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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Informalidade em queda no Brasil

Um estudo interessante sobre
informalidade no Brasil

Transcrevo parte do trabalho realizado por Rodrigo Leandro de Moura da IBRE/FGV-RJ e Fernando Holanda Barbosa Filho também da IBRE/FGV-RJ.
“A Tabela 1 mostra a redução da taxa de desemprego e da taxa de informalidade mensuradas com dados da PNAD entre 2002 e 2011. Como visto em Barbosa Filho e Pessoa (2011) houve uma grande queda da taxa de desemprego mensurada pela PME nos últimos anos, mas esta queda é menos severa quando calculada com os dados da PNAD. A principal diferença que explica o resultado é que a taxa de desemprega era mais baixa no país como um todo do que nas regiões metropolitanas. Principalmente, nas regiões metropolitanas estudadas pela PME. Também da IBRE/FGV-RJ


Tabela 1: Taxa de Desemprego e de Informalidade


Ano
Taxa de Desemprego
Taxa de Informalidade
2002
9,1%
43,6%
2003
9,7%
42,3%
2004
8,9%
42,5%
2005
9,3%
41,4%
2006
8,4%
40,7%
2007
8,2%
39,1%
2008
7,1%
38,1%
2009
8,3%
37,4%
2011
6,7%
32,7%
2011-2012
-2,4p.p.
-10,9p.p.

Fonte: Elaboração Própria com dados da PNAD

A queda da informalidade ocorreu em todo o país tanto no período entre 2002 e 2011. A informalidade também difere conforme a região. Nas regiões metropolitanas a informalidade é mais baixa do que fora destas. A Tabela 2 mostra este ponto com uma diferença entre as taxas de informalidade que ultrapassa os dez pontos percentuais. Enquanto que no Brasil a informalidade era de 43,6% em 2002, a informalidade nas regiões metropolitanas era de somente 35,6% enquanto que para as regiões não metropolitanas a informalidade atingia 48,1%. Entre 2002 e 2011 os dados mostram que a informalidade caiu 10,9 pontos percentuais (p.p.) tanto em abrangência nacional como nas regiões metropolitanas e não metropolitanas.

Tabela 2: Informalidade por região


PNAD - BRASIL

Ano
Porcentagem
2002
43,6%
2003
42,3%
2004
42,5%
2005
41,4%
2006
40,7%
2007
39,1%
2008
38,1%
2009
37,4%
2011
32,7%

Fonte: Elaboração Própria com dados da PNAD e da PME.

A queda da taxa da informalidade já é um fenômeno permanente na economia brasileira. No entanto, os determinantes de maior impacto sobre esta queda é pouco explorado na literatura.
O artigo mostra que a queda da informalidade de quase 11 p.p entre 2002 e 2011 para todo o Brasil, foi igual tanto nas regiões metropolitanas como fora dessas. No entanto, a diferença entre as taxas de informalidade nas regiões não metropolitanas e as metropolitanas é ainda de 12,6p.p., em 2011. O artigo mostra que a maior parte desta diferença ocorre devido às diferenças de nível de informalidade entre as duas regiões. Ou seja, a diferente composição das atividades econômicas explica somente 1/4 do diferencial, sendo o restante explicado por diferenças do nível de informalidade.
Para aprofundar a compreensão deste fenômeno, no estudo realizamos uma decomposição da queda da taxa de informalidade em efeito nível e composição. Enquanto o primeiro mede a queda da taxa de informalidade dentro de cada grupo – mantido fixo a participação deste grupo na média dos dois períodos – o segundo mede a variação da participação no total de ocupados de cada grupo – mantido fixo a taxa de informalidade na média dos dois períodos.
Os resultados mostram que, dependendo da decomposição, a queda da taxa de informalidade da economia foi devida à contribuição do efeito nível. Ou seja, devido à forte redução da taxa de informalidade dentro de diferentes grupos, aliado a uma alta participação de tais grupos no total de ocupados. Destaca-se a contribuição: de homens e mulheres; brancos e pardos; com ensino médio completo; de 15 a 30 anos de idade; com até 14 anos de experiência; dos setores agropecuário, indústria de transformação, construção, comércio e outros serviços. Assim, o processo de formalização atingiu diferentes cortes da oferta e demanda de trabalho.
No entanto, um resultado marcante é que o efeito composição apresentou uma magnitude alta quando a decomposição foi feita para a variável escolaridade, chegando a explicar 60% (41,2%) da queda da informalidade entre 2002 e 2009 (2011). Ou seja, o processo de escolarização que o país passou ao longo dos anos, com redução do percentual dos trabalhadores menos escolarizados (principalmente daqueles sem escolarização e com ensino fundamental completo) que apresentam alta taxa de informalidade (por exemplo, 62% para os sem escolarização na média entre 2002 e 2011), foi um determinante crucial para a queda da informalidade. Além disso, quando a decomposição é feita pela variável capital humano (associação entre ciclos escolares e experiência) a queda da participação de trabalhadores menos escolarizados com baixa experiência de trabalho chega a explicar 77% (53%) da queda da informalidade no país entre 2002 e 2009 (2011).

Por fim, computamos uma matriz de transição entre os diferentes estados ocupacionais (para as principais regiões metropolitanas): informal, formal, desempregado e fora da força de trabalho (PEA). O resultado mostra que a formalização ocorreu através de dois canais: aumento da transição de trabalhadores do setor informal para o formal e da absorção dos desempregados pelo setor formal. A redução da transição dos desempregados e dos que estavam fora da PEA para a informalidade contribuiu marginalmente para reduzir a queda da taxa de informalidade.”


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O alarmante desfile da corrupção

Fundos de servidores públicos
apresentam perdas de
R$ 528 milhões
Os chamados Fundos de Pensão de servidores públicos municipais e estaduais precisam ter revistos seus processos relativos à governança. A ação pé urgente em deve envolver, de imediato, auditorias técnicas especializadas, Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários e Tribunais de Contas dos Estados e Municípios.
Dados mais recentes publicados pelo Ministério da Previdência dão conta de perdas acumuladas de cerca de R$ 528 milhões entre os anos de 2009 e 2013. O relatório atribui essas perdas a esquemas criminosos, adoção de práticas ilícitas e ao mau gerenciamento dos recursos.
Em se tratando de ilicitudes e desvios de recursos devem ser chamados ainda a Polícia Federal e O Ministério Público, órgãos capazes de reunir provas e denunciar e levar à punição os gestores desses fundos e seus comparsas.
Fatos como esse comprometem a estabilidade e a solvência do próprio sistema previdenciário. Sabe-se existir 200 relatórios sobre esses casos e que se concentram em Tocantins, Rio Grande do Norte e Roraima. Pena que seus nomes não tenham sido revelados ao grande público.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A Internacionalização de banco brasileiro continua

As cogitações sobre aquisições do Chile
fizeram a compra do Citi, no Uruguai,
passar quase desapercebida
Agência Reuters deu conta, nesse sábado, de que o governo uruguaio autorizou a transferência de ativos do banco de varejo pertencente ao Citibank naquele país para o Itaú Unibanco.
Com essa nova aquisição o Itaú Unibanco aumenta muito a sua expressão em segmento de renda bastante qualificada, no Uruguai. O Itaú Unibanco já vinha de uma aquisição da base de cliente do BankBoston naquele país.
A partir do dia 14 de dezembro desse ano, os negócios banco de varejo e cartões de crédito do Citi já se tornaram para o Itaú Unibanco. Os ativos brutos incorporados às operações do banco brasileiro atingem valor superior a US$ 60 milhões e depósitos de mais de US$ 265 milhões.
A partir de agora o Itú Unibanco é o terceiro maior banco do Uruguai, ficando atrás do Banco República (estatal) e do Santander.

Crescimento Moderado em 2014

Mesmo com baixo crescimento, não será criada folga significativa da economia em 2014, mantendo a inflação elevada.
Texto de Roberto Padovani,
economista-chefe da Votorantim Corretora
PIB seguirá em lenta expansão. Tem ficado claro que o ajuste pelo qual a economia está passando, após os excessos do crescimento até 2010, ainda se estenderá por um bom tempo, com o ritmo de crescimento ficando abaixo do potencial de longo prazo da economia. Por um lado, há sinais consistentes de uma recuperação cíclica do crescimento global. Mas, por outro, o consumo local perde fôlego por conta da aceleração inflacionária, do desaquecimento do mercado de trabalho e da retirada de estímulos econômicos.
No entanto, novo tombo na economia é improvável. Em nossa avaliação, os principais determinantes da demanda, como inflação, crédito, emprego e incentivos de política econômica, não são restritivos o suficiente para levar a mais um tombo da economia em 2014. A inflação ainda é alta, mas já parou de acelerar. No mercado de crédito, após a estabilização/recuo nos indicadores de endividamento e comprometimento de renda, já há sinais de retomada no volume, sobretudo no crédito livre para pessoas físicas. No mercado de trabalho, apesar de o ritmo da ocupação estar fraco, a alta no desemprego deverá ser gradual. Por fim, o aperto monetário não deve se estender muito, já que o objetivo não é a convergência rápida da inflação para o centro da meta. A política fiscal, da mesma forma, deverá, na melhor das hipóteses, ser neutra.
Indústria segue em ritmo fraco. Apesar de o ciclo global favorecer exportações para o próximo ano, incertezas econômicas e políticas locais devem influenciar negativamente os investimentos. Com isso, o impulso para a indústria será moderado: nossa projeção para o PIB industrial, que contraiu 0,8% em 2012, é de crescimento de 1,3% para 2013 e 2014.
Comércio ainda cresce razoavelmente. Como reflexo de condições de renda ainda favoráveis e estabilização do mercado de crédito, o comércio pode continuar crescendo, ainda que em um ritmo mais moderado. As vendas no varejo devem oscilar entre 4,5% e 5,5% em 2013-2014, após um crescimento médio de 8,3% no período 2007-2012. Neste caso, o crescimento do PIB de serviços pode ser de 2,2% e 2,4% para 2013 e 2014, respectivamente.
Crescimento no país é moderado. Os dados recentes sugerem que o crescimento do PIB no último trimestre deste ano poderá ser de +0,5% QoQ SA. Considerando-se as demais projeções e um crescimento da agropecuária de 7,1% neste ano e 2,7% em 2014, o PIB deve ficar ao redor de 2,3% neste ano e 2,2% em 2014. Neste caso, nossas medidas de hiato de produto mostram que não será criada folga significativa da economia em 2014, o que nos faz projetar uma inflação ainda elevada e próxima a 5,5% para o próximo ano.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Tapering

Economia dos Estados Unidos
exibe vigor
Nesses últimos dias a economia norte-americana apresentou  resultados animadores. Em novembro, foram 203 mil empregos novos criados, enquanto o desemprego recuou mais uma vez, vindo dos 7,3% para 7,0%.
Os pedidos de hipotecas subiram 1,0% na semana que se encerrou no dia 6 de dezembro. Finalmente, o déficit orçamentário do ano fiscal, começado em outubro e acumulado até novembro, é de US$ 226,8 bilhões, 22% inferior ao do mesmo período do ano anterior. Nesse sentido, a maior eficiência do Tesouro na gestão dos recursos tem sido interpretada como decorrente do impasse com o Senado na aprovação provisória do orçamento do país.
Todos esses resultados aumentaram no Brasil as expectativas sobre eventual redução dos estímulos concedidos à economia norte-americana, o tapering. Mas os economistas divergem sobre os efeitos que isso teria sobre nossa economia. Uns insistem na elevação do preço do dólar, como consequente do processo de evasão de divisas à busca de remunerações mais altas, decorrentes das taxas de juros dos Estados Unidos que estariam em ascensão. Outros admitem que, pelo menos em parte, isso já se encontra precificado pelos mercados, nos principais ativos negociados.
A conferir, naturalmente.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Expectativas favoráveis chegam de fora

Voto de confiança para os
resultados de 2014
A produção industrial chinesa cresceu de maneira surpreendente em novembro: 10%, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em outubro o crescimento havia sido da mesma ordem de grandeza, registrando 10,3%.
Esses números dão conta de que a nova política chinesa já produz frutos, aumentando o consumo e estimulando os empresários a ampliar seus investimentos.
Os investimentos em ativos fixos também surpreenderam, atingindo crescimento de 19,9%, nos últimos 11 meses desse ano.
O varejo confirmou a tendência, com suas vendas crescendo 13,7% em novembro de 2013, comparado ao mesmo mês do ano anterior.
Como se vê, todos os indicadores vieram com dois dígitos. Trata-se de evidência muito forte de que os esforços e ajustes feitos nesse ano produzirão resultados ainda melhores em 2014.

 

sábado, 7 de dezembro de 2013

Se macumba adiantasse...

Torcendo para dar certo.
O IBGE divulgou ontem o resultado do IPCA do mês de novembro. A alta foi menor do que o mercado esperava e mostra uma desaceleração razoável do índice mensal: 0,54%. Não há brasileiro que torça contra esse resultado. Todos desejam uma baixa inflação e um crescimento, no mínimo, moderado.
A análise mais serena mostra, entretanto, que não existem motivos para comemorações mais fortes. Afinal, a redução do IPCA veio da menor alta nos preços de bens duráveis, com ênfase em automóveis novos, e de altas mais discretas em alimentação e bebidas. Tudo em sintonia com a análise feita na postagem de ontem, nesse blog.
Para dezembro sugiro cautela. Os combustíveis ficaram mais caros, todos os itens associados ao turismo interno devem sofrer novas pressões nesse final de ano, a primeira parcela do 13º já chegou na economia e a segunda vai entrar nos próximos dias. Dezembro é, naturalmente, um mês onde o consumo aumenta e os preços também. O Natal e o Ano Novo são tradicionalmente bons amigos da inflação.
O momento é inoportuno para discussões sobre o abandono definitivo do tripé econômico. Essas discussões só alimentam expectativas altistas e afastam investidores externos.
De tudo que se disse esse ano, lembro que o governo afirmava dispor de um gigantesco arsenal para dar combate à inflação e para aumentar o crescimento econômico. Sempre me pergunto; que é dele?

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Final de ano

O comércio se ressente
É Natal. O comércio já deveria ter antecipado as comemorações de final de ano. Não me parece que tenha feito qualquer coisa para isso. É bem verdade que o Copom não quis saber do velho Noel e subiu a Selic, com medo da inflação.
De outro lado, a Serasa Experian divulgou seu indicador dessazonalizado de atividade do comércio para o mês de novembro, assinalando uma alta de 1,1%. Em setembro a expansão havia sido de 1,3% e, em outubro, de 1,8%. Portanto, novembro foi o pior mês dos últimos três analisados.
As vendas no varejo, no conceito restrito, que exclui as vendas de automóveis e de material de construção, salvaram a lavoura, mesmo com o mau humor que anda roendo a confiança do consumidor brasileiro. Afinal, a primeira e abençoada parcela do 13º salário chegou, o financiamento do “minha casa melhor” continua a dar fôlego adicional à renda que o mercado de trabalho, cada dia mais apertado, garante.
No conceito ampliado, é que as coisas não foram bem. Houve queda de 5,2% nas vendas de veículos, de motos e de peças. O mesmo se deu nas vendas de material de construção que também apresentou queda de quase 1,0%.
O resultado pífio do comércio ajudará a inflação, sem dúvida. Somado ao desempenho industrial ainda mais sofrível, ambos deixarão o crescimento em estado de marasmo crônico em 2013 e, ao que parece, sem condições de recuperação no curto e médio prazos.
As perspectivas, de fato, não são boas, mas podem ser revertidas mais adiante. O governo precisa avançar nas questões institucionais que seguram os investimentos no país.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Um pêndulo vai para direita e volta para a esquerda.

Os movimentos da economia
ainda são oscilantes
A produção industrial brasileira cresceu pelo terceiro mês seguido. E outubro, o avanço foi de 0,6% em relação ao mês anterior. Na comparação com o outubro de 2012 o crescimento foi de 0,9%.
A notícia é boa e poderia dar sentido às cogitações sobre a recuperação brasileira. Entretanto, o IPC veio com elevação de 0,46% em novembro, ante 0,48% de outubro. De novo, a inflação veio muito alta e, dessa vez, tornou-se mais preocupante por não responder às sucessivas altas da Selic. O reflexo mais imediato se dá nas bolsas. O Ibovespa voltou para os 50 mil pontos, com volumes mais acanhados nesses últimos dias. O dólar em alta obriga o Banco Central a esforços adicionais e permanentes, mesmo com o fluxo cambial negativo do mês de novembro.
O pendulo econômico foi para a direita. Em seguida voltou para a esquerda. As expectativas dos agentes permanecem oscilantes.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Hoje é dia de Selic.

A armadilha está montada
Os preços administrado estão com inflação anualizada, até agora, acima dos 1,0%. Os preços livres, acima de 7,0% ao ano. Gasolina, gás, eletricidade, transporte, e outros itens sob controle governamental precisarão ter seus preços revistos, nesses próximos períodos, por razões fiscais. A inflação, nesse caso, dispararia. E já estamos a menos de um ano das eleições presidenciais.
Não resta ao Banco Central outra alternativa. Se estiver na posse de seu verdadeiro papel, terá que subir os juros, de uma só vez, alcançando um patamar mínimo da taxa básica de juros de nossa economia de 10,5% ao ano.
A combinação juros altos, com as privatizações em curso é uma mistura explosiva que fará sobrar dólares por aqui. Com isso, o real continuará se apreciando frente ao dólar.
É esse o desenho do quadro para 2014.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Comércio exterior, apenas com produtos básicos, leva a déficits comerciais

Os resultados mostram a ausência
de política industrial
Saldo comercial cada mais negativo explica, em grande medida, o aumento do déficit em conta corrente no mês de outubro e revela a fragilidade do comércio exterior brasileiro.
O saldo em conta corrente apresentou, no mês de outubro, déficit de 7,1 bilhões de dólares, acumulando, nos últimos doze meses, US$ 82,2 bilhões, valor equivalente a 3,67% do PIB.
O desempenho da Balança Comercial (exportações-importações) foi a principal, mas não a única, causa desse resultado. Em setembro a balança apresentava superávit de US$ 2,1 bilhões. No mês de outubro, isso se inverteu e concluímos o mês no território dos números negativos, com déficit de  US$ 224 milhões. Para agravar, o saldo de viagens, também foi negativo, com déficit na casa de US$ 1,8 bilhão.
Por outro lado, e salvando parcialmente a lavoura, o saldo líquido dos Investimentos Estrangeiros Diretos atingiu, em outubro, US$ 5,3 bilhões. Nos últimos doze meses, o IED mostra saldo acumulado demUS$ 59,1 bilhões, equivalentes a 2,65% do PIB.
Esses dados mostram que já não cabe adiar a construção de uma política industrial, capaz de diversificar a pauta exportadora do país, por meio da ampliação da competitividade de setores industriais considerados estratégicos para a sustentabilidade da economia nacional.

Europa mais depressa

A Alemanha é mesmo a
locomotiva da Europa
O PIB da Alemanha registrou crescimento de 0,3%, no terceiro trimestre desse ano, em relação ao trimestre anterior. Esse desempenho deveu-se, na opinião das autoridades germânicas, ao aumento do consumo interno, evidenciando a maior confiança do consumidor em relação à economia da região.
Nesse sentido, o IFO, índice que mede o sentimento das empresas também se mostrou em alta. Saiu dos 107,4 pontos, em outubro, para 109,3 pontos, em novembro.
Esses dados semearam otimismo nos principais analistas europeus que já falam em crescimento superior a 1,5% nesse ano. A ser verdade, essas previsões podem acelerar o ritmo da lenta e recente recuperação da região.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

E vem crescimento por aí

A Europa e a China reagem
O índice ZEW referente ao sentimento econômico europeu mostra avanço considerável na Zona do Euro. Evoluiu dos 59,1 para 60,2 pontos de outubro para novembro, impulsionado pelos juros mais baixos. Por toda a região inicia-se um processo de maior confiança na recuperação europeia e até um alento novo com os resultados referentes ao último trimestre do ano. Imagina-se para esses meses uma aceleração quase generalizada da economia europeia. Vamos esperar e conferir.
Na China, a expressão “forças do mercado” vem ganhando prestígio para explicar o comportamento da moeda local face ao euro e ao dólar. O movimento de abertura do mercado financeiro deverá inaugurar para o câmbio e para os juros um novo processo de precificação.
Fluxos dos capitais estrangeiros e nacionais passam a ser relevantes na formação desses preços, contando, naturalmente, para manutenção da estabilidade, com a magnitude espantosa das reservas chinesas, que por isso passam a ter funções novas na proteção de eventuais desequilíbrios nessas áreas.
Portanto, o regime cambial deverá prever bandas para oscilações das apreciações e depreciações da moeda chinesa. O mercado espera que a amplitude dessa banda venha a ser bem maior do que a de passado recente para sinalizar com uma maior liberação para flutuação desses preços.
Por outro lado, a taxa de juros passará a sofrer pressões mais fortes com a ampliação da entrada de capitais, pressionando a liquidez do sistema e induzindo a queda da dólar e a alta dos preços internos.
Será necessário, portanto, uma monitoração muito precisa desses elementos e um gradualismo muito controlado, com ajustes sucessivos de excessos eventuais.
Difícil mesmo ficou prever o crescimento do PIB para o próximos períodos.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O Brasil na berlinda

Intervencionismo reprovado ensina
caminho de volta para 2014
A inflação surpreende com novas altas. O governo está mais pessimista que o próprio mercado. Com isso, sinaliza para novo aperto monetário, cujo início deverá se dar antes mesmo das eleições presidenciais.
Esse aperto monetário deverá ser acompanhado de um “saco de bondades” que inclui redução de impostos sobre medicamentos e sobre importações.
Para reduzir as pressões inflacionárias em 2014, a política salarial deve mudar. O crescimento dos salários não deve superar e os ganhos de produtividade do trabalho. Foi um aprendizado lento e difícil, mas os fatos deram razão à teoria e a equipe do governo começa a entender que o jogo do intervencionismo nem é bom, nem agrada aos investidores.
Nesse quadro, o mais sensato será esperar pelo rebaixamento da classificação do crédito do país. Evitar esse rebaixamento exigiria a implantação de reformas profundas e imediatas, o que se sabe impossível.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Crescimento definitivamente não vai bem.

IBC-Br de setembro não sinaliza para crescimento do PIB no terceiro trimestre
O IBC-BR, índice de atividade econômica do Banco Central apresentou queda de 0,1% de agosto para setembro.
Dessazonalizado, o resultado veio abaixo das expectativas do mercado. Em agosto o índice havia apontado alta de 2,1%.
Do ponto de vista de uma análise mais cuidadosa, esse resultado de setembro sugere um desempenho fraco para a economia brasileira no terceiro trimestre desse ano.
No mesmo sentido, as vendas no varejo, segundo o IBGE cresceram menos do que o esperado. Parece que o consumo das famílias está sendo prejudicado pela inflação passada. As sucessivas altas de preço reduziram os ganhos reais das famílias, mesmo com uma taxa de desemprego próxima à taxa natural.
É fato que o comprometimento da renda com pagamento de empréstimos ainda é alto, conquanto venha diminuindo lentamente ao longo dos últimos meses.
Todos os maiores números sugerem que o modelo de crescimento baseado no consumo se exauriu mesmo. A saída seria a ampliação das taxas de investimentos da economia nacional como sugerem os melhores economistas do país.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

As voltas que o mundo dá

O quê esperar da China a partir
dos últimos dados?
A Itália apresentou alta em sua produção industrial 0,2% de agosto para setembro. O resultado não empolga por estar abaixo das previsões de mercado. Seja como for, cresceu.
Na China, a produção industrial veio também com alta. A alta chinesa supera as previsões de mercados e atingiu 10,3%. O varejo também viu crescer suas vendas em 13,3%, no mês de outubro.
E a inflação chinesa, como está neste contexto de crescimento? O CPI veio também com uma alta nada desprezível de 3,2% em outubro. O número, entretanto, é inferior ao previsto pelo mercado e agradou aos analistas.
Não se pode esperar muito da Itália e isso dá para entender. Por outro lado, surpreende um crescimento da economia chinesa tão forte como esse. E agora, com as reformas esperadas?

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Venezuela próxima da ingovernabilidade

 A ação do governo já não faz sentido.
O descontrole se generaliza.
Para evitar especulações com os preços, o governo do presidente Nicolás Maduro invadiu sábado passado, loja de eletrodomésticos da rede Daka, na Venezuela. Soldados entraram na loja para obrigar a empresa a vender seus produtos a preços mais baixos. Imagino tratar-se de intervenção nos preços de uma única loja e que terá um efeito exemplar em relação ao demais agentes econômicos.
Nesse episódio foram detidos vários administradores da empresa.
Em discurso à tarde, o presidente afirmou que os verdadeiros criminosos eram os empresários sem escrúpulos que exploram os venezuelanos com aumentos injustificados de preços: "Aqueles que têm saqueado a Venezuela são os senhores, parasitas burgueses", disse.
Nada mais parece funcionar no país. Pelo que se vê, o estado está falido e desarticulado. A governabilidade se exauriu e o país caminha rapidamente para uma ruptura econômica e institucional.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Bola fora

Fazer projeções é uma temeridade.
Mas precisamos delas.
O FMI fez em seu relatório semestral, de outubro de 2013, a seguinte previsão para o crescimento mundial:
Portanto, segundo a previsão, a economia global encerrará 2013 com um crescimento de 2,9%, abaixo dos 3,2% registrados no ano passado e dos 3,9% de 2011. Em 2014, o crescimento global atingirá 3,6%.
As economias emergentes e os países em vias de desenvolvimento terão crescimentos este ano de 4,5%, abaixo de 4,9% de 2012, e também muito inferiores aos 6,2% de 2011.
Para 2014, o crescimento destas economias estará em 5,1%, abaixo dos 5,5% projetados anteriormente.
Os Estados Unidos
Embora a economia dos Estados Unidos tenha acelerado de maneira mais rápida que o esperado no segundo trimestre de 2013, em decorrência do aumento nas exportações e, ainda que tenha sugerido que o Federal Reserve viesse a iniciar a redução de seu programa de estímulo econômico, o fato é que seu Produto Interno Bruto não ultrapassará a taxa anual de 1,6%. Palavra do FMI.
Contrário a todo esse pessimismo, as estimativas revisadas em agosto de 2013, pelo Departamento do Comércio Americano, afirmam que o crescimento será de 2,5%.
Agora veio o resultado efetivo do crescimento do PIB dos EUA. Foi de 2,8% em termos anualizados, no terceiro trimestre.
Excessos à parte, a economia norte-americana seguirá em ritmo de crescimento moderado, permitindo melhorias paulatinas das condições de produção, consumo e emprego existentes no pré-crise de 2008.
Em reforço a essa expectativa mais otimista, associada à possível evolução positiva da economia americana, constata-se uma trajetória declinante da taxa de desemprego. Merece atenção especial o aumento de renda e suas repercussões positivas nos indicadores de confiança dos consumidores, bem como no aumento do consumo do país. Ainda assim, Federal Reserve segue cauteloso, sustentando que a taxa de juros será mantida até o final de 2014.