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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Os resultados do PIB não surpreendem.

O PIB nacional é o retrato mais bem
acabado do desprezo à
iniciativa privada
O resultado do PIB do terceiro trimestre de 0,6% reafirma a impropriedade do discurso e do relacionamento entre o governo e o setor privado. Ao rivalizar-se tão claramente com os capitais, o governo semeou a desconfiança entre os investidores, subtraiu a previsibilidade das decisões de investimentos, fez reduzir a segurança jurídica e fragilizou o clima institucional.
Sem investimentos o país não crescerá. A demanda está exaurida como fonte de crescimento, dado o menor apetite dos bancos privados em conceder crédito e a forte resiliência da inadimplência diante de tantos estímulos fiscais e monetários. O crédito ofertado por meio do sistema bancário público, por outro lado, revelou-se insuficiente para atender a essa demanda nacional.
Mesmo assim, a despesa de consumo das famílias apresentou crescimento de 0,9% no terceiro trimestre de 2012, graças ao crescimento do emprego, da renda e dos incentivos a um extenso grupo de produtos do consumo familiar.
Os investimentos apresentaram resultados sofríveis e impactaram negativamente o PIB, ao caírem 2% em relação ao segundo trimestre e 5,6% em relação a igual período do ano anterior. A taxa de formação bruta de capital fixo recuou em -0,2% em relação ao trimestre anterior.
O setor de serviços, do qual sempre se espera muito, veio com crescimento nulo. Nesse sentido, as atividades de intermediação financeira, previdência complementar e serviços afins apresentaram queda de 1,3%.
Faltam investimentos e sem isso o mercado fica emperrado. Será preciso desobstruir as barreiras da confiança empresarial, por meio da mudança do discurso e da redução do intervencionismo do estado. Será necessário o exemplo oficial ampliando seu desempenho na realização das metas do PAC, acelerando as privatizações e dando de ombros para convicções envelhecidas de grupos ideológicos. A política externa precisa dirigir-se mais pelo pragmatismo econômico e menos pelos apelos políticos, buscando por parceiros mais relevantes do ponto de vista comercial e menos pelas simpatias pessoais entre chefes de estados ou suas afinidades políticas.

Devagar, devagar, devagarinho

Estados Unidos avançam lentamente
O PIB norte-americano, do terceiro trimestre, passou pela segunda revisão, registrando alta de 2,7%. A notícia animou os mercados ao longo do mundo.
Os pedidos de auxílio desemprego na semana finalizada em 24 de novembro caíram em mais 23 mil solicitações, conforme o Departamento de Trabalho do país, enquanto os gastos com consumo pessoal subiram em 1,6%. Parece que a recuperação está pegando no breu.
Finalmente, as vendas de imóveis pendentes referentes ao mês de outubro também tiveram alta. Nesse caso, as vendas cresceram 5,2% em relação a setembro, alcançando o maior nível de vendas desde o início da crise.
Os Estados Unidos podem dar início a um novo momento nas exportações brasileiras, voltando a importar produtos industriais de nosso país.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Tudo dentro do esperado

O Copom passa a pensar
mais em inflação
A taxa de juros ficou em 7,25% ao ano, em decisão unânime tomada pelos membros do Copom, no dia de ontem.
Com isso, a impressão é a de que o ciclo de redução da taxas de juros está encerrado. No comunicado sobre a decisão, o Copom informa que a Selic permanecerá estável por um período não definido, mas tido como “suficientemente prolongado”.
A afirmação parece definitiva em termos do encerramento desse ciclo. Entretanto, é evasiva quanto ao período de tempo em que a Selic se manterá inalterada.
Sinceramente, tenho a impressão que a inflação voltou a ser prioridade nas preocupações das autoridades brasileiras, sobretudo porque acreditam na recuperação econômica nacional.
Curioso que a decisão ocorreu quase que simultaneamente ao anúncio do IGP-M. A FGV mostra um recuo de 0,03% em novembro. Mas, o governo tem em mente que muito desse recuo veio dos preços dos alimentos que seguem tendência deflacionária no mercado internacional.
A capacidade instalada continua estável. Investimentos novos aguardam pela existência de novos mercados. Como a demanda não cresce, os investimentos privados não aparecem na economia brasileira. Parece mesmo que a trava do crescimento nacional está mais para o lado da oferta que para o lado da demanda.
Lembro que o mercado de trabalho continua apertado e que os rendimentos reais continuam em alta. E mesmo que o número de vagas criadas, com carteiras assinadas, seja menor que nos meses anteriores, esse indicador se mantém em território positivo.
A expectativa do consumidor, medido pela CNI, mostra crescimento discreto no mês de novembro, atingindo os 117 pontos. Sua natureza antecedente aponta para a disposição do consumidor em aumentar suas despesas. Há que se considerar também que estamos nos aproximando das festas de final de ano e que isso pode ser apenas um efeito da sazonalidade dos números, nesse período.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Quadro negro

As grandes incertezas e as
maiores preocupações
O dia nas bolsas mundiais foi de quedas. As incertezas não são novas, mas se agravam. Dizem respeito às dívidas de estados e de bancos. A ajuda à Grécia encabeçou a lista de ontem. Em seguida, a situação fiscal norte-americana apimentou as dúvidas. O relatório edivulgado pela Casa Branca deu conta de uma eventual redução no PIB de 1,4% nesse final de ano. Seria um retrocesso inoportuno à economia do país e, claro, a conjunção de todos esses elementos concorre para a formação de um clima de desânimo generalizado dos investidores no mundo.
A Zona do Euro está de olho na reunião dos ministros de finanças, em Bruxelas, e nas eleições regionais da Espanha. A Catalunha, região industrial responsável por boa parte do PIB espanhol, decidiu pela independência da região. Separatismo espanhol, dentro dos esforços de unificação da Europa. A decisão agora precisa ser discutida em nível nacional.
A Alemanha não podia passar despercebida em dia de crise. O ministro Wolfgang Schauble, como de costume, deu sua nota pessoal, ao declarar que um abatimento da dívida grega não estaria na pauta das discussões na próxima reunião de ministros de Finanças, em Bruxelas. Foi uma contribuição e tanto para o agravamento das expectativas dos mercados.
No Brasil, o Ibovespa veio abaixo, apresentando queda de 1,45%, encerrando o dia aos 56.737 pontos.
A semana começou torta. Os mercados aguardam pelo encaminhamento político das questões econômicas. A espera alimenta temores, amplifica as incertezas e imobiliza as dcisões.

sábado, 24 de novembro de 2012

Brasil, terra em transe

Ainda inconsistente, mas a caminho
 da recuperação
A Pesquisa Mensal de Emprego do mês de outubro mostra que a taxa de desemprego continua muito  baixa, enquanto a  renda mantem-se em crescimento forte. Em outras palavras, a situação é muito boa.
Entretanto, há que se considerar os dados do Caged, que registraram redução expressiva do saldo líquido de empregos formais criados, em outubro. Foram apenas 66,9 mil novas vagas.
O IPCA-15 do mês de novembro foi de 0,54%.  O preços desacelerraram em relação aos 0,59% do IPCA de outubro. A queda foi atribuída ao grupo de alimentos, cujos preços internacionais, dessa vez, jogaram a favor da estabilidade.
Enquanto isso, o IPC-S da terceira quadrissemana, apurado pela FGV, cresceu dos 0,35% da leitura anterior, para 0,38% da leitura atual. Levaram a culpa por isso as despesas com eletricidade e os condomínios residenciais.
Empolgante mesmo foi a notícia do CNI sobre sua sondagem industrial. A Confederação Nacional da Indústria mostra que seu indicador de atividade industrial evoluiu dos 47,1 pontos em setembro, para 54,9 pontos em outubro. Remanesce ainda a explicar o fato de a utilização da capacidade instalada não ter apresentado ganho algum. Manteve-se, ao contrário, estável em 74% nesse mesmo período.

Nos Estados Unidos...

A vaca precisa ser laçada
antes de alcançar o brejo
Embora as crescentes preocupações com o “abismo fiscal” norte-americano, a economia ficou marcada essa semana pelo bom desempenho do mercado imobiliário, outra vez.
Entretanto, espera-se que o índice da Universidade de Michigan, que apura a confiança, venha a sofrer alguma redução, em novembro.
O novo enrosco tem natureza legal e foi criado pelo fim dos benefícios e estímulos concedidos desde o início da década passada. O prazo previsto em lei se encerra no primeiro dia de janeiro de 2013. Os agentes econômicos retardam suas decisões à espera de uma solução para o impasse e, com isso, imobilizam a economia norte-americana à medida em que o novo ano se aproxima.
Cortes fiscais automáticos e o consequente aumento dos impostos poderiam lançar o país em mais um período de recessão. Portanto, a queda no índice de confiança reflete as expectativas pessimistas que estão dando o novo contorno das previsões para 2013. Nada seria pior, nesse momento, para os Estados Unidos e para o resto do mundo. O legislativo teria que oferecer rapidamente uma alternativa para prorrogação desse prazo de extinção dos favores fiscais concedidos à economia norte-americana.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Riqueza à venda

Brasil em liquidação
O saldo da conta corrente brasileira fechou outubro com déficit de US$ 5,4 bilhões. Até que não está mau. O déficit de setembro foi maior e no acumulado dos últimos 12 meses chegamos aos US$ 52,2 bilhões negativos.
A balança comercial, por sua vez, não tem ajudado. Embora superavitária, mantém-se distante de seus melhores desempenhos, contribuindo com US$ 1,7 bilhões apenas. As remessas líquidas de lucros e dividendos também foram menores ajudando a conter o déficit. Em sentido contrário, as viagens ao exterior e a ampliação do pagamento de juros pesaram no aumento do déficit de outubro.
A lavoura acaba salva graças aos investimentos externo diretos que financiam o mau desempenho das transações correntes. Em outubro, a entrada líquida foi de US$ 7,7 bilhões. Os recursos vieram predominantemente dos Estados Unidos.
As perspectivas da economia norte-americana não é boa e o abismo fiscal tem agravado  a percepção dos investidores daquele país. As boas oportunidades de aquisição no mercado brasileiro incentivam o influxo de capitais e, nesse mês, a venda da Amil afetou positivamente o ied por aqui. Restam poucos dias para o final da liquidação dessse ano. Não percam.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A OMC volta a ganhar expressão

Comércio internacional pode dinamizar
as economias ocidentais
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE – divulgou sua previsão sobre o crescimento chinês para os próximos cinco anos: 8% ao ano. É bom ir se acostumando a esses novos números chineses e entender que crescimento de dois dígitos é coisa inimaginável no curto e médio prazo.
Confirmando essa previsão, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Conselho de Estado chinês prevê que a desaceleração é uma tendência clara e dificilmente reversível, uma vez que reformas estruturais para favorecer o aumento da renda familiar não parecem possíveis no curto prazo.
Em um mundo tão estagnado, o comércio exterior também não se constitui em alternativa animadora para novas expansões. Ao contrário, o modelo de preços baixos adotado pelo país implica baixos salários e sacrifica o crescimento da renda.
O 13º Plano Quinquenal – 2016 a 2020 – prevê uma taxa média de crescimento de 7% ao ano para o país.
Portanto, melhor será voltar nossos olhos para a OMC e entender que um comércio mais livre, com barreiras abertas, e racionalizado pelas leis econômicas que presidem as trocas internacionais, pode ser a melhor saída para o mundo ocidental.

Inflação e crescimento

Na economia, tudo dentro do previsto
O choque dos preços agrícolas e suas repercussões no sistema econômico chegaram ao fim. De agora para frente, começam os ajustes deflacionários, que devem se estender até meados de dezembro. As commodities agrícolas se acomodaram depois das avaliações finais de estoques e das previsões das novas safras. Milho e soja deram tréguas à inflação e, nesse momento, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) desacelerou para 0,35%, na segunda quadrissemana de novembro. Na quadrissemana imediatamente anterior, encerrada em 7 de novembro, a alta dos preços, medida pelo  indicador da FGV, foi de 0,43%.
Por outro lado, e no mesmo sentido, a projeção de crescimento do PIB, pelo Boletim Focus dessa semana, registra queda para  2012 e 2013 cai. O crescimento do PIB em 2012 caiu para 1,52%, após cinco semanas de manutenção em 1,54%. A expectativa do mercado para o crescimento em 2013 também diminuiu, de 4% para 3,96%.
Passado o choque dos preços, quem ditará o comportamento da inflação será o ritmo da demanda interna e do o crescimento brasileiro.

sábado, 10 de novembro de 2012

Na terra do Tio Sam

Coincidência ou recuperação?
Os preços das importações subiram 0,5% em outubro comparados aos de. Parece aumento de consumo.
O indicador de confiança do consumidor subiu de 83,1 pontos em outubro para 84,9 pontos na primeira leitura de novembro. A esperança é que isso se reflita no consumo.
Os estoques do atacado aumentaram em setembro se comparados aos de agosto, indicando que os norte-americanos já se preparam para atender a demanda do Natal. Tudo aponta para crescimento econômico, ou será apenas outra coincidência? O abate de perus para o final do ano poderão  confirmar ou negar a suposição.

Coincidência apenas ou estagnação mesmo?

A bolsa foi mal. O dólar foi bem.
O Ibovespa encerrou a semana com queda de 0,29%, aos 57.357 pontos. Durante a semana, perdeu nada menos que 1,75%. O volume financeiro girado nessa última sexta feira esteve em R$6,529 bilhões. Nada animador.
O dólar por sua vez seguiu ontem sua trajetória de alta, com valorização de 0,29%, fechando a R$2,0480.
A inflação medida na primeira prévia do IGP-M de novembro, trouxe a melhor notícia da semana, ficando em -0,19 %.
O emprego industrial trouxe a pior. Recuou 0,3% em setembro em relação ao mês anterior.
Dólar em alta, bolsa caindo, emprego recuando e preços em queda. Pode ser só uma coincidência, mas tudo isso tem cara de estagnação econômica.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Dia da consciência econômica

Os agentes econômicos chegam devagar
ao centro do problema
Os pedidos de auxílio desemprego registraram, na semana de 29 de outubro a 3 de novembro, 8 mil solicitações a menos que na semana imediatamente anterior. Foram 355 mil novas solicitações, ficando bem abaixo das previsões da maioria dos especialistas e estudiosos do mercado de trabalho norte-americano. A notícia repercutiu muito favoravelmente e dá mais algum ânimo à recuperação do país.
No mesmo sentido, o déficit comercial dos Estados Unidos mostrou redução no mês de setembro. A Balança Comercial foi de US$ 41,5 bilhões nesse mês, segundo o Departamento do Comércio americano.
Conquanto os novos dados divulgados tenham sido positivos, o fato é que os agentes econômicos agora concentram suas atenções no chamado “abismo fiscal” no país e, claro, ao encarar esse problema são tomados por um natural desânimo. Os mercados nos Estados Unidos caíram.
Curioso que o problema só agora esteja vindo à tona. Trata-se de um problema antigo, de natureza estrutural, que mina a economia norte-americana há muito tempo. Portanto, não haveria, em tese, motivos para essas reações. Mas o pior pode estar por vir. Imaginem se os agentes econômicos olharem para o déficit em conta corrente. Vão relembrar dos chamados déficits gêmeos e aí, sim, os mercados podem sofrer perdas novas e mais contundentes.

Na União Europeia nada é tão definitivo

Acordos na Europa avançam sob restrições
Os mercados têm dificuldades em entender as decisões europeias e, por isso, sempre reagem mal aos acordos alcançados. Não é para menos, afinal a cada saco de bondade atribuído a um país, acompanha outro, de ameaças e reprimendas germânicas. É como se os alemães se culpassem pelas generosidades concedidas aos perdulários.
O Parlamento grego ontem aprovou as novas medidas de austeridade exigidas pelo grupo de credores internacionais do país, atendendo, dessa forma aos quesitos para receber mais uma parcela de € 31,5 bilhões do pacote de resgate. Era de se esperar por um dia de altas nos mercados europeus, ainda mais que os pedidos de auxílios desemprego nos EUA haviam recuado na última semana.
Mas, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Shaeuble, veio a público reafirmar o remorso coletivo da Alemanha. Declarou que ainda é muito cedo para se tomar uma decisão quanto à garantia de mais ajuda à Grécia. Foi um verdadeiro balde de água fria na fervura e os mercados caíram em meio às comemorações da desgastante aprovação do Senado grego.

Preços online

Preços sobem nos sites
de comércio eletrônico
O índice e-Flation, produzido pela Felisoni Consultores Associados, que monitora as variações dos preços de produtos ofertados online, apontou para inflação de 0,5% nos preços, nos sites de comércio eletrônico, no mês de outubro.
O resultado representa uma alta de 2,5 % em relação ao mês anterior.
As categorias com maiores altas foram: eletrodomésticos, com 0,54%,e eletroeletrônicos (0,49%), livros (0,31%), CDs e DVDs e cine e foto ( com 0,17%) e brinquedos (0,02%).
Com a proximidade das festas de final de ano, a procura normalmente cresce e essa alta pode se acentuar. É de se esperar, entretanto, que os preços passem a se comportar melhor no início de 2013.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

IPCA não dará sossego ao Bacen

Inflação é um mal cronificado
na economia nacional
Sem iniciar seu processo de aceleração, a economia brasileira já apresenta inflação crescente. Apurada pelo IPCA do IBGE, no mês de outubro, apontou alta de 0,59%. Considerados os últimos 12 meses, o IPCA é de 5,45%. Mas o que preocupa, se ela se mantém dentro da meta?
De fato, a preocupação vem de duas de suas mais recentes características. A primeira é que a inflação se mantém crescendo, ainda que o grupo de alimentos tenha desacelerado para 1,36%, em função da queda, principalmente, nos preços de carnes e açúcar. Isso significa que, mesmo sem as costumeiras e fortes pressões que os alimentos exercem sobre o IPCA, e ainda contando com a colaboração de outros grupos como habitação, a inflação se disseminou por outros itens de maneira mais intensa.
Aliás, essa é a segunda característica que provoca preocupação maior com o comportamento dos preços. O índice de difusão, como é conhecido o indicador que mede essa disseminação, apresentou-se em novo crescimento. Foi de 60,7% (IPCA-15 outubro), para 63,5%, no final desse mesmo mês, dando conta da generalização da alta dos preços por um número ainda maior de itens medidos.
Como se sabe, em sua definição mais básica, a inflação trata de uma alta generalizada dos preços do sistema econômico. Portanto, aumento na difusão pode não se traduzir por uma alta mais forte, mas a generalização, implícita na difusão, vem de encontro à natureza do fenômeno.
Barbas de molho!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Focus veio desencontrado

O que é bom e o que é mau.
Acreditar em inflação declinante e taxas de juros tão baixas é muito bom. Nesse sentido, fico feliz de ver o Boletim Focus.
Mas, o que é ruim é que para acreditar nisso é preciso crer que a situação mundial vai continuar agravada e que a demanda global não apresentará recuperação alguma. Isso, realmente, é muito mau.
Olhando o mundo, nessa última semana, observa-se que a indústria chinesa voltou a crescer, com seu PMI superando os 50 pontos. Coisa que sugere aos pessimistas pensar melhor sobre o próximo ano.
Mas, não é só com Ásia que o Brasil mantém fortes laços comerciais. Olhe para os Estados Unidos, ainda em período pré-eleitoral, trazendo maior ânimo aos mercados com o desempenho de seu mercado de trabalho. Nada brilhante, mas muito animador.
Esses fenômenos certamente se somam e trazem para o país uma expectativa de crescimento muito interessante. Considere agora o dólar no patamar dos R$ 2,00 e a desoneração horizontal pela que passou nossa economia, dentro dela, importantes setores industriais.
Não há razões para descrermos da recuperação brasileira e, por isso, precisamos abrir os olhos com as pressões inflacionárias. A liquidez é excessiva em nossa economia, o investimento estrangeiro continua forte, o mercado de trabalho mantém-se apertado, a renda real em crescimento e as exportações passarão a crescer, trazendo mais dólares e levando do país bens demandados internamente.
Fica o recado: prever juros baixos, inflação baixa, crescimento alto é, para dizer o mínimo, insensato.