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sábado, 30 de janeiro de 2010

Bipolaridades e ciclotimias

A gangorra: bolsa x dólar
A bolsa senta e o dólar levanta. São as bipolaridades do mercado financeiro, movido a pânicos e oportunismos. Do risco alto à segurança máxima. O comportamento ciclotímico do investidor provoca as volatilidades nos preços.
O Ibovespa encerrou o pregão com queda de 0,28%, aos 65.401 pontos (quem diria? Uma queda próxima a de dez mil pontos). O volume negociado da sexta feira foi de R$ 6,27 bilhões. Um belo volume, compatível com o que se negociou durante todo o mês de janeiro. A moeda norte-americana subiu quase 1,0%. Alcançou, no fechamento, R$ 1,8850. Exportadores começam a comemorar. Já não sabem se devem vender suas divisas internacionais. Parece que sim (pelo menos parte delas), pois o mercado tende a mudar com as novidades da próxima semana.
De saída, os indicadores divulgados em Nova York surpreenderam positivamente e começaram a impulsionar os mercados. O senado norte-americano confirmou Ben Bernanke na presidência do Federal Reserve, para um segundo mandato. A primeira prévia do PIB dos Estados Unidos, do quarto trimestre, agradou aos investidores, com expansão de 5,7%, enquanto o mercado projetava 4,8%. O índice de atividade dos gerentes de compras de Chicago, subiu para 61,5 em janeiro e, finalmente, o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, com alta para 74,4, também em janeiro.
Da Europa chegaram notícias bastante confortáveis. Seus principais mercados tiveram valorizações. A taxa de desemprego saiu abaixo do que se esperava. Com isso tivemos Londres com alta de 0,83%, Paris com 1,37% e Frankfurt 1,24%. Na Ásia, que ainda não sabia de nada, pois seus mercados abrem muito mais cedo, o dia ainda era de estratégias defensivas. O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve queda de 1,15%, enquanto o índice Nikkei, de Tóquio, encerrou o pregão, com forte baixa de 2,08%.
No Brasil, os investidores, vendo esse quadro otimista nas economias norte-americana e européia e a queda de preços dos ativos, terão dificuldade em conter seus impulsos oportunistas. Tenderão a voltarão às compras. Para isso, entretanto, estarão de olhos nos indicadores inflacionários como IPC-S referente à 4ª semana de janeiro, IPC-Fipe, também da 4ª semana de janeiro, IGP-DI, de janeiro e IPCA, de janeiro, além dos dados de Vendas Domésticas de Veículos, de janeiro, da Pesquisa Industrial Mensal de dezembro, dos dados da Indústria Automobilística, de janeiro, e a Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, também de janeiro.
E ainda, antes de deixarem-se levar às compras por seus “instintos selvagens”, observarão, nos Estados Unidos, os índices de Gastos e Rendimentos Pessoais de dezembro, o índice ISM Industrial e de Serviços de janeiro, as Vendas de Imóveis Pendentes de dezembro, os Dados de Emprego de janeiro, o índice de Produtividade do 4T09, os Pedidos semanais de Auxílio-Desemprego, as Encomendas da Indústria de dezembro, a Taxa de Desemprego de janeiro e o Crédito ao Consumidor de dezembro.
Finalmente, estarão observando os apertos monetários na China e na Índia, os preços do petróleo - que devem iniciar sua recuperação-, e o comportamento das dívidas da Grécia (União Européia prometeu ajuda substancial) e Espanha.
Há ainda muita notícia ruim para chegar do Leste Europeu.
Portanto, o sobe e desce da gangorra bolsa x dólar continuará. Afinal, no Brasil, os preços voltaram a um nível quase irresistível e movimentos oportunistas podem ser esperados.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Fórum Econômico Mundial

Uma palavra sobre Davos
No final de 2008, portanto antes da crise chegar ao Brasil, publiquei artigo na grande mídia impressa nacional, discordando, de forma incisiva, das avaliações feitas pelo WEF sobre o sistema financeiro mundial, no relatório sobre competitividade. Esse relatório classificou o sistema financeiro brasileiro nos últimos lugares, privilegiando os sistemas americano e europeus.
A história demonstrou o descalabro das avaliações. Embora tenha soado como uma voz isolada, afora algumas manifestações protocolares de poucos órgãos de representação de classe, o fato é que tentei mostrar que avaliações pressupõem insenção. Não se pode confundir critérios de julgamento com argumentos de defesa. Deu no que deu. Veja abaixo, a íntegra do artigo. E veja porque, em relação aos relatórios do WEF peço sempre, em uma palavra, reservas.
Valor Econômico
Segunda-feira, 06 de outubro de 2008.
Avaliação de sistemas bancários: brincando com fogo. Bancos são bons negócios, mas mesmo os grandes quebram.
O conceito de governança nos países desenvolvidos tem convergido para o entendimento de que a atividade empresarial se faz por delegação da sociedade e deve alinhar as formas de fazer negócios às culturas locais, mediante regulamentação e fiscalização dos Estados nacionais. Mesmo na reforma thatcherista, marcada pelo radicalismo liberal inglês e, mais tarde, na condução das medidas de combate ao desemprego durante o período Clinton, nos EUA, o estado limitou a ação dos capitais privados e endereçou-os para searas sociais, impedindo seu descolamento das causas nacionais.
Julgar desempenhos empresariais obriga a verificação do alinhamento da atuação empresarial com os objetivos da sociedade e de seu funcionamento. Nesse sentido, o ranking promovido pelo Fórum Econômico Mundial, no “Financial Development Report 2008”, em Genebra, semanas atrás, esqueceu-se desses novos tempos. Buscou-se aí entender aquilo que nações poderiam oferecer ao capital privado: melhores condições de remuneração e menores exposições a riscos. Assim, os participantes do fórum produziram um ranking de países para o melhor exercício de seus “espíritos empreendedores”, assentados em critérios que se esquecem os princípios da boa governança. Ambiente institucional, ambiente de negócios, estabilidade financeira, bancos, instituições não-bancárias, mercados financeiros e disponibilidade de capital compõem, com seus sub-itens, o elenco dos quesitos avaliados em 52 nações do mundo.
Sem entrar no mérito dos pesos e notas atribuídas a cada país, convém conhecer suas limitações e constatar as idiossincrasias que esse esforço patrocinou. Ao atribuir notas baixas ao Brasil pelo elevado ônus regulatório e fiscal e pelo seu ineficiente ambiente político, o relatório não inovou, nem trouxe fato novo à reflexão. A comemorar, restou um honroso primeiro lugar conferido ao Banco Central brasileiro pela sua capacidade em fiscalizar as instituições financeiras. No referente aos bancos, as piores avaliações foram obtidas em dois fatores: tamanho e eficiência. A melhor diz respeito à abertura de informações, tendo aí encontrado sexta posição.
É de se lamentar que as funções e as atividades essenciais aos bancos não tenham sido avaliadas, sobretudo as concernentes à vida econômica e social das nações. Aos bancos, essencialmente, cabem as funções de circular as riquezas nacionais e de se constituírem em meio para formação de poupanças. Em um e outro caso, os bancos brasileiros são muito eficientes.
Munidos da melhor tecnologia de informação e tendo desenvolvido canais físicos e eletrônicos para a prestação de serviços de pagamentos e recebimentos em todo o país, o sistema bancário brasileiro cumpre a atividade de circulação da riqueza com precisão, rapidez e baixos custos. Por outro lado, os produtos e serviços das áreas internacional, de mercado de capitais e de operações estruturadas garantem a formação da poupança nacional e disponibilizam, nos seus diversos graus de complexidade, formas de investimentos no Brasil e no exterior. Avaliar bancos pressupõe também o entendimento sobre as necessidades de seus usuários. Para o correntista  brasileiro, as pesquisas mostram que a instituição bancária é primariamente o centro em torno do qual o consumidor organiza sua vida financeira, recebendo seus haveres e pagando suas obrigações. É também um centro garantidor da liquidez, fornecendo empréstimos e remunerando seus excedentes de caixa. Por fim, dois outros elementos devem ser revistos pelos artífices desses ranking. O primeiro é o de imaginar que “tamanho possa ser documento”. Bancos grandes também quebram como mostra a história financeira mais recente. Não resta dúvida que bancos são bons negócios. A razão disso é que o banqueiro capta dinheiro de uma pessoa a um determinado custo e empresta para outra a um preço superior. A diferença entre esses valores dever ser capaz de absorver todos os custos da operação e deixar margem ao banqueiro. Em padrão mundial consagrado, a cada 12 unidades monetárias emprestadas, apenas 1 pertence ao próprio banqueiro. As outras 11 unidades são de terceiros. É isso que faz do banco um grande negócio. Ganha-se sobre o dinheiro dos outros e com ele constrói-se o negócio chamado banking. O problema é que se uma unidade monetária emprestada não voltar, tecnicamente o banco estaria quebrado. Trata-se de operação de risco que precisa ser, como no caso brasileiro, conservadoramente administrada, rigorosamente fiscalizada e claramente apresentada ao  público. Ser grande realmente “não é documento”. Documento é ser financeiramente saudável, com uma apropriada relação capital próprio x capital de terceiros. É administrar com competência o crédito concedido, dando contra à sociedade da real situação econômica e dos riscos a que sua operação está exposta. Nesse sentido, o sistema bancário americano é um verdadeiro desastre. O maior destruidor de valor de todos os tempos. Causa espanto ver o despropósito da operação bancária americana, empacotando e distribuindo dívidas sem o menor controle dos volumes e da qualidade da operação de
crédito. Dizer que esses bancos fazem o melhor sistema bancário do mundo é desafiar o bom senso.
Sem condições mínimas de liquidez, só não assistiu à inviabilização de seu mercado interbancário graças às prontas e decisivas ações do Federal Reserve e do Tesouro americano, que se obrigaram a injetar fortunas para garantir a liquidez desses sistemas e permitir condições mínimas à circulação da riqueza naquele país.
O segundo quesito, concernente à formação da poupança nacional, deveria colocar países como o Brasil em melhor lugar nessa lista. A poupança dos mercados desenvolvidos foi destruída pelos seus sistemas bancários. Quanto vale esses bancos hoje? Quantos conseguirão resistir a suas próprias gestões? Melhor será perguntar aos congressistas americanos e seus dois grandes partidos políticos.
É oportuno repensarmos esses critérios que negam os bons princípios da governança. É o momento de rever as análises que consagram sistemas bancários falidos e suas aventuras financeiras em torno do mundo, em vez de aplaudir seus desvarios e seus descontroles.
Celso Cláudio de Hildebrand e Grisi
é diretor do Instituto Fractal de Pesquisa de Mercado
e professor da FEA/USP

A Venezuela vista pelos olhos da Espanha (II)

Onde há fumaça há fogo?
A imprensa espanhola especula a respeito da formação de uma coalizão pan-americana contra Chávez e outros líderes de países financiados pelos petrodólares venezuelanos. A iniciativa, segundo a imprensa espanhola, partiria do recém eleito presidente chileno, Sebastián Piñera, que encabeçaria um bloco antibolivariano na América Latina. Piñera é o primeiro presidente eleito de centro-direita do Chile, depois de 20 anos de governo da centro- esqerda. Durante a campanha, não poupou críticas a ditadura cubana e aos atropelamentos das instituições democráticas, na Venezuela.
A coalizão contaria, além do Chile, com países como Peru, México, Colômbia, Panamá, Costa Rica e Honduras. Faz lembrar uma Frente Ampla brasileira, de tempos atrás. Uma maneira de caracterizar, diante do mundo, a ditadura venezuelana e de expor Chávez a futuros tribunais internacionais.
A partir de agora, começaremos ouvir, e muito, sobre o modelo de desenvolvimento chileno, sustentado pelo novo conceito de economia social de mercado. Esse modelo está conduzindo o Chile ao status de economia desenvolvida, integrando-se, nas classificações internacionais, aos países de primeiro mundo. Essa é a razão que faz o Chile passar a pertencer aos quadros de países membros da OCDE.
O governo chileno eleito desmente, de maneira tímida, tudo isso. Mas, o fato é que isso reforça mais uma vez a idéia "do início do fim".

A Venezuela vista pelos olhos da Espanha

Na Espanha, Chávez sofre forte
oposição da mídia.
A mídia local deu muita ênfase à medida do governo venezuelano que corta, de forma definitiva, o sinal de transmissão do mais antigo canal de televisão do país. A Radio Caracas Televisión Internacional recusou-se, desde sempre, a transmitir os discursos doutrinários do presidente Hugo Chávez. Junto com RCTI, outros cinco pequenos canais a cabo também foram silenciados.
A imprensa deu forte destaque a manifestação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos que "considera a medida uma violação de garantias constitucionais", aduzindo que "os canais fechados não tiveram a oportunidade de se defenderem diante de uma autoridade imparcial".
Independentemente dessas indignações internacionais provocadas pelas arbitrariedades que comete, Chávez terá que se encontrar com uma realidade mais dura. A inflação venezuelana caminha para os 40% a.a., com os preços do petróleo em torno dos US$ 75,00 a US$ 80,00 e com um racionamento de energia elétrica nada desprezível. A moeda local acaba de sofrer uma maxi-desvalorização, agravando ainda mais as pressões inflacionárias. Os tempos não são mais de prosperidade. A recessão tem obrigado o governo a atitudes de antagonismos com as forças produtivas. Controles de preços, fechamento de lojas no comércio e ameaças de expropriações.
Se de um lado o receituário e claramente antidemocrático, de outro, reforça nossas previsões anunciadas nesse blog: é o começo do fim.   

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

E agora, José?

Oracle ganha e leva
A Comissão Européia acabou por aprovar a compra da Sun Microsystems pela Oracle, por US$ 7,4 bilhões. O órgão regulador acredita que essa transação não causa impacto significativo na competitividade do mercado europeu. O problema maior relacionava-se ao banco de dados de código aberto MySQL. A Comissão Européia entendeu que concorrência do produto se dá, sobetudo, em outros mercados onde a Oracle não está presente, como, por exemplo, no segmento de high-end. Os mercados europeus e americanos estão livres para a ação da Oracle. A Oracle se animou e já declarou que vai investir 4,3 bilhões de dólares para integrar as soluções da Sun.
"Queremos ser o que a IBM foi nos anos 60.", declarou o presidente da Oracle, Charles Phillips. Phillips conta que, nessa década, a IBM era fornecedora de soluções completas de hardware e software para seus clientes. E que esse será o posicionamento da Oracle, com essa e outras aquisições. Revelou ainda que a Oracle pretende contratar cerca de 2 mil funcionários neste ano, a maioria deles nas áreas de vendas e desenvolvimento.
A Oracle informa ainda que se comprometeu a investir mais nas plataformas de código aberto da Sun, como no sistema operacional Solaris.
As declarações da Oracle dão conta de um modelo de crescimento horizontalizado. Não se trata de comprar fornecedores, mas de expandir seu portfólio de negócios. De algum forma, pode haver perda de especializacão e de escala. A IBM, em certo momento, decidiu abandonar esse modelo, pois perdia eficiência em relação à concorrência especializada, mais ágil e com menores custos. Unidades autônomas e descentralizadas talvez possam dar conta desse recado.

REVOLUÇÃO SILENCIOSA NAS MÍDIAS

Como toda mudança, a revolução das mídias é muda e (aparentemente) lenta.
A transição do modelo "mídia aberta" para "mídia capilar" (e interativa) vem acontecendo de modo silencioso e com sutis alterações.
Alguns fatos que corroboram esta análise:
i) A Anatel informou que "a entrada das teles na TV por assinatura fez aumentar o total de assinantes pelo segundo ano consecutivo", com um salto de 18,24% em 2009, para 7,5 milhões de assinantes:
Há três anos, quando as principais operadoras de telefonia começaram a vender pacotes de TV, a base fechou em 6,3 milhões, com crescimento também na casa dos 18%. A legislação em vigor atualmente só proíbe as teles de venderem pacotes de TV via cabo, como fazem a Net e a TVA. Essa barreira poderá ser quebrada com a aprovação do PL (projeto de lei) 29, em tramitação no Congresso. Pensando nisso a Oi adquiriu uma empresa que vendia pacotes transmitidos por satélite (DTH). A Telefônica comprou a TVA, a GVT tem parceria com a Sky, sem falar no avanço da tv digital pelo celular.
ii) Mudança no critério de medição de audiência: os anunciantes deveriam estar atentos ao novo padrão de medição de audiência adotado pelo IBOPE.O caso evidencia uma polêmica entre as TVs em relação aos critérios de audiência. O IBOPE decidiu medir apenas a audiência dos televisores ligados em programação televisiva, excluindo os que estão com outros aparelhos, como DVDs, games, computadores. Esse novo critério desconsidera a crescente concorrência da programação de TV com outras mídias. As agências de publicidade com maior entendimento de plano amostral e critérios de medição continuam usando o "share" tradicional.
III) Estes dois fatos isolados parecem não ter relevância. Quando vistos sobre a ótica de um novo comportamento nos usos das mídias passam a ter um grande impacto.
A mídia "on line e interativa" vem desconstruindo velhos modelos de alocação de verbas publicitárias. Isto muda muito a forma com que serão feitos futuros planos de mídia.
COLABOROU PROF RAMIRO GONÇALEZ - FIA

Volatilidades são reações aos nossos fantasmas

Nas mudanças, às favas com as análises
e com as estratégias
Bolsa recua à espera das decisões sobre políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos. Parece que todo o otimismo alardeado no final do ano passado foi destruído nas últimas semanas com algumas notícias do exterior. As previsões econômicas e as melhores análises, apontando para o crescimento do mercado de capitais brasileiro, não se sustentam sobre as convicções em seus resultados. As decisões continuam, de fato, ao sabor de acontecimentos não previstos e do exercício do oportunismo meramente intuitivo. Que fatos abalaram o mercado?
1) Riscos ao redor do mundo, como os vindos da Espanha e da Grécia, e os temores sobre o futuro da China. Se a China endurecer demais sua política monetária e creditícia, comprometerá seu crescimento e suas importações em 2010. Uma especulação sobre o que é pouco provável.
2) Definição da política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. O temor refere-se a um novo ciclo de aperto monetário nos dois países. Temor descabido. Nada sinaliza para mudanças, nem cá, nem lá.
3) Mudança da conjuntura econômica decorrente da aceleração do IPC, alcançando 1,16%, na 3ª prévia de janeiro, e a redução da atividade econômica para 0,2%, em novembro de 2009. Pelo jeito, o mercado vai começar a dirigir seu veículo olhando pelo retrovisor. Não aconselho.
4) Notícias sobre a queda  de 10,9% nos empréstimos hipotecários nos EUA, na última semana. E alguém esperaria ao contrário? Claro que não.
Enfim, bastaram algumas notícias para o castelo de cartas ruir. No longo prazo, o investidor não mostra acreditar. Essa volatilidade indica para um excesso de especulação e para um baixo nível de compreensão das variáveis econômicas
Então, quero observar que esse ano será de grandes volatilidades nas bolsas. Há muitas notícias ruins a nos chegar, do leste europeu, da Rússia e, outras, que virão da Espanha e de Portugal. A Grécia não resolverá seu problema no curto prazo. Desequilíbrios políticos são esperados entre os emergentes mais expressivos. Só para completar, insisto em algumas coisas que me parecem muito prováveis.  Uma relativa recuperação do dólar, o aumento dos preços do petróleo, a desvalorização mais acentuada do yuan, as ampliações dos superávits da balança comercial japonesa, reduções no superávits chineses, revigoramento do multilateralismo, redução relativa das taxas para importação de produtos agrícolas, evolução do mercado de carbono, guerras no oriente médio, instabilidades econômicas e políticas na Argentina, Bolívia e na Venezuela, entrada do Chile na OCDE. O norte da África trará novas surpresas, os tigres asiáticos poderão recuperar parte dos mercados perdidos, favorecidos pelas mudanças cambiais.
Embora tudo isso, o sol continuará nascendo todos os dias, as estações do ano se sucederão, os carros estarão nas ruas. Bastaria tentar entender o mundo para além da economia. Talvez fosse mais proveitoso olhar um pouco para o G-20 e o novo  modelo de governança internacional que está nascendo.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Um casamento com a classe média

Convicção ou oportunismo de Obama
O presidente americano anuncia ajuda a famílias pobres, estudantes e aposentados. Isso significa um programa que atinge, com grande vigor, a classe média-baixa e a classe média-média. Ou seja, o grosso do eleitorado americano. Oportunismo? Prefiro crer no contrário. Ao propor a redução de impostos para as famílias com renda anual inferior a 85.000 dólares, um programa créditos para estudantes pobres, novas formas de ajuda a pessoas que tenham sob suas responsabilidades parentes velhos ou enfermos e, finalmente, a facilitação de acesso aos aposentados a seus planos de pensão, o presidente parece levar a cabo, em fatias, seu programa de campanha.
O legislativo, sobretudo os republicanos, tem lhe negado a aprovação das reformas estruturais que prometeu realizar, tais como a reforma dos sistemas de saúde, da educação e da energia. Como, então, entregar suas promessas eleitorais? O foco passou a ser o aumento da renda dos menos favorecidos por meio de medidas sociais e assistenciais, permitindo as essas classes o alcance de direitos que as reformas previam. Lembra as estratégias dos últimos governos brasileiros.
Republicanos que se cuidem, porque as medidas embora tenham características populistas, podem, de fato, aumentar seu prestígio e popularidade. Com esses atributos, o presidente Obama talvez espere obter força e legitimidade para suas propostas.
Tudo isso ganhará ainda mais força se seu plano econômico for realmente capaz de criar empregos bons e duráveis.
O presidente Obama pode estar se inspirando no presidente Lula. Afinal, para Obama, “esse é o cara”.

As crises se sucedem ( Paul Krugman)

Uma nova onda de desalento na Espanha
Bancos espanhóis anunciam que os incorporadores imobiliários não têm condições de honrar seus compromissos com o sistema financeiro. Uma espécie de subprime hispânico. O total da dívida é de 325.000 milhões de euros. A Associação Hipotecária Espanhola pede a intervenção governamental. Isso quer dizer sempre a mesma coisa. O “mico ficaria para o contribuinte”.
Por outro lado, banqueiros e outros financiadores imobiliários não querem assumir os créditos podres de seu país, afirmando que a utilização de provisões e o alongamento das dívidas poderiam resolver o problema. O fato é que a crise espanhola reproduziu, de certa maneira, os mesmos elementos estruturais da crise americana; ou seja, queda da demanda com queda dos preços dos imóveis dados em garantia, em seguida, queda dos níveis de emprego e, portanto, da renda. Em conseqüência, a capacidade de pagamento fica comprometida. Aí caminho é conhecido por todos. Vamos da inadimplência para a insolvência. Incorporadores não recebem, não podem pagar. Os custos financeiros sobem, a dívida cresce rapidamente e torna-se impagável.
O governo espanhol tem que agir rapidamente. Mas está quebrado e sem apoio popular para uma solução fiscal desse porte.
Está armada a próxima bomba no mercado financeiro. Nessa toada vamos repetir os últimos dias: bolsa para baixo e dólar para cima. No Brasil, dos R$ 1,80, já passamos. Em poucos dias chegaremos a R$ 1,90. Esperar e conferir.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Uma febre na França

Paul Krugman é best seller
entre intelectuais francêses
Pourqoi les crises reviennent toujours.
Talvez a obra mais importante na construção de um novo pensamento entre economistas e financistas na França.


O mundo continuará "perigoso", segundo o autor. Depois da crise japonêsa,em 1990, outras se sucederam, provocando repercussões por todas as economias do mundo: México, em 1995, Tailânsia, Malásia, Indonésia e Coreia do Sul, em 1997, depois Argentina, em 2002, e finalmente a crise de 2008. Krugman atribui a essa sucessão de crises à incapacidade de aprender, diagnosticar e tratar essas patologias do mercado.
Krugman não consegue escapar de sua formação Keynesiana: "Keynes está mais do que nunca na ordem do dia".




Tradução do original em inglês:
Sobre o autor:
Paul Krugman, nascido em 28 de fevereiro de 1953, em Long Island, New York, USA.
Maior influência:John Maynard
Paul Robin Krugman é economista liberal americano, colunista do The New York Times e autor de um conjunto extenso de livros.
Professor de Economia e Negócios Internacionais na Woodrow Wilson School of Public and International Affairs, Princeton University.
Em 2008, Krugman ganhou o Nobel Memorial Prize em Economia pela sua contribuição para a New Trade Theory and New Economic Geography.
Keyneswebsitehttp: http://www.princeton.edu/~pkrugman/
RECOMENDO, fortemente
Pessoalmente, recomendo a leitura desse livro. Sugiro a leitura de toda sua obra. Ela é extensa, com análises profundas sobre o mundo globalizado e apresenta um pensamento sugestivo para nosso entendimento das questões econômicas correntes.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Um exemplo estimulante para ampliar a poupança e o investimento nacionais

China criou 11 milhões de novos empregos,
em 2009, em suas áreas urbanas
O título já mostra o foco nas cidades e não no campo. Isso me faz pensar se vale à pena manter o esforço de insistir tanto nas negociações de produtos agrícolas, dando origem a um país-fazenda chamado Brasil.
Nossa produção agrícola é vendida como commodities. Com todas as ciclotimias de preços e problemas decorrentes de suas elasticidades. São produtos de baixo fator agregado e que muitas vezes não podem pagar salários justos. Foi o caso da laranja, em 2009. A caixa de 40 Kg esteve girando em torno de R$ 3,50 até R$ 4,50. Seu custo de produção esteve a R$ 10,00. Impossível pagar grandes salários. Não é à toa que a renda do trabalhador rural é menor que a do trabalhador urbano. Pior, a mecanização da estrutura produtiva vai desempregar a mão de obra desqualificada no agronegócio. Que vamos fazer com ela? Favelizar nossas cidades?
A China criou aproximadamente 11,02 milhões de novos empregos em áreas urbanas em 2009, mais de dois milhões acima das metas do governo chinês, segundo informa o Ministério de Recursos Humanos e Segurança Social. Um bom resultados para repensarmos nossa política de emprego.
Acentuo, então, a necessidade de estimular a formação de poupança nacional. Poupamos, governo e população, muito pouco internamente. Talvez aqui esteja o maior dos papéis que nosso sistema financeiro desempenha. Ficamos invariavelmente na dependência de capitais externos. A realização dos sucessivos orçamentos nacionais consagra crescimentos de custos sempre proporcionalmente maiores que os crescimentos de investimentos. A pretexto de não produzir déficits, cortamos ou retardamos investimentos. Nossa infr-estrutura deteriora-se. O custo Brasil sofre novas elevações.
O esforço chinês é feito para reduzir a taxa de desemprego urbano, que hoje está em 4,3%, segundo dá conta o mesmo Ministério. Penso que uma definição das vocações regionais e o estímulo seletivo a atividades compatíveis com tais vocações pudessem melhorar nossas taxas de desemprego, que são o dobro das anunciadas pela China. Mas isso vai requerer a ampliação da poupança nacional e o destravamento dos investimentos no Brasil.

Google muda o tom

Agora o mercado chinês volta a ser atraente para a Google
O blefe não deu certo. Abrir mão do mercado chinês realmente não é coisa de americano em crise. Aliás, a China sabia disso.
O gigante das buscas pela internet desistiu de suas declarações sobre abandonar a China em função de um suposto esquema de vigilância e sabotagem virtual. Informações veiculadas pelo Financial Times, dão conta de que a Google manterá seu posicionamento contra a censura digital, imposta pelo governo chinês, mas que seu negócios serão mantidos. O site poderia apenas fechar seu negócio de busca no país.
Eric Schmidt, CEO da Google, afirmou ser "importante esclarecer que não estamos saindo da China, temos bons negócios lá. Nossas discussões têm sido sobre as leis de censura impostas pelo governo e nada mais", explicou.
A questão é saber se esse executivo desconhece que a China vive sob uma severa ditadura e que, portanto, a censura será parte dos negócios que envolvam comunicação.
No Brasil, em plena democracia, o PT quer censurar nossa imprensa. E já está na segunda tentativa. Embora, revoltante no Brasil, e indesejável na China e em qualquer outro lugar, isso faz parte dos jogos do poder.

A eficácia do multilarismo na vida real

OMC e suas verdadeiras dificuldades
Imagine todo o esforço e todos os recursos alocados em torno da rodada de Doha. O objetivo fixado refere-se à redução das tarifas de importação de todos os países-membros. De maneira simplificada, esse objetivo traduz a própria essência da OMC: a liberalização do comércio mundial. Imagine, agora, se ao final dessa rodada, obtivéssemos como resultado, uma redução de 10% da tarifa média das importações mundiais. Políticos, economistas, diplomatas comemorariam, com inusitado alarde, a realização de uma obra da engenharia multilateral em suas negociações comerciais. Por que, então, o desalento e a desesperança atuais em torno de Doha?
Bem, nessa última visita àquele organismo internacional, nessa última sexta feira, alguns dos negociadores das principais delegações, sentados à mesa de um requintado almoço, ironizavam o fato de a subvalorização cambial chinesa ter ultrapassado os 30%, segundo estudos econômicos recém concluídos.
Independentemente da propriedade dos cálculos discutidos, a sensação que se tinha ao final da refeição, é que nenhum esforço pode ser eficaz quando, no mundo multilateral, um dos estados-membros recusa-se ao cumprimento das regras convencionadas. Doha não evolui pelo comportamento americano de furtar-se à negociação. Liberalização não funcionará enquanto for mantida a artificialidade cambial e unilateral chinesa.
Fica-me a certeza de que a multilateridade é mais uma forma de pressionar os poucos dissidentes a abandonarem seus mundos de benefícios assimétricos e voltarem-se para regras de convívio comercial e econômico, não excludentes. Porque, ao fim e ao cabo de tudo, nem eles sobreviveriam ao isolamento. O multilateralismo é apenas o meio mais eficaz para negociar e não um fim a ser perseguido nas negociações.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Multilateralidade, um princípio a ser reafirmado

 O fracasso de Doha e a OMC: o multilateralismo
agoniza sob a omissão americana
Na OMC, o clima definitivamente não é de fracasso. Tudo foi claramente compreendido. O maior player mundial do comércio exterior (somadas exportações e importações) ainda não se entendeu. Com um Senado formado pelos representantes de infinitos interesses de grupos privados, de lobbies de grandes corporações, de setores econômicos inteiros, de grupos políticos, associações, sindicatos, entidades associativas diversas, ONGs, e de todos os outros atores da vida política, os Estados Unidos não sabem o que querem de seu comércio. Esse sistema, de infinitos vetores, com direções e sentidos divergentes, mantém acirrada disputa em torno do individual. O público está esquecido. Vez ou outra evoca-se pelo comunitário, como se isso pudesse esconder a renúncia ao indisponível. Indisponível porque do estado, porque tem a essência do todo coletivo, porque, sendo de todos, não pertence a ninguém. Público, já não existe naquele país. Os americanos estão ensimesmados na manutenção de um império despedaçado pela forças liberais, as mesmas que o construiu.
Destravar Doha dependerá de uma forte ação do G-20. Uma atuação tão decisiva quanto aquela exercida sobre o FMI e o Banco Mundial. Quero lembrar a todos que o G-20 é obra brasileira. Do embaixador Seixas, que o criou em meio às confusões de Cancun. Lembram-se disso? Sem nenhuma ironia ou favor, sem o G-20 o mundo não teria se saído tão bem dessa última crise. Portanto, o mundo deve ao nosso embaixador, a sua coragem e determinação, o encontro da forma de avançar nas soluções a problemas mundiais.
Enfim, quero reafirmar minha crença pessoal de que o multilateralismo não se transformará em cadáver insepulto. É pressuposto para a construção da governança, entre homens e nações, e para o encaminhamento dos grandes conflitos da humanidade. Enfim, um novo modelo de convívio entre homens e nações transitará pela implantação da democracia em todos os países e pelo multilateralismo nas negociações de seus conflitos. A OMC conservará sua função de um fórum para as questões de comércio. O G-20 terá que necessariamente se consolidar em uma nova instituição incumbida da governança internacional e, claro, com assento para todas as partes discutirem, necessariamente, de forma multilateral, os problemas da humanidade, indisponíveis em sua natureza e públicos em sua missão.

Visões Européias

Convicções européias sobre
a economia mundial (II)
A China vive um momento de grande expansão de sua economia. Ao mesmo tempo, aproxima-se perigosamente do rompimento dos limites de seu próprio potencial de crescimento. Essa visão generalizou-se por aqui. Todos antecipam a perda do controle sobre a inflação e a ampliação da depreciação da moeda chinesa. É bem verdade que a China respondeu, nas últimas semanas, com um enxugamento no crédito e com o aumento de sua taxa básica de juros. Em nada ajudou para reduzir o mau agouro europeu. Ao contrário, as medidas chinesas apenas confirmaram as convicções existentes. Uma espécie do "num falei" brasileiro. Quanto a Rússia, a crença é que se afunde cada vez mais na crise financeira, moral e institucional. Trata-se de um país que não inspira confiança ao investidor europeu. Tirante os alemães, que logo no primeiro instante de liberalização lançaram-se nessa economia, nenhum outro ousa desafiar o ambiente desequilibrado das finanças públicas russas e de suas mazelas políticas.
Na visão européia, permanecem como países eleitos para investimentos diretos, o Brasil e a Índia. Ambos porque apresentam um grande mercado interno. Foi esse mercado novo, criado pela expansão de segmentos extensos das classes médias, quem trouxe resistência econômica para atravessar os problemas mundiais. O Brasil, além de tudo, com uma democracia madura e um clima institucional em aperfeiçoamento, tem encantado os olhos europeus. Desoneração tributária, e sua consequente redução da carga fiscal, políticas sociais e assistenciais consistentes, estabilidade monetária, grandes reservas internacionais e um processo de redução da pobreza são alardeados como as novas conquistas do Brasil emergente.
Somos vistos dessa forma e, sem dúvida, fizemos por merecer. Portanto, parece pouco conveniente levar ao congresso o Programa Nacional de Direitos Humanos, tão polêmico, suscitando rivalidades entre as classes produtivas e trabalhadoras ou que, ainda, possa provocar cisões e divergências nas opiniões populares. O momento não admite radicalizações, sob pena de perdermos o prestígio duramente conseguido. Não poderemos voltar a ser o gigante adormecido. Vamos mantê-lo acordado.

Visões Européias

Convicções européias sobre
 economia mundial (I)
Dos Estados Unidos não há que esperar nos próximos dois anos. O país estará envolvido com seus gravíssimos problemas internos, envolvendo recuperação econômica, aumento do nível de emprego , déficits gêmeos (fiscal e de contas correntes), liquidez excessiva, etc, etc, etc.
A partir da crise mundial, não é mais aceitável a prática cambial chinesa. A subvalorização do yuan leva ao entendimento europeu de prática desleal de comércio. Não é à toa que a Indonésia e a Tailândia perderam a paciência e passaram a acusar, com firmeza, a China, dessas práticas. O tom das acusações começa a crescer com os países vizinhos engrossando o coro dos descontentes. Ninguém mais aceita o yuan estabilizado, desde de julho de 2008. As moedas brasileira, chilena e sul-africana valorizaram-se muito. Não há razões para a criação de um neo-imperialismo, via moeda. Espera-se que essas novas acusações, nascidas na própria Ásia, possam sensibilizar o FMI, em sua reunião anual, de abril próximo.
Reafirmo aqui meu entendimento de que a China não pode contar com a omissão mundial, sempre privilegiando as ações geoestratégicas, com o objetivo de aquietar os conflitos sociais e econômicos que a ditadura chinesa não consegue resolver. Fechar os olhos para esses procedimentos assimétricos no comércio, sob a alegação de que a China está comprimida por problemas dessa natureza, não combinam com as condutas déspotas de seus dirigentes. É chegado o  momento de acabar com esse verdadeiro subsídio cambial, que já ultrapassou os 30%. O resto do mundo precisa diversificar seus mercados e reduzir a pobreza em outras regiões, acossadas pela mesma miséria.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Um clássico da política francesa

Idiossincrasias francesas no entendimento
do público e do privado?
Na imprensa francesa parece haver uma unanimidade. A superação da crise mundial foi obtida pela rápida intervenção dos estados nacionais, socorrendo suas economias e garantindo a liquidez de seus sistemas financeiros, por meio da liberação de enormes quantias a bancos e aos setores industriais, comerciais e pela manutenção do crédito ao consumo das famílias. Nesse particular, aos Bancos Centrais de todo mundo são creditados os maiores e mais preciosos esforços, embora se reconheça que suas ações promoveram uma situação de liquidez excessiva e perigosa.
Tudo vai ao gosto do espírito socializante francês. Nessa sociedade os problemas individuais têm suas soluções delegadas ao estado que, pela sua capacidade de endividar-se e de arrecadar impostos dos próprios cidadãos, assumem, por meio de seus políticos, o compromisso de produzir alternativas de encaminhamento em suas políticas públicas. As demandas sociais se ampliam desmesuradamente. Basta ver a deterioração das cidades grandes e médias francesas, seus conflitos e a ampliação da miséria entre as camadas menos favorecidas dessa sociedade. A competitividade está sendo posta em jogo e, um conjunto de paradigmas recentes, questionado. Ao estado reserva-se um número maior de tarefas que acabam  exercidas, naturalmente, a custos mais altos.
Os reformistas liberais estão silentes. Mas, nos bastidores, ampliaram muito seus esforços para impedir o avanço das regulamentações, sobretudo, no sistema financeiro europeu, onde o pensamento liberal é predominante. Aqui não se pode falar em reformas, regulamentações e controles.
A sociedade reage fortemente ao conservadorismo desses reformistas de plantão. A imprensa repercute essas reações pelas mídias leigas e especializadas. Um prato cheio para nosso aprendizado. Um campo novo para nossas práticas empíricas de observação do fato social e dos embates 0políticos decorrentes.
Vamos aguardar o desfecho para, depois, entendermos o sistema decisório dessa sociedade desenvolvida e os pesos e contrapesos dos atores políticos
existentes nestes embates sobre o tamanho do estado francês.

Pelo que imagino, temos uns bons cinco anos pela frente até as decisões se consolidarem, um bom tempo para observarmos e entendermos as novas tendências que hão de emergir desses conflitos. Academicamente desafiador. Empresarialmente decisivo para um mundo de tanta diversidade nas formas de organização dos estados nacionais.

Internacionalização de Bancos Brasileiros

E o processo continua. Os vetores básicos que determinam a expansão estão presentes: a incontestável competência dos bancos brasileiros no varejo e a necessidade de buscar novos mercados para manter as taxas de ROI DO MODELO DE NEGÓCIOS. Estes vetores levam o Bradesco a comprar banco ibi no México.
Negócio, que deve ser fechado em fevereiro, é considerado uma forma do Bradesco crescer no México com pouco risco.
Há pouco mais de sete meses, o Bradesco havia pago 1,4 bilhão de reais pelo ibi no Brasil. A nova transação trará à instituição cerca de 800.000 clientes mexicanos. O acordo inclui uma parceria para a comercialização de produtos e serviços financeiros junto aos clientes da rede de lojas C&A no México.

Acompanha movimentos já realizados por ITAÚ e BB.

A venda para o Bradesco faz parte da estratégia da holding suíça Cofra, dona da C&A, de se desfazer completamente de suas operações financeiras no mundo. A primeira unidade a ser desintegrada foi a da Argentina no primeiro semestre de 2009. Depois da aquisição do ibi feita pelo banco brasileiro, as negociações para vender a empresa no México ficaram cada vez mais intensas. A experiência do Bradesco nos segmentos de cartões e varejo - principalmente com a C&A - contou bastante para que o negócio fosse fechado sem muitas hesitações.

Para o Bradesco, essa transação é uma oportunidade interessante de experimentar atividades num mercado emergente com potencial de crescimento. Na América Latina, o México tem a maior taxa de financiamento de cartões de crédito comercial. Dos seis milhões de plásticos emitidos por redes varejistas no México, uma fatia de 13,3% pertence ao ibi, que presta serviços exclusivos aos cartões de private label da C&A Modas. Entre os principais concorrentes no mercado local, estão varejistas como El Palacio de Hierro, Sears, Sanborns, Coppel, Chedraui, Famsa, Mixup e Liverpool. Essa última rede, com mais de 160 anos de existência, foi a primeira a oferecer serviços de crédito pessoal na região.

A FRACTALCONSULT (maior especialista em pesquisas de mercado financeiro) segue seu caminho natural de internacionalização, arrastada pelos clientes que não abrem mão dos conhecimentos adquiridos pela empresa na gestão de conhecimento DO MERCADO FINANCEIRO brasileiro.

DUPLA VITÓRIA PARA O BRASIL:
1)O mercado reconhece o poder e a tecnologia de nossa Indústria Financeira;
2) Exportamos conhecimento em estado avançado - prestação de serviços de gestão de conhecimento.
Mais que consumo de eletrodomésticos e automóveis, o que define que um país é da "liga principal" é sua capacidade de vender serviços tecnológicos e acadêmicos.

Parabéns aos bancos brasileiros e a FRACTALCONSUL Latim America.

Colaborou PROF. RAMIRO GONÇALEZ FIA

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Hoje acompanho nossos alunos à França

Dupla diplomação no polo tecnologico de Grenoble
Trouxemos, à França, dois grupos de nossos alunos dos MBAs e dos Pos-Graduação, para o duplo diploma Master Management e Master Marketing. Essa cooperação comemorou seus primeiros 10 anos de existência. Para o ano que vem, estamos trabalhando para conseguir as aprovações nacionais de um triplo ou quadruplo diploma. Esperamos lançar o Global MBA, com Brasil, China, Russia, liderado pelo IAE da UPMF, de Grenoble, na França. O convênio envolve as atividades de pesquisa, educação executica, e desenvolvimento de estudos com empresas dos diversos paises.Daqui, continuarei nossas postagens. Com neve e frio.

Moeda americana em alta

Analistas consideram que a tendência é de queda
Operadores de mercado insistem que, embora as recentes valorizações do dólar (de R$ 1,73 para R$ 1,77 na última semana), a tendência de baixa prevalece. Argumentam que as altas taxas de juros pagas em reais benefícia o capital estrangeiro. Isso, somado à sólida estrutura econômica brasileira e ao risco baixo nacional garantem a valorização  da moeda nacional. Para o fim do ano, analistas acreditam no câmbio de R$ 1,75. Como se vê, esqueceram-se, para o bem e para o mal, das variaveis internacionais.
Esquecimentos à parte, a China volta a aumentar juros para conter a expansão do crédito. A dívida da Grécia e os maus resutados publicados por empresas norte-americanas semeiam intranquilidades no investidor. Para complicar, o pedido de concordata da Japan Airlines. Conclusão, o dólar avançou.
No mercado internacional, esses sinais pressionaram o dólar em relação ao euro e outras moedas fortes.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Venezuela e o Brasil

Concordância quase unânime
Resultado de nossa enquete, ainda que respondida por um baixo número de votantes, concorda que as medidas cambiais venezuelanas prejudicarão nossas exportações para aquele mercado.
De fato, exportadores e instituções de classe, também enfatizam que a medida não traz benefícos à Venezuela e prejudica as relações comerciais com aquele pais. Todos fazem questão de acentuar que a decisão de maxidesvalorizar o bolívar empobrece a população venezuelana. Acham também que o controle de preços será ineficaz e que as novas regras de câmbio contribuem para a aceleração da inflação.
Como se vê, os resultados da enquete estão em linha com o pensamento exportador da economia nacional.

Agropecuária em 2010

Canal Rural: perspectivas da agropecuária
para 2010
A entrevista pode ser assistida clicando o endereço abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=M4PyGBKFpNw
Aguardo pelos comentários de vocês.

Depois do acordo com a Cissào Européia

Após  renunciar à exclusividade de comercialização do Explorer, Microsoft
colhe derrotas na Alemanha e na França
Os governos da Alemanha e da França recomendaram, que todos os usuários de internet dos dois países parassem de usar o navegador Internet Explorer, da Microsoft. O anúncio, na Alemanha, pela Secretaria Federal para Segurança na Tecnologia da Informação (BSI), foi feito depois de estudo da McAffee, apontando que as invasões aos sistemas do Google ocorreram por causa de uma falha no navegador. No comunicado, a BSI enfatiza o fato das falhas descobertas pela fornecedora de software de segurança no Internet Explorer ainda não foram publicadas e que a Microsoft ainda não liberou pacote de correção para os usuários.
O comunicado acentuou que ao rodar o software na "versão segura", o usuário pode dificultar uma invasão, entretanto, não estará garantido completamente contra uma eventual invasão. Por essas razões, os governos da França e da Alemanha sugerem a mudança imediata do navegador, por outro, que possa presevar os quesitos de segurança na navegação.
A gigante das buscas na internet, Google, investiga, nesse momento, os cyberataques chineses aos seus sistemas. O episódio vem se juntar às decisões da França e Alemana. Tudo após, há menos de um mês, a Microsoft ter alcançado o acordo no qual abriu mão da exclusividade de comercialização que detinha em relação ao Explorer. Perdas sucessivas no mercado Europeu. Perdas que deverão estender-se a outros mercados.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

RecordNews - Outra visão para 2010

Fátima Turchi, em entrevista no final do ano passado

http://www.youtube.com/watch?v=gq_d5tGwCas

Gostaria de ter comentários sobre essa matéria. Gosto de saber o que vocês pensam sobre essas idéias.
Aguardo!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Entrevista sobre câmbio na Venezuela, em video

Na íntegra
A leitura fica dispensada.
file:///C:/Users/Prof.Dr.CelsoGrisi/Videos/entrevistas.html

Venezuela e seu câmbio, outra vêz

Celso Grisi - Professor da Fundação Instituto de Administração (FIA)

SEX, 15 DE JANEIRO DE 2010 16:42 IN

Síntese da entrevista concedida à repórter Niviane Magalhães
15 de janeiro de 2010 - Desde o dia 8 de janeiro de 2009, a Venezuela convive com duas taxas cambiais. Na primeira delas, válida para itens considerados de primeira necessidade, o dólar custa 2,60 bolívares. Na segunda, para os demais produtos, a moeda norte-americana é vendida a 4,30 bolívares.
Para Celso Grisi, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA), inflação, queda da demanda, empobrecimento da população e dificuldade de relacionamento com o exterior, são as principais conseqüências que o país irá enfrentar.
IN - Por que o governo da Venezuela decidiu desvalorizar o bolívar?
Celso Grisi - Tínhamos na Venezuela um câmbio fixo há muito tempo e em paralelo ocorria uma desvalorização do bolívar muito forte, até porque a inflação da Venezuela é a maior da América Latina, de 25% ao ano. Com a moeda desvalorizando, não há outra saída a não ser mexer na taxa de câmbio, e foi essa razão que levou Hugo Chávez (presidente da Venezuela) reconhecer que não é mais possível manter o câmbio no patamar estável.
IN - Futuramente isso pode prejudicar a economia local?
Celso Grisi - Sem dúvida. Quais são as primeiras conseqüências de uma desvalorização cambial desta magnitude? O Chávez desvalorizou o câmbio em dois níveis. Primeiro, ele criou a taxa de câmbio para bens que ele considera essenciais, como alimentos, educação, produtos farmacêuticos, e elevou a moeda que valia 2,15 para 2,60, com alta de 20%. No segundo nível, ele desvaloriza a moeda para 4,30 para os bens não são essenciais. O povo venezuelano acorda 20% ou 100% mais pobre, porque agora é necessário uma quantidade de moeda local muito maior para adquirir aquilo que adquiriria antes.
IN - De que maneira o Brasil é afetado?
Celso Grisi - Toda vez que você desvaloriza a moeda nacional, de alguma forma a exportação é estimulada. Um país que não produz para atender sua demanda interna não deveria estar preocupado em fazer exportações tão grandes. As reservas que foram feitas na Venezuela, decorrem das exportações de petróleo. Mas o produto venezuelano sofre uma demanda no mercado interno muito maior do que a própria produção desses produtos pela indústria local. Então não vejo vantagem nenhuma do Chávez estimular a exportação para um país que é fortemente importador, como importam do Brasil. O Brasil é um grande exportador de alimentos para a Venezuela.
IN - Qual o benefício da reforma cambial, após cinco anos de estabilidade?
Celso Grisi - Evidente que uma moeda que ficou cinco anos parada, mas que sofria corrosão internamente, deveria ser reajustada para trazer a economia a um plano natural de evolução de preços. Essas taxas estavam muito artificializadas, tanto é que no mercado negro o preço havia atingindo mais de 6 bolívares por dólar. O próprio mercado negro sinalizava o desequilíbrio, e isso trouxe a dimensão desse desequilíbrio.
IN - Quais os reflexos imediatos na economia venezuelana?
Celso Grisi - Inflação, queda da demanda, empobrecimento da população e dificuldade de relacionamento com o exterior. Uma empresa de qualquer nacionalidade, evidentemente, terá que remeter lucros para o seu país de origem, mas na medida em que se cria uma desvalorização grande, é reduzida a remessa de lucros em dólar. Então o indivíduo passa a remeter muito menos. Isso quer dizer que Hugo Chávez está estimulando na Venezuela o desinvestimento feito pelas empresas internacionais e nacionais, que começam a ficar receosas com o comportamento da economia e da estabilidade das regras para fazer investimentos a longo prazo.
IN - Como essa medida será sentida no setor petroquímico?
Celso Grisi - O setor petroquímico é favorecido, porque vai exportar o produto por um dólar e vai receber 4,30 bolívares, quando recebia 2,15. Portanto, aumenta a remuneração e o lucro em moeda local das empresas exportadoras. Isso é benéfico para esse setor, mas vale lembrar que uma parte considerável está na mão do Estado venezuelano.
IN - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que não há necessidade de aumentar os preços dos produtos. Porém, direta ou indiretamente, os insumos serão afetados. O senhor concorda com a afirmação do presidente?
Celso Grisi - Nenhum Estado tem braço para conseguir controlar preços em estabelecimentos comerciais, quando eles são tão capilarizados por toda a Venezuela. Então é uma ameaça típica de um homem que desrespeita a ordem democrática. O preço é um fenômeno natural, não tem como evitar sua alta, e antagoniza o presidente com todo o sistema produtivo. Qualquer comerciante, pensando no custo de reposição dos estoques, vai precisar aumentar seus preços para ser capaz de comprar aquilo que comparava antes. Então haverá reajuste nos preços venezuelanos sem nenhuma possibilidade de não haver. Em segundo lugar, reajustados os preços, o processo inflacionário se instala. A primeira conseqüência muito ruim para a Venezuela é a aceleração, tornando muito mais pobre o povo venezuelano. Portanto, reduz a renda, reduz a demanda agregada.
IN - No Brasil, já foi adotada política monetária semelhante. Qual o comparativo podemos traçar com a Venezuela?
Celso Grisi - A desvalorização da nossa moeda não foi uma decisão do Fernando Henrique Cardoso, com os ataques cambiais. A moeda que ruiu. Mas é verdade que o próprio governo FHC acabou estabelecendo uma ordem na política fiscal muito grande, adotou uma política monetária forte, com taxas de juros e redução da liquidez, e como reflexo disso, nosso real vem se valorizando fortemente. Acho que está valorizado até demais, mas com o tempo isso sofrerá uma correção, até porque essa valorização excessiva ocorre mais pela desvalorização do dólar no mercado internacional, do que propriamente pela atração que a economia nacional exerce no investidor internacional.

sábado, 16 de janeiro de 2010

União Européia e seus preços

A inflação, na Zona do Euro,
fechou 2009 no nível mais baixo
de sua história
A Eurostat anunciou a mais baixa taxa de inflação da história da zona do euro. A taxa média da inflação para o conjunto de seus países-membros, em 2009, foi de 1,0%, frente aos 3,7%, registrado em 2008.
As taxas médias de inflação, para 2009, mais baixas foram registradas na Irlanda (-1,7%), Portugal (-0,9%) e Espanha (-0,3%). As mais altas foram observadas na Romênia (5,6%), Lituânia (4,2%), Hungria e Polônia (4%).
Os itens do IPC da zona do euro que tiveram as maiores altas anuais foram o álcool e o cigarro (4,8%) e o transporte (3,5%). As menores taxas ocorreram entre os alimentos (-1,3%), comunicações (-0,8%) e residências (-0,3%).
Não foram observadas, em nenhum país, movimentos de deflação dos preços. A crise não conseguiu produzir nem inflação, nem deflação. Portanto, a zona do euro tem apenas a combater seu baixo nível de atividade. Situação difícil, mas de administração possível.

Semaninha sem vergonha

Estados Unidos, Grécia e Venezuela trazem preocupações ao investidor
Os principais mercados globais recuaram na segunda semana de 2010. O Livro Bege do Federal Reserve revelou que as condições de recuperação da economia norte-americana continuam enfraquecidas e que o mercado de trabalho não tem reagido da forma esperada. O mercado de crédito se mostra ainda pouco ativo. Resultados corporativos, cujos anúncios começaram essa semana que passou, também decepcionaram, exercendo pressões baixistas nas bolsas de todo o mundo. Para complicar mais um pouco, o presidente Barack Obama, proporá uma taxação especial, de 10 anos, sobre os principais bancos norte-americanos. O Tesouro dos EUA estima que a arrecadação, com essa medida, deve chegar a US$ 90 bilhões nos próximos dez anos, repondo aos cofres públicos o dinheiro emprestado a estas instituições durante a crise financeira mundial. Para piorar, o presidente Hugo Chávez decidiu maxi-desvalorizar o Bolívar, enquanto na Europa, a Grécia continuou a preocupar os investidores, com seus desmandos fiscais.
Voltando aos EUA, o orçamento do governo registrou déficit de US$ 91,854 bilhões em dezembro de 2009 - décimo quinto mês seguido de saldo negativo. O déficit comercial cresceu de US$ 33,2 bilhões para US$ 36,4 bilhões no mês de do ano passado. O volume das vendas ao mercado varejista norte-americano decepcionou o mercado, assim como o número de pedidos de auxílio-desemprego.
Precisa mais? Foi uma semana para tomar consciência sobre as dificuldades da recuperação mundial.
No Brasil, país "abençoado por Deus e bonito por natureza", as vendas do varejo cresceram 1,1% em novembro de 2009, completando sete meses sucessivos de aumento no seu volume. variação nos preços medida pelo IGP-10, no período de trinta dias até 10 de janeiro, foi positivaem 0,20%. Isso que dizer que não há preocupações com a inflação. O IPCA de dezembro do ano passado, confirmou essa perspectiva otimista, com alta muito pequena, de 0,37%. Com isso, o acréscimo nos preços constatado em 2009 ficou em 4,31%, abaixo do centro da meta de 4,5%, estipulada pelo Conselho Monetário Nacional. Também foi divulgado o IGP-M do primeiro decêndio do mês, com inflação de 0,27%. Então, os temores com inflação estão afastados pelo menos por esse momento. O mercado de trabalho da indústria brasileira registrou em novembro uma alta de 1,1%, em relação a outubro, na taxa de emprego – a maior expansão desde janeiro de 2001.
Como nem tudo são flores, a balança comercial iniciou 2010 com saldo negativo de US$ 375 milhões e o fluxo cambial acumulou déficit de US$ 1,768 bilhão na primeira semana de janeiro.
Além disso, o governo alemão divulgou a revisão do PIB de 2009, mostrando queda de 5%, no acumuladodo ano, resultado pior que as expectativas do mercado.
Já a China mostrou que suas exportações totais avançaram 17,7% em dezembro, ultrapassando a Alemanha como o maior exportador do mundo. As vendas de carros do país tiveram um aumento de 55,9% em 2009, passando os EUA no posto de maior mercado automobilístico do mundo.
Invetidores foram se refugiar no dólar, mostrando que apesar do desmpenho decepcionantge, na semana, dos EUA, essaáinda é uma moeda crível. O dólar, no Brasil, fechou cotado na venda a R$ 1,773, o que representa uma alta de 2,49% frente ao fechamento da semana passada. No mercado de renda fixa, os juros futuros encerraram em queda na BM&F Bovespa, sinalizando que espera aumento da taxa Selic só mais para frente, quando a inflação mostrar algum movimento.
No mercado de títulos da dívida externa brasileira, o Global 40, bônus mais líquido, encerrou cotado a 134,50% de seu valor de face, queda de 0,29% na semana. Essa queda está em linha com o comportamento do risco-país, calculado pelo conglomerado norte-americano JP Morgan, que fechou cotado a 209 pontos-base, alta de 18 pontos na semana.
Quando o cenário piora, o Brasil, com todas suas virtudes econômiccas, acusa o golpe no risco-país. Isso mostra que sua economia ainda é considerada muito vulnerável a fatores externos

Mudanças de rumo ou as rotas se mantém?

Semana que vem é decisiva para entender os novos drivers dos cenários
de curto e médio prazos
Semana que vem, devem vir notícias de diversos indicadores decisivos para a economia internacional.
No Brasil, serão anunciados dados de nossa Conta Corrente. Pepare-se, por que os dados podem não ser animadores. Também serão anunciados dados referentes aos Investimento Estrangeiro Direto. Aqui pode haver decepções maiores.
Nos EUA, destaque para os dados de construções de novas residências e para o importante indicador de atividade, o índice regional do Fed da Filadélfia.
Na China, deverão ser divulgados os principais indicadores econômicos, dentre eles o PIB, a produção industrial e os resultados das vendas no varejo. A China criou, nessa semana que passou, com suas últimas medidas monetárias e com o anúncio de crescimento muito forte, inquietações nos mercados financeiros de todo o mundo. Vamos esperar pelo que se confirma e pelo que se nega. Quanto das informações da semana passada foram rumores e boatos. Quanto delas foram sinais e alertas, enviados pelo govrerno chinês 

No mundo moderno, as questões envolvem mais empresas que estados

Um incidente diplomático?
Mais que isso?
A Google contratou o iDefense Security Labs para esclarecer a onda de ataques aos seus sistemas na China. Os resultados da investigação começam a ser publicados, dando conta de que o malware responsável por esses ataques, e por outros desencadeados contra empresas norte-americanas, saiu de servidores ligados ao governo chinês.
O relatório técnico afirma que todos os endereços IPs registrados como fontes dos ataque são de uma única instituição, formada por burocratas chineses. Afirma também que os hackers colocaram o malware em arquivos .PDF, com o objetivo de identificar as vulnerabilidades dos softwares da Adobe Systems. O ataque à Google se assemelha aos ocorridos em meados do ano passado às empresas americanas localizadas no Vale do Silício. Ainda, segundo o relatório, foram usados os mesmo servidores, o mesmo sistema de hospedagem IP e todos participavam do mesmo grupo de redes secundárias. Daí decorre a conclusão de os ataques estão sendo orquestrados de maneira deliberada, com os objetivos de sabotagem e espionagem dessas empresas.
Estamos diante de episódio muito sensível a questões comerciais, diplomáticas e políticas. Nesses casos as retaliações são muito prováveis, envolvendo também vários níveis, além do comercial. De fato, está posto em risco a qualidade das relações internacionais. Em abril, teremos a reunião anual do FMI que encaminhará assuntos pertinentes à governança global. A reunião conta com a presença da China e dos Estados Unidos. Como ficarão essas questões, diante de um país acusado de espionagem e sabotagem? Voltaremos à Guerra Fria?
No decorrer da semana que vem esse assunto deve pegar fogo. Vamos acompanhá-lo.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Calendário de Eventos

Para o mês de janeiro
Escolha sua pogramação desse mês. Afinal ningém é de ferro.
O enderço e o programa são oficiais.
http://spturis.com/csp/calendario_site/exibe_eventos.php?month=1&year=2010&ln=br
Bom proveito.

Bancos: perspectivas para 2010

O que esperar para os bancos em 2010
Tudo leva a crer, no cenário macroeconômico nacional, em uma expansão do crédito na ordem de 20%, com redução da inadimplência, redução dos riscos e com expansão do portfólio ofertado. Em não havendo surpresas, no ambiente internacional que possam afetar o crescimento e a renda nacional, não há razões para esperar menos.
Há que se considerar que os bancos brasileiros apresentam grande capacidade de captação internamente e, melhor ainda, no mercado internacional, onde os custos andam muito favoráveis.
Por fim, vale lembrar o consenso dos analistas de mercado: antecipação do aperto na taxa de juros, em 2010 ,para o final do primeiro trimestre. Isso poderia ser um elemento de arrefecimento do crescimento do crédito, mas certamente, ampliariam os spreads e, portanto, o lucro da operação. Em outras palavras, os bancos esperam ter mais um ano de excelente rentabilidade. Aos aplicadores, recomendamos a compra desses papéis, sempre que sejam dos grandes players de mercado.

Desentendimentos sobre metodologias no cálculo dos impostos estaduais

Conselho desconhece origem
de R$ 33 bilhões em impostos
A reportagem abaixo causa espanto. Técnicos em arrecadação desconhecem as rubricas que compões as receitas de seus estados. Imaginem como anda essa fiscalização que não ignora as formas de arrecadar e as obrigações fiscais de cada um. O DCI surpreende um desvio da máquina areecadadora que assusta contribuintes e cidadãos. Bela reportagem.
Veículo: DCI
Data: 15.01.10 - Fernanda Bompan
http://www.dci.com.br/img/dot.gif
SÃO PAULO - Dados recentes divulgados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) indicam um aumento significativo na arrecadação de "outros tributos" e de "outros" - denominações fornecidas pelo órgão sem nenhuma especificação. Quando questionado sobre a falta de definições, o secretário executivo do Confaz, Manuel dos Anjos Marques Teixeira, afirmou que não saberia explicar ao que se referem os itens "outros tributos" e "outros", uma vez que " as secretarias da Fazenda passam os valores arrecadados e nós os divulgamos automaticamente", relata.
A reportagem do DCI entrevistou diversas fontes e a maioria conseguiu deixar claro o que significava essas categorias. A falta de explicações até mesmo da própria Confaz é problemática, pois foram recolhidos R$ 33,4 bilhões no ano passado, sem que se saiba - incluindo secretarias da Fazenda - a real origem dos recursos. Em 2008, foram arrecadados nessa categoria R$ 29 bilhões. Além disso, na categoria "outros" foram recolhidos R$ 4,9 bilhões, em 2008, subindo para R$ 8,1 bilhões, valor 65,31% superior.
O sócio- administrador da CP Consultores Associados e ex-coordenador tributário da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, Clóvis Panzarini, afirma que os dados de "outros" são imprecisos. "Para se ter uma ideia, São Paulo corresponde, na maioria das vezes, a um terço do total arrecadado no Brasil. Com relação a categoria outros, ele apresenta R$ 200 milhões recolhidos (2009), enquanto que o acumulado do País é de R$ 8 bilhões. Não faz sentido", justifica.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Fazenda paulista afirmou que desconhece outros tributos, que não os declarados como o ICMS, IPVA, Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) e taxas.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina, a definição de "outros tributos" refere-se a impostos que tem nomenclatura diferente de estado para estado, como o Impostos de Sobre Transmissão de Bens e Imóveis (ITBI) ou com relação a fundos, por exemplo o Fundo Pobreza da Bahia, que em Santa Cataria denomina Pró-emprego. Isto é, de acordo com a secretaria, não há padrão, como o ICMS ou o IPVA, fazendo com que Confaz direcione a arrecadação a "outros tributos". No caso da categoria "outros", refere-se a impostos não tributáveis, ou seja, ligados a convênios contratos, despesas públicas, entre outros. Sobre o aumento das categorias de 2008 e 2009, a secretaria não soube informar até o fechamento desta edição.

A supervisora fiscal da consultoria De Biasi, Luci Laura Alves Moreira da Silva, explica que o possível aumento na arrecadação da categoria "outros tributos", em alguns estados, pode estar atrelada ao aumento da cobrança do ICMS de substituição tributária (ICMS-ST), onde vários setores estão sujeitos ao recolhimento. "Com mais mercadorias contendo do ICMS-ST, maior o custo e maior a arrecadação", entende.
O professor e diretor presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, Celso Grisi, comenta que as categorias discutidas podem ser relacionadas a cobrança de taxas. "Entretanto, é bom lembrar que cada estado tem sua metodologia para divulgar suas arrecadações", avalia. As taxas que Grisi se refere podem ser de relacionadas contribuições de melhoria, conservação de limpeza , licenciamento de veículo, alvarás fornecidos, entre diversas outras.
Tentativas
A assessoria de imprensa da Secretaria da Fazenda de Minas Gerais não soube explicar quais são os outros tributos divulgados pelo Confaz referente ao estado mineiro. Segundo informação da secretaria, o dado mais relacionável é o de "outras receitas", que são as multas, juros e dívidas ativas. Mesmo assim, segundo a assessoria, os dados não batem. "O único modo que poderia bater é somar IPVA, ITCD e taxas que chegariam a R$ 3 bilhões, que são discriminadas em outro tópico."

A assessoria de imprensa da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul respondeu de forma semelhante ao órgão mineiro, ao dizer que a arrecadação acumulada de 2009 seria possível somados os tributos explicados.

Carbono: sequestro é uma decepção


Africa ultrapassa América Latina
Com base em informações de mais de 100 instituições, o relatório “State of the Forest Carbon Markets: Taking Root & Branching Out” apresenta os números e tendências para um mercado com grande perspectiva de crescimentos nos próximos anos.
Os mercados de carbono florestais captaram aproximadamente US$ 100 milhões em projetos de conservação, negociando 20,8 milhões de MtCO2 entre 2007 e a primeira metade de 2009, aponta o relatório State of the Forest Carbon Markets 2009: Taking Root & Branching Out, lançado nesta quarta-feira (13/1) pelo Ecosystem Marketplace. A região com maior número de projetos no mundo em desenvolvimento migrou da América Latina para a África. Apesar disso, globalmente, a América do Norte aparece ainda como a região com mais créditos em 2008, gerando 42% do volume negociado naquele ano, seguido pela África e América Latina com 26% e 21% respectivamente.
Os dados foram obtidos com base em entrevistas com mais de 100 participantes do mercado, 65 dos quais responsáveis por projetos de proteção ou restauração florestal e 37 intermediários. O trabalho, que traça um quadro do mercado atual e registra algumas novas tendências, tem como objetivo dar transparência ao mercado de créditos florestais.
Os pesquisados documentaram a presença do mercado em mais de dois milhões de hectares de florestas nos últimos 20 anos, o que resultou na captura de cerca de 70 milhões de toneladas de carbono (MtCO2) nas árvores.
Dados ainda muito modestos. Há espaço para muito mais e vontade política para muito menos. O barulho é grande. O resultado pequeno. Parto da montanha, sem dúvida.

Biblioteca virtual é prioridade francesa

França chama Google para criar
biblioteca virtual

O ministro da Cultura da França, Frédéric Mitterrand, vau sede do Google, na Califórnia, para definir essa parceria. O acordo prevê a cobrança de um imposto para a digitalização de livros a ser pago pela Google e, em contrapartida, o governo frances permitirá que empresa integrar a biblioteca digital francesa Gallica. Para isso a Google terá que desistir dos acordos de exclusividade que vem tentando firmar com as editoras e autores franceses, inclusive com a biblioteca municipal de Lyon.
Que tal nosso governo pensar em algo semelhante? Já é momento de popularizar a cultura nacional para nossa população, via web.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Ainda as previsões

Inflação oficial deve voltar a subir
e ficar em 5% neste ano
Veículo: DCI
14.01.10 - Karina Nappi
SÃO PAULO - Analistas do mercado financeiro consultados pelo DCI apontam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá encerrar próximo dos 5%, ou 0,5 ponto percentual a mais do que a projeção do Banco Central. Segundo Pedro Raffy Vartanian, professor da Trevisan Escola de Negócios, para evitar o repique inflacionário, o governo deverá tomar como principal medida a elevação da Selic. "A Selic será ao redor de 11%, assim como informou o Boletim Focus desta semana. O aumento será uma das medidas para evitar o repique inflacionário. Quando a economia cresce, a reação natural dos preços é de alta. Outros meios de frear a inflação, por parte do governo, é estimular a oferta, incentivando investimento das empresas e também apostando em infraestrutura", afirmou.
A crise econômica "ajudou muito a conter a inflação em 2009", segundo avalia a coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. Ela explica que, com a crise, houve redução da demanda internacional por alimentos, o que evitou maiores reajustes nesses produtos no mercado interno e, além disso, houve influência também do dólar mais baixo sobre os preços de vários produtos.
Segundo divulgou o IBGE, o IPCA em 2009 ficou em 4,31%, variação bem inferior à apurada em 2008 (5,90%). Entre as principais quedas de preços no ano passado, figuram itens diretamente influenciados pela redução do IPI, como automóvel usado com queda de 11,90%, eletrodomésticos que recuaram 4,85% e automóvel novo negativo em 3,62%. Os combustíveis fecharam o ano com alta de 2,61%, acima do resultado de 0,55% em 2008. Em 2009, o álcool variou 14,98%.
Para o economista Mauro Calil, o corte de impostos, como o governo pretende fazer com os combustíveis, deve elevar ainda mais a pressão inflacionária em 2010. "A redução de impostos é boa para estimular o consumo, mas o objetivo é conter a inflação, e para isso temos que conter a demanda. Uma redução de impostos como o benefício do IPI não reduziria a inflação."ou: "o álcool variou muito, foi o vilão de 2009. Por isso o governo anunciou este ano a redução da proporção do mesmo na gasolina, para não influenciar os índices inflacionários.
Para o especialista e diretor da Fractal, Celso Grisi, o ano será bom, teremos crescimento econômico por parte do mercado interno, se ajudado pelo mercado externo superará os 5%. "Todo período de crescimento produz uma pressão inflacionária. As pressões do câmbio, a demanda interna muito forte, os saldos das políticas anticíclicas agora adicionadas do reajuste do salário mínimo vão pressionar a inflação e com isso o BC terá que elevar a Selic. A taxa de juros deverá chegar 10,5% no fim de 2010, e sua trajetória de crescimento deve ocorrer logo no fim do primeiro trimestre", explicou Grisi.
A maioria dos economistas ouvidos pelo DCI afirma que, após registrar inflação de 4,31% em 2009, o IPCA deve ficar próximo dos 5% este ano, mesmo com alta nos juros.