleração do crescimento chinês faz o minério de ferro voltar a cair. O preço dessa quarta-feirada ficou em US$ 57,02/ tonelada.
6)- O barril de petróleo também está em baixa. Ontem o barril do Brent fechou a US$ 50,31, em Londres. A OPEP não está conseguindo manter os preços, mesmo depois de ter prorrogado o acordo que limita a produção, até março de 2018.
7)- No Brasil a taxa Selic está em 10,25% depois da reunião do Copom, feita ontem. Foi uma queda de mais 1,0%.
8)- Nos Estados Unidos a inflação permanece abaixo da meta. O Fed fica sem suporte para subir novamente os juros internos.