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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Emprego

Desemprego menor decorre
de efeito sazonal
A Pesquisa Mensal de Emprego, realizada pelo IBGE em 6 das principais regiões metropolitanas do país, anunciou que em dezembro recuou ainda mais: veio de 4,9%, em novembro, para 4,6%, em dezembro de 2012. Claro que o anúncio é auspicioso, mas deve ser visto com relativo cuidado, uma vez que descontada a sazonalidade, o desemprego cresceu de novembro para dezembro, de 5,4% para 5,6%.
O mercado de trabalho continua apertado e a massa de rendimento real, segundo a pesquisa, cresceu 6,5% em relação a dezembro de 2011. (o rendimento médio real atingiu R$ 1.805 em dezembro, 3,2% maior que o alcançado no mês de dezembro de 2011).
Esses ganhos precisam ser preservados, e isso exige medidas mais rigorosas para promover a volta dos índices inflacionários em direção ao centro da meta.

O governo acordou

Novas definições para a política econômica
O governo divulgou os caminhos que pretende trilhar nos próximos dias. O real continuará a ser desvalorizado, não se prestando, portanto, a ser instrumento das medidas de combate à inflação. As políticas contracíclicas serão mantidas e o crescimento será incentivado.
Além dessas promessas, temos hoje uma decisão concreta: o governo zerou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para estrangeiros, nas aquisição de cotas de fundos de investimento imobiliário. O decreto foi assinado pela presidente Dilma Rousseff e publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira.
A alíquota do IOF será zero no momento em que o investidor estrangeiro realizar a operação de câmbio para usar aplicar no fundo de investimento.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sequelas virão

Quem procura acha
O IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas subiu 0,34% em janeiro. A alta nos últimos 12 meses é de 7,91%. Uma variação excessiva.
O IPC pressionou muito o IGP-M com uma alta forte de 0,98%. O IPA industrial chegou a 0,40%, enquanto o IPA agrícola amenizou essa pressão com um recuo de 0,62%.
Com o reajuste anunciado ontem dos preços dos combustíveis, a redução dos preços da energia e o represamento de vários preços administrado, além do novo artificialismo cambial que apreciou a moeda nacional, sabe Deus o que acontecerá com o IGP-M de fevereiro.
Pessoalmente, espero por novas altas da inflação e temo pelas sequelas dessa administração imprudente de preços que o governo federal vem fazendo.

Uma história sem fim

Do intervencionismo ao artificialismo
A Petrobras trará o pior resultado de sua história recente. Combustíveis até agora foram utilizados para conter a inflação. A inflação continua a deteriorar o quadro econômico nacional. Para possibilitar a recuperação da Petrobras, o governo vai quebrar o setor de energia e justamente no momento em que o racionamento pode se tronar um risco mais presente. Fico imaginando o que aconteceria com a oferta de energia se a recuperação econômica realmente se concretizasse.
Mas, mesmo assim, a inflação não dará trégua porque suas causas estão associadas a reajustes desproporcionais aos ganhos de produtividade do sistema econômico. Aumentar a taxa Selic seria visto como uma derrota tão flagrante que o governo sequer cogita essa possibilidade.
O excesso de populismo exigiu o intervencionismo estatal e afugentou os capitais estrangeiros. As privatizações prometidas devem, portanto, contar apenas com investidores nacionais, apoiados no BNDES.
Mas como conter a inflação? Restava o câmbio e o Bacen não hesitou em usá-lo, valorizando a moeda nacional. Os importados ficam mais baratos, embora a indústria, que esboçava uma reação, será outra vez desestimulada.
Os influxos de capitais terão novas quedas, provocadas pela intolerância dos investidores ao novo artificialismo engendrado no âmbito da política cambial. Sem capitais estrangeiros para fortalecer os investimentos nacionais, podemos esperar por um crescimento sofrível do PIB em 2013.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Os preços agrícolas ficarão estáveis

O Produtor rural terá que conter
seus custos de produção
Toda vez que as commodities agrícolas entram em alta, os insumos para sua produção também se reajustam. Esses reajustes de insumos costumeiramente são maiores que os dos produtos finais. Entretanto, quando os preços caem, os insumos não abaixam de preço, ou sofrem apenas pequenas deteriorações. Foi isso que aconteceu nos últimos anos com os preços de calcário, defensivos, fertilizantes e outros itens da aquisição para a produção anual.
A observação das planilhas de custos dos últimos três anos evidencia que as altas foram invariavelmente maiores que os preços dos produtos finais, impondo ao agricultor a necessidade de rever seus gastos e seus investimentos. Investimentos, agora, devem ser feitos apenas para os casos de aumento de produtividade e, ainda assim, obedientes a prazos mais amplos de financiamentos para reduzir o valor das exigibilidades. As oportunidades de ganho nessa área estão muito associadas às operações de colheita, transporte e armazenamento. Sobretudo no caso dos grãos, onde os desperdícios provocados por máquinas mais antigas e pelas perdas de qualidade, decorrentes do inadequado armazenamento, desembocam em reduções substanciais das receitas agrícolas.
No caso da cana, as observações de campo apontam para um baixa qualidade da operação do plantio, em função de uma mão de obra despreparada e de qualidade sofrível. Também os tratos culturais têm deixado muito a desejar. Isso abreviou o ciclo de produção da cana para cinco anos, obrigando a gastos de renovação dos canaviais maiores e em prazos mais curtos.
Para o próximo ano, é de se esperar que os preços se estabilizem em função das boas perspectivas apresentadas pelas safras norte-americana, colombiana, brasileira e argentina. As quantidades serão suficientes para atender a demanda das principais commodities e pelo menos uma parte considerável dos baixos estoques atuais venham a ser recompostos.
Portanto, rédeas firmes na condução dos custos da produção agrícola.

domingo, 27 de janeiro de 2013

PMI europeu também reage

Comércio internacional é a vertente encontrada para produzir crescimento na Europa
PMI composto da Zona do Euro também subiu: foi dos 47,2 pontos no mês de dezembro para 48,2 em janeiro. Continua abaixo dos 50 pontos há um ano. Acima dos 50 pontos o PMI indica expansão da economia, o que de fato não ocorreu nos últimos 12 meses.
O superávit em transações correntes do bloco atingiu resultado, maior que as previsões dos especialistas. Bateru os €14,8 bilhões, no mês de novembro.
A vertente do comércio internacional é a mais promissora para a Europa nesse instante.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Estados Unidos melhor outra vez

A indústria também reage nos USA
O PMI dos gerentes da indústria norte-americana cresceu dos 54,0 pontos no mês de dezembro para 56,1 pontos na primeira leitura de janeiro. Esse foi o maior desempenho desse indicador desde março de 2011. Olha que a aceleração econômica se confirma.
Em adição, o Conference Board noticia aumento de 0,5% no índice de indicadores antecedentes de dezembro de 2012, quando comparado ao mês anterior. O maior desempenho referiu-se aos pedidos de auxílio desemprego, dando novo ânimo aos analistas e investidores.

Japão enterrado em dívidas

A China avança
A China essa semana compensou, em parte, as notícias pessimistas que vieram do Japão em termos de política monetária. Anunciou ontem o aumento de seu PMI de gerentes de compras da indústria. A variação não foi grande, mas foi positiva. O índice estava em 51,5 pontos no último mês de 2012 e evoluiu para 51,9 pontos em janeiro, atingindo o maior nível em dois anos. Veja na figura seguinte onde estava o PMI no meio de 2012:
Um esforço adicional na área monetária do Japão faria muito bem para toda a região. Mas a dívida do país, em grandes números, é mais que o dobro de seu PIB. Um ar de funeral inunda a economia japonesa. Credo!

Consumidor não tolera alta de preços

E a confiança do consumidor recuou
Com tudo que se possa pensar a favor do esforço governamental, a FGV divulgou seu índice de confiança do consumidor do mês de janeiro, apontando recuo de 0,7% em relação a dezembro do ano passado. É a quarta vez que esse índice mantem-se em queda, evidenciando um otimismo cada vez menor com a economia do país.
Difícil entender a atitude desse consumidor. Não falta emprego, a renda real cresce em boa velocidade, o salário mínimo foi reajustado de forma generosa e os juros estão baixos.

Ainda recentemente, anunciou-se a redução da conta de energia para os domicílios brasileiros.
Há uma explicação que talvez possa ser buscada no comportamento dos preços pagos pelo consumidor. Realmente a inflação tem crescido nesses últimos meses. E, conquanto os sucessivos alertas feitos pelos economistas, ela não saiu de controle, embora se aproxime do limite superior da meta. De fato, ninguém gosta de pagar mais pela mesma coisa.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Até tu, Brutus?

A preocupação chega, enfim,
às autoridades monetárias
O Banco Central reconheceu em seu comunicado de hoje que a inflação vai voltar a ter primazia nas decisões de política monetária. Deixa entender que a prioridade dada ao crescimento poderia levar a inflação a patamares indesejados. O problema do baixo crescimento foi diagnosticado com decorrente das insuficiências da oferta nacional.
Ainda que de forma tardia, é confortante saber que o Bacen reconheceu a seriedade do problema e decidiu voltar às funções que realmente lhe são pertinentes. Nesse caso, disfarces e eufemismos são até admissíveis, tornando palatável sua argumentação sobre a convergência da inflação para o centro da meta. Por outro lado, reconheçeu pressões inflacionárias de caráter temporário, como é o caso daquelas oriundas do ambiente internacional, e outras de curto prazo, associadas a movimentos sazonais. Sustentou ainda que as altas das commodities metálicas serão compensadas pelo comportamento dos preços internacionais das commodities agrícolas e que os reajustes dos preços dos combustíveis serão compensados pelas reduções das tarifas de energia.
Embora tudo isso, em sensu stricto, não seja de sua conta, nem esteja entre seus deveres essenciais, torço, sinceramente, para que o Bacen esteja certo!

Preços fora de lugar

Diante do IPCA-15, como fica a
Ata do Copom?
O IPCA-15 registrou alta de 0,88%, em janeiro. No acumulado dos últimos 12 meses ficou em 6,02%. Que feio!
Mais feio ainda porque a difusão da inflação está cada vez maior; ou seja, a alta de preços é cada vez mais generalizada. Dessa vez, não dá para culpar apenas os alimentos.
Sempre volto a esse assunto, mas em respeito a boa teoria econômica, não se pode reajustar salários em velocidade maior que o ganho de produtividade do sistema econômico. O reajuste do mínimo foi imprudente, o mercado de trabalho está apertado e o real mais desvalorizado pressiona os preços internos. Fico perguntando, como fará governo que precisa promover um acerto nos preços dos combustíveis? Que decisões virão pela frente no que diz respeito aos preços administrados? E o que se fará agora que a Selic está tão baixa?
Imagine se, ainda por cima, o PIB não der uma boa resposta aos incentivos e estímulos governamentais.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Breque de mão puxado

O Japão poderia ter sido
menos conservador
Todos esperavam por uma política monetária mais audaciosa, ampliando a liquidez do sistema econômico japonês. Não foi o que aconteceu.
O atual programa de compras de ativos estará mantido até o final de 2013 e só será revisto em 2014, com possibilidade de sua expansão. A meta da inflação será então elevada dos atuais 1% para 2%.
Essa decisão mostra não haver razões para esperar qualquer novidade na economia japonesa desse ano. Pensava-se que o Japão pudesse contribuir para a aceleração do PIB global e para o avanço do comércio no mundo. A Europa avança suas condições institucionais e busca romper com a recessão instalada na região. Os Estados Unidos e a China buscam também imprimir maior velocidade aos seus respectivos crescimentos. O Japão vira as costas para a recuperação mundial e nega-se a emprestar contribuição ao esforço coletivo.
Curioso! Até porque a economia japonesa mantém-se recessão por um tempo maior do que o esperado. Pior, seu sistema de preços, durante esse período, convive com um eminente risco de deflação.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Cenário para economia brasileira em 2013

O Brasil em 2013:
uma perspectiva econômica modesta
1.   A combinação de uma política de renda que reajusta o salário mínimo em percentuais imprudentes com um apertado mercado de trabalho levarão os salários a crescer mais rapidamente que a produtividade do sistema. Prato cheio para a inflação.
2.   Nesse contexto, a política monetária de juros baixos levará a inflação em direção ao limite superior da meta.
3.   A alternativa de aumentar a taxa Selic parece descartada como elemento de contenção de eventuais altas de preços.
4.   O crescimento dos custos da unidade de trabalho permanecerá, junto com a carga tributária e a infraestrutura, como as grandes barreiras à recuperação da competitividade nacional.
5.   As reformas devem passar incólumes pelo ano de 2013. O desgaste do governo, pelo fracasso na área econômica, subtrai as condições para eventuais iniciativas relacionadas às reformas no âmbito tributário, previdenciário, trabalhista, administrativo e do funcionalismo.
6.   A reforma patrimonial também terá ritmo excessivamente lento.
7.   As privatizações coincidirão com um período de desencanto dos capitais internacionais pelo país.
8.   A inadequada regulação e a incapacidade do estado aparelhado comprometerão a eficiência processos de privatização.
9.   Os investimentos estatais e privados reagirão negativamente ao peso desses desencontros e podem apresentar desempenhos frustrantes.
10.              Os investidores continuam arredios à intervenção do governo na ordem econômica, com o baixo crescimento e com as frustrações no cumprimento de metas estabelecidas.
11.              Investidores mudarão suas atitudes apenas quando houver sinais mais claros de que a economia brasileira está realmente se recuperando.
12.              O fornecimento de energia se constituirá em mais um entrave ao crescimento nacional.
13.              Por outro lado, o serviço da dívida pública e a inadimplência das pessoas físicas diminuirão mais expressivamente, abrindo possibilidades para a expansão do crédito.
14.              A prudência marcará essa expansão creditícia e elevará o crescimento do consumo de maneira apenas moderada.
15.              O risco de baixo crescimento do PIB é, portanto, possibilidade muito presente, contrariando claramente as expectativas oficiais.
16.              O governo, salvo mudança da equipe econômica, continuará com sucessivas intervenções, apoiados em novas medidas de estímulos.
17.              Como consequência, o processo de enfraquecimento do real deve continuar.
18.              O saldo da balança comercial, o déficit em conta corrente e os fluxos cambiais ainda não sofrerão conseqüências significativas.
19.               O superávit primário, entretanto, deve reduzir-se, sob o pretexto de menores exigências de reserva.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Um cenário mundial para 2013

O mundo em 2013:
as emoções já não serão tantas
Os maiores problemas foram encaminhados e as principais fontes de rupturas foram anuladas. Pelo menos temporariamente.
1)  A China volta-se para dentro:
a.   Sua economia realizou em 2012 um bem comandado pouso suave.
b.   O baixo crescimento mundial e altas dívidas dos países desenvolvidos incentivaram a substituição do mercado externo pelo mercado interno.
c.   O país inicia uma lenta retomada do crescimento.
2)  Os Estados Unidos melhoram suas condições institucionais:
a.   Desde 2008, o esforço para ampliar a velocidade da recuperação assentou-se em medidas monetárias, trazendo liquidez ao mercado interno e inundando mundo om sua enfraquecida moeda. A “guerra cambial” levou à medidas defensivas em várias partes do mundo.
b.   Os estímulos monetários envolveram a compra de títulos de longo prazo e de papéis lastreados em hipotecas. Com isso o juros de longo prazos foram levados para baixo e o mercado imobiliário, para cima.
c.   O acordo alcançado em torno do abismo fiscal trouxe condições institucionais mais favoráveis ao crescimento.
d.   Lentamente, o consumo e o estoque de crédito crescem, o desemprego recua e o mercado de imóveis recupera-se.
3) Na Europa, o sonho diplomático da unificação resiste à crise global.
a.   Os líderes europeus superaram suas divergências e reafirmaram os propósitos da unificação.
b.   Os países membros estão comprometidos com a realização de seus ajustes, em velocidades próprias, conforme suas circunstâncias e possibilidades.
c.   Credores compreendem que cumprimento integral das metas fiscais conduziria a recessões socialmente inviáveis e a riscos de desintegração da moeda única.
d.   O BCE assume as funções de supervisor das instituições bancárias da região e, igualmente, assumirá o de autoridade fiscal junto aos estados membros.
É notável ver os avanços no plano das instituições à busca de instrumentos e de organismos que pudessem fazer frente às aventuras financeiras dos agentes, nos últimos anos. Viveremos, a partir de agora, em um mundo com menores emoções.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Torcida não ganha jogo

O Brasil, na arquibancada, torce pela recuperação norte-americana
Com baixo crescimento e com menor vitalidade no consumo, o Brasil espera pela recuperação norte-americana. Antes, a torcida era pela China. Mas os fatos mostraram que a China não volta ao crescimento de dois dígitos. Portanto, apena alguns setores de nossa economia continuarão a se beneficiar daquela parte do mundo. Para ficar no óbvio, vamos lembrar a carne, soja, minérios, etc.
Como a Europa é um mato sem coelho, o que sobra mesmo são os Estados Unidos, com todas suas inconsistência e disputas políticas entre os dois partidos de peso, no país.
De lá chegam notícias contraditórias. Veja o caso de ontem. Os pedidos de auxílio desemprego subiram. Foram mais 4 mil solicitações na semana encerrada em 5 de janeiro. Por outro lado, as vendas no atacado avançaram 2,3% em novembro, depois do recuo, em outubro, de 0,9%.
Dá a impressão que o consumo está aumentando, com o desemprego se ampliando. Em primeiro lugar, os pedidos de desemprego referem-se à primeira semana de janeiro (logo após as festividades do final do ano), enquanto os dados de consumo dizem respeito ao mês de novembro (período anterior às festas e, portanto, embutindo os efeitos do consumo sazonal).
Também é importante lembrar que variações de 4.000 pedidos de desemprego, em uma economia do tamanho da norte-americana, são desprezíveis.
Melhor ficarmos com as interpretações mais permanentes e sempre considerarmos o período a que esses dados se referem. Os Estados Unidos mostra recuperação, sim. Mas, necessariamente ela terá que se dar em ritmo lento, em função de seu elevado nível de endividamento.
O resto é gritaria da geral.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Recados mal enviados e propostas não aceitas

Manifestações ideológicas são sinais
sobre rumos da economia
O governo brasileiro não precisava, nem deveria, ter enviado à Cuba representantes para acompanhar de perto o estado de saúde do presidente Chavez. Do ponto de vista diplomático, haveria certamente atitudes mais inteligentes e menos comprometidas, ou comprometedoras, para manifestar sua solidariedade. Ficou claro haver entre o governo brasileiro e o venezuelano mais do que simpatia próprias aos bons vizinhos mas, uma identidade de objetivos e de métodos políticos.
Para o capital o privado o recado está dado. Basta lembrar das agressões venezuelanas a sua imprensa, das nacionalizações, das seguidas medidas de descumprimento de contratos, dos desrespeito à propriedade. O capital internacional recebe silente o aviso e recua.
Por outro lado, os sucessivos jogos contábeis feitos nos fechamentos das contas brasileiras, a cada ano, deixam claro que os métodos também serão os mesmos. Também fica claro que o conflito Paraguai versus Venezuela, no âmbito do Mercosul, não se tratou de defesa a princípios democráticos.
Como acreditar que renúncias fiscais sejam estratégias? O capital tem entendido esses favores como táticas, ou antes, como manobras para recuperar o crescimento econômico e ampliar o prestígio de um governo que esconde suas verdadeiras convicções. A retórica do desenvolvimento parece ser artimanha para encobrir o engendramento dos ambiciosos sonhos políticos não confessados. Os objetivos são apenas partidários e não contemplam um plano para todo o país.

Vai Curintia

Dados confirmam o estado da economia
Índice Geral de Preços, na primeira prévia de janeiro, apresenoua alta de 0,41%, após avanço de 0,50% no mês anterior.
O IC-Br de preços das commodities cresceu 1,47% no mês de dezembro em ralação ao mês anterior, apontando para novas pressões sobre os preços do sistema econômico.
As previsões sobre inflação para o primeiro trimestre parecem que já estão garantidas, sem que o governo tenha que cometer novos erros na política monetária.
No câmbio, a situação aponta o marasmo dos investidores em relação ao Brasil. O fluxo cambial da primeira semana do ano fechou com saldo negativo de US$ 84 milhões, dando continuidade à tendência do último mês do ano passado. Em dezembro, o saldo negativo foi de US$ 6,7 bilhões.
Para entender o que está ocorrendo na área cambial, é preciso lembrar que, em 2012, o saldo positivo foi de apenas US$ 16,7 bilhões. Em 2011, o saldo cambial havia sido de US$ 65,2.
Mesmo assim, o Banco Central tem que intervir no mercado de câmbio para garantir a apreciação do dólar face ao real.
Inflação em alta, em ambiente de baixo crescimento e a moeda nacional sofrendo pressões para valorização, no momento em que o fluxo cambial é sofrível.
Tudo a ser creditado na conta do intervencionismo autoritário do governo central.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

É hora de mudar

Governo precisa rever sua lógica.
O influxo de capitais reduziu-se muito nos últimos tempos e o real continua pressionado. Para segurar o valor do dólar próximo aos R$2,00, o Banco Central comparece fortemente no mercado de câmbio. Fico imaginando se os investimentos diretos voltarem a crescer e se o mercado financeiro brasileiro voltar a ser atraente.  O real passará por nova e inevitável onda de valorização, dada a oferta excessiva de dólares. Essa convicção de que o Banco Central conseguiria sustentar o real menos valorizado, precisa ser substituída por uma política cambial nova e menos vulnerável às ações dos investidores. Sugiro voltarmos a considerar o caso da Suíça, que decidiu por uma política expressa e sustentável.
Enquanto isso, o IPC-S subiu 0,77% na primeira quadrissemana de janeiro. Não há como aceitar uma inflação crescente no país. O país não cresce o seu PIB e o consumo coloca pressão sobre a oferta. Essa contradição pede ao governo que reveja seus postulados atuais.
Caminhamos mal na política monetária, perdemos o pé da política cambial e a criatividade contábil minou a credibilidade da política fiscal. Em outras palavras, os fundamentos econômicos já atingem um nível preocupante de degradação.

Altos e baixos

Termômetro mostra que o ano
vai ser mesmo volátil
Notícias boas chegam por todos os lados, mas não conseguem espantar a volatilidade das bolsas no mundo enquanto as maiores economias não reduzam seus riscos. É no contágio que “mora o perigo”. Muitos dos sistemas financeiros nacionais ainda estão muito vulneráveis e dependeriam de socorros de seus respectivos governos. Mas, muito desses governos também estão financeiramente nocauteados. Daí porque o investidor não acreditar que "o roto salvaria o rasgado" e, apoiados em suas teorias sobre efeitos dominó, comportam-se de maneira descomprometida com o longo prazo. O resultado óbvio é a volatilidade.
O Ibovespa estava ontem em seu terceiro dia sucessivo de queda, aos 61.127 pontos, mas com um volume financeiro de R$7,38 bilhões. Volume muito forte para quem estivesse fugindo da bolsa.
Isso quer dizer que muitos investidores começaram a forma suas carteiras para em futuro próximo realizar novos lucros. Esse é o jogo!
Para quem quiser investir em prazo mais longo, melhor selecionar carteiras com papéis mais estáveis, ainda com bons preços e com uma política de distribuição de dividendos mais generosas. Aí é só esperar. Por quanto tempo? Só Deus sabe.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Nada funcionou

Foram muitos anos de destruição
Resta assumir os fatos. Foram muitos anos de defasagem cambial que desestimularam investimentos. As empresas industriais, submetidas a um regime de moeda forte, foram sucateadas ao longo de anos. As máquinas e equipamentos envelheceram, os sistemas se defasaram, seus trabalhadores de melhor nível foram buscar outras ocupações e seus melhores executivos migraram para outros setores.
Por mais que os alertas fossem feitos, a apreciação do real exerceu sempre uma atração irresistível sobre nossas autoridades econômicas, desde o início do governo Lula. A inflação estava contida por essa artimanha cambial, de péssima qualidade.
Estamos vendo os resultados na produção industrial do mês de novembro de 2012: -0,6% em relação ao mês anterior, que, de fato, após a revisão ficou em território positivo, em míseros 0,1% de crescimento.
O mau desempenho industrial, segundo as leituras feitas, deve-se ao setor de produção de veículos, talvez o mais beneficiado pelos incentivos governamentais.
Mesmo isso, contudo, não pode esconder que o resultado negativo foi generalizado no setor industrial, fazendo crer que o problema tem dimensões estruturais profundas e de difícil correção. Mais do que isso, não há razões para dar sustentação às perspectivas de recuperação industrial no curto ou médio prazo.
As questões do câmbio foram suportadas pelos agentes econômicos enquanto a degradação de nossa infraestrutura e a carga tributária não alçavam seus limites de máximo, estrangulando qualquer sonho de manutenção de preços competitivos no mercado internacional.
O Ministério da Fazenda precisa abandonar as práticas de improvisar bondades e distribuí-las de forma ocasional. Será preciso articular um conjunto de medidas que caracterize uma nova política industrial, imputando direção às políticas tecnológicas e de educação.
Como estamos constatando, o crescimento pelo lado do consumo não é mais uma vertente promissora. O tempo das demagogias sociais e assistenciais se exauriu. Agora temos que investir, produzir e poupar.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Europa

A taxa de desemprego na Europa
Nessa semana o mundo conhecerá a taxa de desemprego na Zona do Euro. A queda economia da região tem conseguido reduzir lentamente o desemprego. A bem da verdade, o desemprego se apresenta, há mais de um ano, em queda consistente na Europa. Entretanto, a taxa é sempre uma média de toda a região e, alguns países, sobretudo os periféricos, exibem suas taxas ainda muito altas e sem perspectivas de reduções no curto prazo.
Mas, ao mundo, parece importar apenas a taxa média da região e se ela vier em os mercados financeiros comemorarão.

Justificar o injustificável

Inflação e crescimento em direção opostas
Acontece que o país deixou a inflação subir para alcançar uma taxa de crescimento da riqueza pelo menos acima do crescimento populacional. A inflação de 2012 efetivamente deve, nessa semana, apresentar sua real e definitiva magnitude. Quanto? Bom seria preciso acertar o IPCA de dezembro que, nas expectativas do mercado, estará alcançando os 0,68%. Nesse caso, a inflação, no ano que passou, será e 5,7%.
Distante do centro da meta, mas abaixo do limite superior de 6,5%. Não mereceria reparo, se o PIB tivesse minimamente alcançado uns 2,5%. Não foi o que aconteceu.
Intervencionismo, autoritarismo, voluntarismo revalizaram governo e agentes econômicos. O apego à ideologia arcaica comprometeu a eficiência administrativa e a modernização das políticas públicas. Conservou o estado aparelhado e trouxe a incompetência e a corrupção aos órgãos que regulam e fiscalizam o mundo econômico. O pragmatismo foi substituído pelos discursos demorados e confusos. Sempre permeados por boas intenções e a exibir a ética inexequível.
Um comando central contraditório e inconsistente que conseguiu jogar o crescimento para baixo e a inflação para cima. Agora, "toca" justificar o injustificável.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A hora é dos grandes especuladores

As expectativas sobre a bolsa no Brasil
O Ibovespa deve subir em degraus, mas com bons escorregões durante o ano. Não faltarão motivos para sustentar períodos de altas entusiasmantes. E de baixas assustadoras. Portanto, as dúvidas e incertezas sobre as oportunidades de compras e vendas vão povoar a cabeça do investidor e as colunas especializadas dos jornais.
Há sim espaços para novas altas, não só porque os preços continuam atraentes, mas pelo melhor desempenho da economia mundial e, particularmente, da economia nacional.
Alguns setores não devem desapontar os que se dedicaram à ingrata atividade de fazer previsões, no final do ano passado: construção cível, agronegócios, varejo, infraestrutura, farmacêuticos, alimentos são apenas alguns dos mais óbvios exemplos de bons desempenhos empresariais esperados.
Os primeiros meses do ano podem marcar uma volta dos capitais internacionais a esse mercado, desde que o governo reduza seus criativos movimentos intervencionistas na ordem econômica nacional e definitivamente expurgue a corrupção das instituições que regulamentam e fiscalizam setores e empresas.
É bom não se deixar empolgar com as primeiras altas. Dentro do lento quadro de recuperação mundial, não admita hipótese superior a 70.000 pontos para bolsa esse ano, embora ela possa até ultrapassar esse limite, com certa facilidade. Lembre-se que ela também pode voltar abaixo dos 60.000 pontos.
A hora é dos grandes especuladores. Mas, o homem comum pode se beneficiar dela, se sua ambição estiver sob controle.

Prepare o seu coração

Bastou o encaminhamento dos problemas norte-americanos

As expectativas começam a ser revertidas no ambiente internacional. Os capitais vão se mexer fortemente nos próximos dias, mesmo com um acordo pouco promissor para o governo dos Estados Unidos. As commodities devem baratear, provocando um efeito positivo nos custos industriais. Os preços das matérias primas agrícolas não devem oscilar significativamente,em função da demanda internacional que continua firme. Reparem o que já começou acontecer. As bolsa devem ser beneficiada, ms continuará ainda muito volátil. No mundo econômico atual, há fortes razões para isso na Europa, nos Estados Unidos e no Oriente Médio.

  COMMODITIES METÁLICAS
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