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quarta-feira, 30 de junho de 2010

FINALMENTE ALGUMA CRIATIVIDADE EM CANNES

Acaba de sair o vencedor do GRAN PRIX na categoria Titanium de Cannes.
A rede varejista especialista em eletrônicos ("category killer") BEST BUY inovou ao usar redes sociais para o atendimento de clientes. E arrebatou o prêmio.
Qual foi a ação que conseguiu o máximo prêmio?
Todos os mais de 2.000 vendedores da empresa respondem às dúvidas de clientes pelo TWITTER. Os clientes têm livre acesso aos vendedores no pré e pós venda (carregam o ônus e bônus de uma venda).
Após ver a realização da ação da BEST BUY parece óbvio que este é o caminho.
Como a venda de um eletroeletrônico é uma venda técnica, a empresa inteligentemente agregou serviço ao produto, fugindo da tendência a commoditização que ocorre nesta categoria.
Poderia se diferenciar em preço ou em serviço. Como o posicionamento em preço baixo implicaria numa disputa direta com a gigante WALMART, a BEST BUY optou por estabelecer parcerias com seus fornecedores para treinamento técnico de sua equipe de vendas.
Os fornecedores, cansados das duras condições comerciais impostas pela WALMART, adoraram. Mas isto apenas não bastava, o verdadeiro juiz precisava gostar: o cliente.
Treinamento e uma nova plataforma de comunicação foram fatores chave de sucesso junto aos clientes. Presos no emaranhado tecnológico dos novos aparelhos eletrônicos, responderam positivamente a este novo canal.
Ficou faltando, entretanto, a BEST BUY apresentar algumas dificuldades não previstas: reclamações de clientes, vendedores não adaptados a ferramenta e falhas no treinamento. Afinal o "cliente não é Deus. Porquê não? Resposta: Deus perdôa..."

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br

Já se tornou um vício minimizar problemas

Amenizar não leva  a soluções
dos problemas econômicos
O governo havia captado exatamente porque temia o impacto da crise européia. Colocou-se em posição bastante sólida para enfrentar eventual crise de liquidez. Por que então amenizar?

IED continua forte

Crises e volatilidades não afetam o IED
A previssão feita em de maio resiste aos acontecimentos de junho, mesmo com a bolsa voltando aos 61.000 pontos. Vejam.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Cannes em crise de criatividade

Sempre fui criticado pelos publicitários por fazer uma avaliação objetiva dos prêmios e festivais de propaganda. Talvez com razão. Tenho um viés em analisar o resultado para o negócio dos anunciantes.
E ainda para meu azar minha experiência com estes eventos pareceu comprovar alguns vícios: peças fantasmas (material inscrito sem ter sido veiculado), patrocinadores premiados (financiar o evento pode ser passaporte para prêmios) e egos partidos (participantes não suportam saber que outros podem ganhar prêmios).
Existe até um manual de "como inscrever e ganhar" em Cannes.
Não é por menos: o lugar é lindo, os restaurantes bons e é uma ótima desculpa para umas férias extras.

Recebo notícias da última edição do festival de Cannes que mostram a necessidade de se reinventar.
Comentários que circulam no TWITTER das palestras de Yoko Ono e Ben Stiller sobre ‘criatividade’ vão da ironia ao escárnio. Tentaram fórmulas manjadas para trazer uma ‘nova criatividade’...
O coroamento de um festival sem Criatividade foi o resultado óbvio de uma pesquisa realizada pelo Google e apresentada no evento. Seu vice-presidente de mídia concluiu: “O nível de lembrança das campanhas que interagem com o público é maior que outras ações que não interagem”. Ahh bom !
Parece que não será de Cannes que virão as novidades.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br

Endividamento preocupa mais uma vez

Será necessário, em algum momento, contigenciar o crédito

Déficit externo e suas variações regionais

Brasil aposta em ZPEs para diversificar áreas exportadoras
Veículo: DCI - Data: 28/06/2010 - Karina Nappi
SÃO PAULO - A forte demanda interna e a baixa produção nacional alavancaram nos primeiros cinco meses as importações brasileiras. A afirmação é do diretor da Fractal, Celso Grisi. De acordo com o executivo, o Brasil precisa investir em infraestrutura, logística e pólos industriais em todas as regiões brasileiras, não somente no sudeste.
"Os déficits e quedas dos saldos comerciais nas Regiões Sul, Norte e Nordeste acontecem pela baixa diversificação da pauta exportadora em conjunto com a falta de condições dos setores industriais, agrícolas e de serviços em atender a demanda interna do País. Precisamos equipar essas regiões para que o saldo volte a ser positivo", pontuou.
Na mesma linha de raciocínio, o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Ivan Ramalho, afirmou que o próximo passo do governo é auxiliar os estados e regiões brasileiras a ampliarem sua participação no comércio internacional por meio de pautas diversificadas, de maior participação em feiras e eventos, e da abertura de Zonas de Processamento ao Exportador (ZPE).
"Vamos incentivar as regiões carentes no comércio exterior, pretendemos elevar a logística e infraestrutura nestes locais, para com isso possibilitar uma maior inserção no mercado internacional. Hoje temos o auxílio das ZPEs que possibilitam cada região a redução de impostos federais e estaduais em muitas operações, como na fabricação de produtos e na venda ao exterior. Essa atitude ajudará a elevar o saldo comercial em conjunto com outros benefícios, como o aumento dos números de mão de obra empregada", relatou Ramalho.
Outro ponto abordado pelo secretário são as parcerias com outros países, como a China, que abriu uma filial do Banco da China no Brasil para ensinar aos empresários brasileiros como adentrar o mercado chinês com mais facilidade e sucesso.
Para Grisi, o incentivo é uma ótima oportunidade para estas regiões deficitárias em comércio exterior; contudo, ele afirma que o processo é longo.
"Isso é viável num prazo mais longo. Primeiro, porque não são fornecedores tradicionais ao mercado internacional e a entrada é sempre muito lenta, requer inúmeros cuidados e conhecimentos. Segundo, porque precisa ter estrutura mais organizada, com ampla logística e investimento em tecnologia de ponta", argumentou o diretor da Fractal.
Dados
Segundo o Mdic, entre janeiro e maio deste ano a única região em que cresceu o número de exportações e que ampliou o saldo comercial foi a Sudeste. Na comparação com o mesmo período de 2009, houve um acréscimo de 169% no saldo, ao passar de US$ 1,065 bilhão para US$ 2,870 bilhões.
Em contrapartida, a Região Sul apresentou a maior queda no mesmo item comparado, ao passar de US$ 2.970 bilhões para déficit de US$ 257 milhões.
Na opinião do professor do Centro de Estudos Calil & Calil, Mauro Calil, a queda ocorre pela competitividade e mercado dos produtos brasileiros frente às mercadorias indianas e chinesas.
"O sul do País tem alguns setores predominantes, como o agronegócio e o setor calçadista e têxtil. No caso de sapatos, os empresários brasileiros perdem muito espaço com os produtos mais baratos vindos da Índia e da China, a competitividade faz com que o Brasil sofra até mesmo nos parceiros do Mercosul, como a Argentina. No caso do setor agrícola, houve uma perda das safras pela questão climática, pelas chuvas do início do ano. Podemos esperar uma melhora, mas ainda a tendência é ruim. No caso da pecuária, os frigoríficos estão migrando para o centro-oeste do País, o que faz os empresários sulistas inclusive importarem carne de outros estados, como Mato Grosso e São Paulo", relatou.
Os dados do Mdic da Região Centro-Oeste apontam uma ligeira queda do saldo comercial, que passou de US$ 2,737 bilhões nos primeiros cinco meses de 2009 para US$ 2,459 bilhões no mesmo período deste ano.
"O centro-oeste vem se dando melhor do que outras regiões pela superioridade do Brasil no agronegócio. Outro ponto importante é o aumento dos preços das commodities como a soja, carro-chefe da região, e a aceitação no mercado internacional", declarou Grisi.
As Regiões Norte e Nordeste, por sua vez, passaram de US$ 1,010 bilhão para déficit de US$ 468 milhões, e de US$ 628 milhões para US$ 39 milhões, respectivamente. "Estas regiões não têm perfil exportador, e, com o aumento do consumo, a produção nacional não está dando conta; por isso estamos comprando mais para suprir a demanda", concluiu Grisi.

Midia online e offline

Na Rússia o dilema das mídias não existe
As mídias convergem, são complementares.
Vejam como o gigante das buscas arranja um bom jeito de convencer seus consumidores russos dessa complementariedade.
http://www.youtube.com/watch?v=d9stAZhbfEE

segunda-feira, 28 de junho de 2010

SOCIAL MEDIA DAY?

Corre no TWITTER uma campanha para celebrar o SOCIAL MEDIA DAY.
Sabemos o impacto que as redes sociais estão fazendo nas mídias tradicionais com suas campanhas voluntárias e espontâneas (que acabam vazando para o mundo real...)
Exemplo mais incisivo disso pode ser considerado o "calabocagalvao" que já está ultrapassado, fora de moda...
Como pesquisador de novas mídias, considero importante esta interconexão que está nascendo entre as as mídias 'on e off line'. Uma ação no on line pode (sob determinadas) condições pautar a mídia off line.
As características destas ações parecem seguir um padrão:
nascem subversivas (no sentido de fugir a qualquer imposição de comportamento), se alastram de forma exponencial e terminam rapidamente quando são adotadas pelas mídias tradicionais.
Mas mesmo estes parecem ser padrões efêmeros também, pois percebo que nem eles se mostram consistentes.
De qualquer forma parece um exagero o SOCIAL MEDIA DAY.
Ou eu ainda não entendi o que há de rebelde ou subversivo nessa ação?
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br

Renda comprometida

Inadimplência em crescimento

Endividamento

Subir juros apenas, não é solução

Consumo

Começamos a poupar?

domingo, 27 de junho de 2010

G-20 diz a que veio

Metas fiscais e regulação bancária reforçaram o papel do G-20
na governança global.
O G-20 agiu com comedimento e bom senso. Deu o esperado no encontro de cúpula do grupo, nesse domingo: acordos fiscais, com metas para redução do déficit fiscal, e redefinição do sistema financeiro, com fortalecimento da regulação bancária.
A regulamentação bancária no primeiro mundo é um consenso. Discordam dela apenas os banqueiros.
A declaração da reunião realizada em Toronto, Canadá, diz que "as economias avançadas se comprometeram com planos fiscais que, ao menos, cortarão seus déficits pela metade até 2013 e estabilizarão ou reduzirão a relação dívida/PIB até 2016".
Os países comprometeram-se a intensificar suas regulações bancárias, principalmente ampliando seus níveis de capitalização nas respectivas instituições financeiras. Comprometeram-se também a estabelecer um novo regramento para o setor até o final de 2012.
A retirada de benefícios às economias desenvolvidas foi considerada precoce. Isso sossegará os espíritos nessa próxima semana e os mercados deverão retornar a níveis de maiores de racionalidade. Chega de apreensões incabíveis.

Em compasso de espera

A semana que passou embutiu
muitas apreensões
O pivô das apreensões foi a economia americana. Esperava-se por um PIB de 3,0%, no 1º trimestre desse ano. Deu apenas 2,7%. O mercado recebeu esse número como uma ducha de água fria. Na manhã do último dia da semana, chegou a notícia de que os legisladores norte-americanos finalizaram projeto de lei que reduz a especulação e reestrutura o mercado financeiro. O conteúdo do projeto de lei sequer havia sido dado a público, mas foi o bastante para desencadear um movimento de realizações em todo o mundo.
Como nesse final de semana o G-20 se reuniria para decidir sobre as políticas mais convenientes a serem adotadas pelos países, no enfrentamento dos problemas econômicos atuais, as expectativas cresceram, imobilizando investidores e acentuando o quadro de aversão a riscos.
No Brasil, a Sondagem Industrial de maio ficou estável em 50,3 pontos.
A Europa não trouxe novidades e apenas reagiu às más notícias chegadas dos EUA e às possíveis decisões do G-20.
Na China, a flexibilização do Yuan, levou à valorização da moeda em apenas 0,5%.
Para essa semana vamos ficar de olho, internamente, na divulgação da Sondagem da Indústria de junho, na pesquisa de Emprego e Desemprego de maio, na nota sobre a Política Fiscal, nos Indicadores Industriais também de maio. Será publicado ainda o Resultado Primário do Governo Central, também de maio, a Pesquisa Industrial Mensal do mês de junho e os indicadores inflacionários: IGP-M (junho), IPC-S (4ª semana de junho) e IPC-Fipe (junho).
Nos Estados Unidos, serão divulgados índices de maio e de junho.
Em relação a maio, as medidas dizem respeito a: os índices de atividade do Fed de Chicago, os Rendimentos e Gastos Pessoais, o PCE Deflator, os Gastos com Construção, as Vendas de Imóveis Pendentes e Encomendas da Indústria.
No tocante ao desempenho econômico de junho teremos as seguintes informações: Confiança do Consumidor, os Dados de emprego da ADP, o índice de Gerentes de Compras de Chicago e o índice ISM da Indústria, a Variação da Folha de Pagamentos e a Taxa de Desemprego.
O mercado costuma reagir a cada anúncio feito. Sugiro que os analisemos em conjunto. Vamos ver se é possível depreender algumas tendências mais sólidas para os próximos períodos.

sábado, 26 de junho de 2010

Medicina e interatividade

Os avanços das tecnologias interativas chegam aos consultórios médicos.
Um computador é utilizado como uma recepcionista em um consultório. Faz perguntas básicas e uma triagem inicial a partir dos sintomas.
Vejam o artigo: http://www.nytimes.com/2010/06/25/science/25voice.html?pagewanted=1
Algoritmos de I.A. permitem aproximações e já preparam um perfil para o médico que fará uma análise mais acurada. Evidente que não substitui o médico, mas mostra como tirar proveito dos avanços digitais em problemas analógicos.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Crédito 3

Novos entrantes garantem expansão
Brasil Econômico

Crédito 2


A Velocidade de expansão do crédito já assusta especialistas
Brasil Econômico


Crédito 1

Banco privado faz crédito ir a R$ 1,5 tri
Veículo: DCI   -   Data: 24/06/10   -   Fernando Teixeira
SÃO PAULO - Balanço do Banco Central (BC) mostra que o estoque das operações de crédito no sistema financeiro cresceu 2,1% em maio em relação a abril, totalizando R$ 1,5 trilhão ao fim do mês. No geral, o aumento em doze meses contabilizados a partir de maio de 2009 foi de 19%, e o crédito já representa 45,3% do PIB nacional. A velocidade de expansão preocupa especialistas consultados pelo DCI.
O BC justificou o aumento da porcentagem em relação ao PIB pelo aquecimento da demanda por financiamentos habitacionais e investimentos. Em abril, a relação PIB e crédito era de 44,8% e de 41,4% em maio do ano passado, 3,9 pontos percentuais menor que a registrada agora.
No mês de maio, o saldo disponível entre recursos livres e direcionados para o crédito de pessoas jurídicas totalizou R$ 814,399 bilhões. Resultado 2,2% maior frente ao de abril. No acumulado dos 5 primeiros meses do ano a alta é 3,7%. No acumulado de 12 meses, o crescimento do crédito a empresas é de 18,6%.
Também com comportamento de alta, o crédito para pessoa física mostrou aumento de 2%, o que totalizou R$ 685,917 bilhões de saldo ao final de maio. No ano, a alta é de 7,9%. Já no período entre maio do ano passado e deste ano, o salto foi de 19,4%.
O chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes, previu uma acomodação no futuro do crescimento do crédito, mas ponderou que o tempo desse processo é diferente do prazo em que o aumento da taxa Selic tem impacto na economia.
Segundo ele, outras variáveis importantes influenciam o crédito. Entre essas variáveis, ele citou a confiança do consumidor, disponibilidade da oferta de crédito e situação de emprego e renda. "Temos uma situação de emprego bastante favorável, as pessoas podem comprometer a sua renda com uma prestação", ressaltou.
Análises
Os especialistas consultados pelo DCI são unânimes em dizer que a relação entre o PIB e o crédito é baixa e que a velocidade de crescimento é muito alta.
Um dos mais pessimistas com a fotografia do momento é o economista do Instituto Fractal, Celso Grisi. Segundo ele, até agora o PIB nacional foi inflado com taxa Selic menor do que a atual e com subsídios do governo em empréstimos, como o imobiliário, por exemplo. "Há uma grande demanda e a consequência é um aumento de preços e alongamento de prazos, pois o tomador não pode pagar mais do que o preço do aluguel mensal."
Para ele, o risco de bolha é grande, tendo-se em vista uma redução de postos de trabalho e um arrefecimento da economia nos próximos anos. "Chegamos aos 45% do PIB: já é hora de frear. Embora em outros países a relação seja maior, temos de lembrar das crises geradas em consequência deste comportamento."
Grisi defende que tanto governo como pessoa física devem começar a fazer poupança. "Todos deveríamos ter reservas. A política de crédito está muito agressiva. Precisamos reduzir spread de modalidades como cartão, cheque especial", recomenda.
Outro especialista que se assusta com a velocidade de crescimento da relação PIB e crédito é professor de Administração da ESPM Adriano Gomes. "O problema está na taxa de crescimento do indicador nos últimos anos. Estamos forçando o crescimento por crédito, não com investimento em infraestrutura, renovação de máquinas e equipamentos" , argumentou.
Segundo ele, a bolha é crédito de consumo. Gomes argumenta que se as camadas C e D perderem emprego, a inadimplência pode se tornar alarmante. "As camadas emergentes ainda não sabem usar corretamente o crédito. É um índice que pode subir rapidamente e sem controle."
No mesmo viés de pensamento, a economista da Lerosa Investimentos Claudia Kodja argumenta que o governo tentou acalmar o mercado com as declarações de ontem. "Embora o banco diga que os resultados estão em acordo com o crescimento do Brasil, podemos analisar a fala como marketing."
Ela ressalta que a demanda por crédito e consumo estão muito aceleradas. "O governo tem de subir a Selic para arrefecer o consumo. Algo está errado."

Apostas no petróleo

Apostas no petróleo sinalizam para crescimento econômico
As cotações de petróleo subiram mais vez nessa quinta-feira. Na verdade repercutiram os dados positivos da economia norte-americana. Em Londres, a cotação do barril do petróleo Brent alcançou US$ 76,29, alta de 0,63%. Em Nova York, os contratos com vencimento em julho, avançaram 0,69%, cotados a US$ 76,36.
Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA referente à semana anterior, ficaram abaixo das expectativas. Foram 457 mil novos pedidos no período, número inferior aos que vinham sendo previstos pelos analistas. Esperava-se 460 mil.
Para melhorar ainda mais, e dar suporte à alta do petróleo, o número de pedidos de bens duráveis junto à indústria norte-americana apresentou desempenho superior ao mês de maio.
Tudo parecia concorrer para a alta dessa commodity. Mas a as declarações do Fed, no dia anterior, deram conta de condições financeiras menos favoráveis à recuperação da economia dos EUA, em função da crise européia. Isso arrefeceu a alta.
Mas creiam, se as expectativas são de alta, espera-se por uma recuperação mais rápida do que se imaginou anteriormente.
Será?

quinta-feira, 24 de junho de 2010

INTERAÇÕES NO BLOG

Contribuição de frequentador dessa comunidade
O aluno FIA - Flavio Siqueira - comentou o POST anterior e enviou um interessante link sobre o assunto. Confiram http://mashable.com/2010/06/22/newspapers-future/
Obrigado FLAVIO pela participação atenta. @ramirogoncalez

ABUNDÂNCIA DE INFORMAÇÕES X PODER DE SÍNTESE

Recentemente reli um livro de Howard Gardner (autor de “Inteligências Múltiplas”). Um dos pontos que me chamou a atenção foi o conceito de capacidade sintetizadora. Faz sentido.
Prosperar num ambiente com a conhecida profusão de informações implica em ter uma habilidade em sintetizar, em saber extrair o ESSENCIAL. E isso não é fácil.

Na enxurrada de turbilhão de dados fragmentados e DESCONEXOS, a capacidade em associar e selecionar será um diferencial na tomada de decisões. E este movimento parece (em parte) contraditório a outra tendência: a construção do conhecimento coletivo.
A síntese é um processo (muitas vezes) individual de avaliação do que é essencial. Explicação confusa?
Um exemplo prático da dificuldade em trazer o conhecimento coletivo para um processo de síntese é a conhecida “reunião de condomínio”. Apesar de o assunto ser interesse de todos (e também por isso) a busca de um foco para solucionar um problema muitas vezes se perde.
O mesmo está ocorrendo no mundo digital. O jornalismo investigativo, com apuração detalhada do conteúdo, vem sendo varrido pela informação instantânea e com pouca profundidade. E os leitores que têm preocupação com qualidade já sentem este efeito.
Retrato dessa situação foi a pesquisa feita pela FSP (Gilberto Dimenstein – FSP – 1 março 2010) durante oito meses nas cidades de SP, Rio e Brasília. A conclusão do estudo aponta para os seguintes atributos que os leitores querem para o conteúdo jornalístico: ANALÍTICO, SINTÉTICO, PRÁTICO e INTERPRETATIVO.
Em síntese: querem ajuda para selecionar (editar?) o que importa.

Demandas que parecem simples, mas é muito difícil enfrentá-las. Dimenstein preocupa-se: “Como reduzir tantos assuntos complexos em tão poucos minutos de leitura diária? Como captar a atenção de um público cada vez mais hiperativo”.
Fica claro que este desafio não é restrito ao jornalismo. Poderíamos aplicá-lo as marcas, gestão de pessoas e a própria universidade. Envolve toda a rede de produção e disseminação de conhecimento.
A pergunta que não cala: como usufruir das possibilidades do conhecimento coletivo e produzir informação sintética?

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br

Crédito, crescimento e inflação

Crédito cresce mesmo com elevação
das taxas de juros
O crescimento do primeiro trimestre do ano foi tão forte (9,0% anualizado) que o crédito veio junto, mesmo com a Selic crescendo. Que tal voltarmos à tese do contingenciamento do crédito? Se não contingenciarmos, a quanto teremos que elevar a taxa de juros para contermos a inflação?
O que puxa o crescimento do crédito são as modalidades onde eles estão subsidiados: crédito imobiliário, que já caracteriza bolha inaceitável, com o metro quadrado chegando a R$ 10.000,00, e o crédito às empresas, ofertado de forma direta pelo BNDES ou por meio de repasses feito pela rede bancária privada. Essa última modalidade até que faz um grande sentido, sempre que estiver amarrada à política industrial do país. Nesse sentido, o BNDES até procedeu à revisão dos critérios  para classificação das empresas, segundo seu faturamento. O conceito de médio empresa, agora, abrange aquelas organizações que tenham faturamento de 90 milhões de reais por ano. Anteriormente trabalhava-se com o limite de até R$ 60 milhões. Portanto, novas pressões expansionistas devem aparecer.
Outras modalidades que responderam pela expansão do crédito no mês de maio foram a de crédito consignado e crédito para veículos. Ambas são tidas como taxas muito baixas, quanto comparadas aos outros tipos de crédito ofertados às pessoas físicas.
Quer saber, essa brincadeira não vai acabar bem. Na primeira flutuação econômica, vamos perceber os riscos que estão embutidos nessa rápida expansão rápida do crédito. Chegamos a 45% do PIB. Melhor seria, volto a dizer, contingenciá-los.
Essa proposta que venho defendendo desde o início do ano, tem como objetivos principais: evitar bolhas especulativas, como já contece em alguns setores de nossa economia; estimular a formação da pupança individual; e preservar a saúde do sistema financeiro, evitando o crescimento da indadimplência e da insolvência.
Por outro lado, observa-se que a renda no setor industrial está crescendo aquém da produtividade, abrindo espaço para novos reajustes salariais e portanto para novas expansões no consumo desse trabalhador ou para, se estimulado, formar sua poupança e iniciar seu processo de ampliação de seus ativos. Ou seja, para seu enriquecimento pessoal e familiar.

Gigante ainda necessita de estaca

Os Estados Unidos ainda não podem viver sem incentivos de seu governo.
Já havíamos em postagem anterior previsto que os juros americanos seriam mantidos na mesma banda. O FED manteve a banda de 0% a 0,25%.
O gradualismo será o maior postulado para a recuperação econômica e, portanto, não são os preços que presidirão as preocupações das autoridades monetárias norte-americanas. Riscos inflacionários estão afastados para o médio prazo.
A retração do mercado imobiliário foi evidenciada com o fim dos subsídios governamentais. Os últimos dados dão a dimensão do que está acontecendo com os imóveis usados e agora também dos novos - 32,7% de queda em maio, face a abril. O mercado de trabalho, esse sim, se mantém em crescimento consistente, dando ânimo às previsões sobre a recuperação da renda e do consumo. Curioso é que o mercado de crédito ao consumidor esteja ainda apático.

No mundo da propaganda

Cannes reconhece a excelência
da propaganda brasileira
As empresas brasileiras trouxeram para casa esse ano nada menos que 54 leões. Trata-se do maior número de premiações que já alcançamos nesse Festival.
Esse desempenho aponta para o grau de excelência alcançado pela indústria de comunicação nacional e reflete, em grande medida, a redução quantitativa na produção do setor, no primeiro mundo, fortemente atingido pela crise financeira mundial.
Com verbas reduzidas drasticamente, o setor criou, produziu e veiculou muito menos, justificando a perda relativa de espaços das agências norte-americanas e européias nas premiações concedidas.
De qualquer forma, é mais um dos melhores momentos da publicidade nacional.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Vida Privada x ambiente público: o conflito das Redes Sociais

Surgem cada vez mais evidências que as redes sociais não trazem um incremento nas mudanças nos negócios e nas relações pessoais. Elas são uma RUPTURA.
Sem fazer juízo de valor sobre se essa mudança é positiva ou negativa, cabe analisar um comportamento específico: adolescentes terminam namoro pela rede.
O site http://www.areyouinterested.com/index_nl.php?action=splash&qs= acaba de disponibilizar uma interessante pesquisa sobre o tema.
Com uma amostra de 1082 indivíduos a pesquisa mostra dados surpreendentes:
1) Quase 1 em 4 indivíduos descobriu que a companheira tinha terminado o namoro pelo perfil de uma rede social. Bastava ver se o perfil mostrava compremetida ou solteira;
2) Mais de 1 em 5 disseram que terminariam o namoro divulgando seu perfil numa rede social;
3) Quase 40% dos entrevistados atualizaram seu perfil numa rede social para mostrar quais são seus planos.

Parece algo irrelevante. Mas não é. Há impactos futuros nesse comportamento. Os mesmos comportamentos (ou mais agudos) poderão ser demonstrados com suas marcas, com seus empregadores, com seus chefes...
Os gestores estarão preparados para lidar com tal nível de exposição? Como as marcas devem se relacionar com seus usuários neste cenário?
Há mais perguntas que respostas para este imbróglio. Ótimo para academia que pode experimentar modelos.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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Política industrial

Brasil não consegue instalar base industrial para produção de eletroeletrônicos
O déficit da balança comercial do setor eletroeletrônico ficou perto dos US$ 10 bilhões nos cinco primeiros cinco meses do ano. A informação é da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica. Esse valor equivale a uma ampliação do déficit de 73% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Entre os discursos econômicos mais relevantes de 10 anos atrás, estava a criação de políticas que dessem suporte à instalação no Brasil de uma base industrial apta a produzir máquinas inteligentes e um avançado setor na área de microeletrônicos, além de uma expressiva área de produção de softwares.
A política cambial privilegiou o combate à inflação e comprometeu o discurso. Câmbio muito valorizado estimulou as importações destruiu as iniciativas nascentes nesses setores. A política fiscal, com seus desmandos incentivou a alta dos preços. Foi preciso continuar utilizando o câmbio para conter a inflação.
O resultado é esse: importamos cada vez menos kilos, por cada vez mais dólares.

terça-feira, 22 de junho de 2010

COPA, EUA e MÍDIAS SOCIAIS

Sempre se buscou que o futebol atingisse sua última fronteira no mundo: os EUA.
Várias foram as tentativas, desde a criação do time COSMOS que levou Pelé aos EUA na dácada de 70, passando pela realização da copa em 94.
Parece que agora este objetivo está parcialmente obtido.
Alguns fatores estão empurrando os EUA para o futebol (ou vice versa): aumento da população hispânica, esporte com maior penetração entre meninas americanas (fato curioso para os brasileiros) e mídias sociais... Mídias sociais? Sim.
E quem fala ísso é a maior empresa de pesquisa e audiência do mundo: a NIELSEN.
“Graças às mídias sociais e o reforçado acesso aos jogos e às notícias pelo mundo, a febre do ‘soccer’ atingiu a massa no país”, disse Stephen Master, vice-presidente de esportes da Nielsen, em entrevista ao Daily Finance (Fonte: FSP Copa do mundo 22 junho).
O uso do TWIITER por americanos para comentários sobre a COPA bateu recordes de audiência.
Os americanos normalmente indiferentes ao futebol quiserem entender por que se falava tanto deste evento. Provavelmente curiosos para entender o que suas filhas estão acompanhando na WEB.
De qualquer forma mais um elemento que confirma a hipótese que a mídia On line pode pautar a mídia off line.Continuamos acompanhando o comportamento das mídias com curiosidade. Ainda não existem fórmulas, apenas experimentos. O que torna o assunto cada vez mais interessante.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br

Ainda não deve ser dessa vez

Taxa básica de juros norte-americana
não deve apresentar alterações
A necessidade de manter o nível de recuperação da economia nos Estados Unidos será o principal motivo para o FED propor a manutenção dos juros americanos entre 0% e os 0,25%, patamar em que se encontra já há algum tempo.
O comportamento dos preços dos Treasuries no dia de ontem já deu o tom da disposição da autoridade monetária daquele país. Os yelds desses papéis estão nos menores patamares históricos. O anúncio chinês de que vai valorizar sua moeda não foi suficiente para valorizar o papel que permaneceu estável. Portanto, os norte-americanos não esperam, no curto ou médio prazos, maiores mudanças cambiais na China.
A valorização da moeda chinesa deixa o Brasil bem na foto. Com a valorização do Yuan nossas exportações tendem a crescer. Sobretudo as de commodities metálicos, algodão, soja e milho. Por outro lado, a manutenção do ritmo de recuperação da economia norte-americana, permite às exportações brasileiras de manufaturados refazer-se, mesmo que lentamente.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Agora é PwC. Entendem disso também e projetam o futuro sem cerimônia alguma.
Nas projeções PricwaterhouseCoopers, os gastos publicitários, no ano de 2014, em mídia on-line e em televisão serão o mesmo. As duas mídias estarão faturando  mais de US$ 100 bilhões, cada uma, naquele ano. Mais impressinante ainda é a afirmação de que a publicidade via internet vai superar, com larga distância, a mídia  impressa. A web deve movimentar US$ 34,4 bilhões em anúncios. Os jornais e revistas,  apenas US$ 22,3 bilhões.
Tudo isso corresponde a conclusões do Global Entertainment & Media Outlook 2010-2014, da PwC.
América Latina é a região que apresentará crescimento mais acelerado nos próximos cinco anos. O mercado no continente deve crescer a taxas de 8,8% ao ano e alcançar a marca de US$ 77 bilhões em 2014. Enquanto isso, o crescimento médio no mundo será de 5% ao ano, segundo a PwC.
O crescimento decorrerá da adção da internet como mídia relevante.
Acho melhor que a PwC comece a pensar no conteúdo da postagem anterior feita pelo Prof. Ramiro, entendendo que o uso das mídias deverão confundir-se. Projeções que tratam mídias de forma não-integrada devem distanciar-se da realidade. Vamos esperar, mas nosso encontro da semana passada, na FEA/USP, aponta para direção contrária.
A pesquisa sobre o nosso blog
e as contribuições recebidas
Agradeço muito a s contribuições que tenho recebio. Estou aproveitando muito as sugestões que vocês estão me dando. Logo vocês notarão como vou aproveitá-las. Só um pouco mais de paciência para que meu aprendizado, nessa mídia, cresça mais um pouco.
Abraços
Celso

Web TV : a nova rainha do lar?

Mudanças nos hábitos de mídia
Nas décadas de 60, 70 e 80 era comum encontrar na sala de visitas (o espaço de convivência da casa) uma tela de TV. Este comportamento foi se invertendo com a proliferação de aparelhos nos domicílios. Cada dormitório passou a ter sua própria TV.
Há agora a possibilidade se fazer a integração entre a TV e a WEB. De olho nisso fabricantes e provedores buscam parcerias para disputar a audiência. E existem duas ótimas razões para isso: a penetração de TV aberta nos domicílios é 97% e de acesso a WEB é 48 %. Sendo que 33% dos domicílios têm acesso por banda larga. TV ABERTA e a WEB parecem claramente dominar o cenário nos próximos anos, possivelmente em formatos diferentes do que conhecemos.
Vamos por um instante ser otimistas e imaginar que a conexão de boa qualidade seja uma realidade em 3 anos. Qual o impacto? Assistir TV no computador será tão fácil quanto hoje é numa TV aberta. A NIELSEN informa que o brasileiro já gasta mensalmente 43h em frente ao computador contra 129 h assistindo TV... Existe, portanto um gradiente interessante de audiência entre esses meios...
A interface para a WEB TV é ainda um pouco mais complicada que o controle remoto da TV aberta – O GOOGLE TV necessita de um teclado especial. Mas isso não é impeditivo para os nativos da WEB que cresceram tendo um teclado como extensão das mãos.
Estimativa da Associação Nacional de Produtos Eletrônicos prevê 1 milhão de TVs WEB até o início de 2011. Parece pouco num parque instalado de 98 milhões, mas temos que considerar que a WEB TV tem menos de um ano no Brasil.
Esse cenário muda radicalmente os modelos de negócios pensados para a TV ABERTA, pois a WEB TV exigirá conteúdos com características adequadas para o meio, uso de interatividade e outra forma de comercializar espaços. O conceito de “horário nobre” tende a se diluir. O horário nobre pode ser aquele que o usuário achar conveniente. Será o CRM dos programas de TV.
As emissoras cobrem de sigilo suas estratégias sobre o assunto, mas é claro que já estão pensando em novas fórmulas. A evolução de seus modelos de negócios será uma necessidade, empurradas por seus anunciantes e usuários.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br

domingo, 20 de junho de 2010

Uma declaração confusa

China faz mistério e promete valorizar
sua moeda. Será?
A expressão utilizada é "flexibilizar a taxa de câmbio". E isso seria feito desatrelando o Yuan do dólar. Como? Não foi explicado.
Há seis meses, andando pelos corredores da OMC, em Genebra, ouvi várias vezes, de diplomatas e representantes dos países-membros, que os esforços do órgão para reduzir a tarifa do comércio mundial era absolutamente  infrutífero, de vez que tendo conseguido "reduzir a tarifa média do comércio  mundial, nos últimos anos, em 10%, a China promovia uma política cambial com uma defasagem de seu câmbio na casa dos 30%". O sentimento de inconformismo era muito grande.
Mas não se animem muito. As autoridades chinesas já antecipam  que não existem "fundamentos para grandes flutuações ou mudanças" do câmbio.
Teremos que aguardar algum tempo. Para o Brasil seria muito bom que o câmbio chinês se aproximasse de níveis mais reais e que a China deixasse de tentar ludibriar nosso sistema de comércio, exportando via Vietnã, ao trocar origem por procedência, e deixasse de desmontar seus produtos em partes e peças, para não ser tributada corretamente.
Melhor a China acordar para uma política de competitividade real, antes de se isolar no direito do comércio internacional.

BB capta

Mercado Financeiro - Saiba como as ofertas de ações afetam os papeis na Bovespa
Invertia - Sexta, 18 de junho de 2010, 8h20 na bolsa - Fonte: Redação Terra
As ofertas de ações de empresas na bolsa de valores, como devem fazer Banco do Brasil e Petrobras em breve, sempre geram certa expectativa e diversos fatores podem influenciar na boa aceitação dos novos papeis pelo mercado. Segundo economistas e analistas de mercado, o sucesso de uma oferta depende do momento econômico, dos planos da empresa para aplicação do capital e do "bom-humor" dos investidores.
De um modo geral, para companhias que já têm capital aberto, o preço das ações tende a cair antes da oferta, segundo um analista que preferiu não se identificar por causa do período de silêncio determinado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "Isso acontece para tornar o preço do papel atrativo para o investidor entrar novamente".
Além disso, a expectativa de ganhos com dividendos também cai, já que o lucro será dividido por um maior número de acionistas com a oferta de ações. No entanto, para o professor de governança corporativa da Trevisan Escola de Negócios Roberto Gonzalez, o que deve pesar mais no preço da ação é a perspectiva para o futuro da empresa.
"Depende de como é a oferta e se o mercado assimilou bem as intenções e aprovou os planos do que a empresa fará com o dinheiro. Se o mercado entende que a oferta é boa, a ação até sobe. Se o mercado reprovar os planos da empresa, ela cai. Se a empresa está levantando dinheiro para pagar dividas, o mercado não vê com bons olhos", afirmou.
O economista Celso Grisi, do Instituto de Pesquisas Fractal, também afirma que a tendência antes da oferta é de queda no preço. "Antes da oferta as ordinárias tendem a cair, as demais dependem muito de como o mercado vai receber", disse. Após a oferta, o preço varia conforme o volume total de ações vendidas e humor dos analistas.
Investidores
Segundo Grisi, pode ser uma boa oportunidade para os investidores de curto prazo, que compram ações mais baratas antes da oferta e vendem logo depois da capitalização, com boas perspectivas de ganhos. Mas nem sempre a ação sai por um preço melhor e aí sua aposta está perdida. Já os investidores de longo prazo devem ficar atentos para a solidez e os planos futuros da empresa ofertante.

Encerrando a semana

Fria, monótona e melancólica,
termina a semana.
No Brasil, o anúncio do IGP-10, referente à 2ª prévia do mês de junho, revelou uma alta abaixo das expectativas do mercado. Foi bom: 1,06%. Reforçou a idéia de que os preços não estão fugindo das mãos dos formuladores de política econômica. O Ibovespa fechou a sexta-feira aos 64.437 pontos. Mas o que impressiona é o volume financeiro negociado só nesse dia, de R$6,56 bilhões, bem acima da média negociada no mês. Vejam que gás não falta.
O dólar caiu e muito. Desvalorização de 1,01%, cotado a R$ 1,7720. Exportadores que não venderam antes disso já começam a chiadeira.
Nos Estados Unidos, os mercados foram para a gangorra. Flutuaram ao sabor dos humores dos investidores. Não apresentaram tendências definidas. Os mercados europeus apresentaram comportamentos semelhantes. Não havendo notícias econômicas relevantes, os mercados preferiram apenas fazer ajustes de posições. Na Ásia, a sexta-feira também foi morna. Todos esperam. As tendências não estão claras e não há movimentos nessas circunstâncias, pois faltam expectativas e, como sabemos, os mercados vivem das expectativas.
Semana que vem, o ânimo pode voltar aos mercados. Teremos aqui a divulgação IPCA-15 do mês de junho. Termos a publicação das Notas sobre Conta Corrente e Investimentos Estrangeiros Diretos realizados em maio. Essas notas dirão se será possível continuar crescendo sem poupança interna e se o influxo de capitais continua consistente. Teremos também o anúncio do IPC-S da 3ª semana de junho. Dados sobre o a operação de Crédito de maio devem dar conta de algum arrefecimento. Por fim, algumas medidas sobre a atividade econômica: índice de confiança do da indústria de maio, pesquisa mensal de emprego também do mês passado e a sondagem industrial do mesmo mês.
Nos Estados Unidos, serão divulgados os índices de atividade regional do Fed de Richmond, do mês de junho, e o referente a preços de imóveis de abril. Também conheceremos as vendas de imóveis já existentes de maio, as vendas de casas novas do mês passado.
Outros dados são esperados com alguma ansiedade: os estoques semanais de Petróleo, as encomendas de bens duráveis de maio, os Pedidos semanais de Auxílio Desemprego, o PIB do primeiro trismestre desse ano, em bases anualizadas, o consumo pessoal do mesmo período e a Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan.
Podemos esperar por grandes movimentos dos capitais. Se esses não forem contraditórios e trouxerem notícias positivas sobre a aconomia norte-americana as bolsas reagirão com algum vigor. Vamos aguardar.

sábado, 19 de junho de 2010

GALVÃO, MÍDIAS SOCIAIS e piauí

Como já observado no livro "MÍDIAS e NEGÓCIOS" proliferam exemplos da mídia 'on line' pautando a mídia 'off line'.
O mais recente episódio foi o #calabocagalvao. O viral surgiu no dia 13 de junho e tomou conta do Twitter.
Desde então, aparece na lista de Trending Topics (assuntos mais populares) da rede de mensagens.
O interessante foi o vídeo criado voluntariamente para mobilizar a opinião mundial dos usuários no twitter: "O Galvao é um pássaro em extinção e precisa de sua ajuda".
Assistam:

Além de hilário, a ação mostra como é possível criar factóides na rede e transfomá-los em FATOS: o próprio GALVÃO entrou no circuito e apoiou a campanha...
O que nos interessa como fenômeno mercadológico é o poder da mobilização coletiva para gerar fatos novos, inéditos e com imensa repercussão.

Ao contrário dos fenômenos #loirauniban e #dameuchip-pedro que surgiram no mundo real e foram adotados pelo mundo virtual, o #calabocagalvao foi gestado e parido no mundo virtual. O real apenas se rendeu ao tsumani...
A Globo provocou o Galvao a se pronunciar - e ele de forma inteligente driblou a polêmica.
É redundante se sentir espantado. Cada dia dogmas consolidados de jornalismo e marketing são derrubados, por usuárias de mídias interativas que abusam de um anarquismo falsamente caótico.

O agradecimento feito por João Moreira Salles (revista piaui) a FEA USP por participar de nosso debate sobre o FUTURO DAS MÍDIAS resume: "Poucas vezes tive tanto prazer em falar sobre o que não entendo"
Postado por Ramiro Gonçalez às 10:59

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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Chegou ao Brasil. E veio com força.

Lojas grátis: ambiente para a pesquisa
de marketing
Já são três. Pode?
Não havia nenhuma e em um mês passamos a ter a Clube Amostra Grátis, a Sample Central e o site Tryoop. São lojas montadas para entender sentimentos, emoções, julgamentos, opiniões, motivos, barreiras e toda a sorte de atitudes que forem possíveis de ser surpreendidas durante o ato de compra. A loja existe para ser um ambiente de pesquisa para produtos que necessitem ser testados pelo consumidor ou expostos para suas decisões de adoção.
A equação financeira para a loja tem dois termos, no primeiro membro. O primeiro termo está composto pelos contratos fechados com empresas que queiram conhecer o comportamento do consumidor em relação aos seus produtos e marcas. O segundo, pelas taxas de inscrição que os consumidores pagam para poder freqüentar essas lojas. Claro que no site do Tryoop esse pagamento não existe. O consumidor, em suas visitas, escolhe um determinado número de produtos, preenchendo, depois do consumo, um questionário que avalia suas reações a esses produtos. Agora, a imaginação e as metodologias podem ter asas. Pode-se avaliar a qualidade dos produtos, de forma comparativa a seus concorrentes, ou fazer uma pesquisa de satisfação, eleger usos e aplicações principais, etc.
No segundo membro, deve aparecer um número que reproduza a soma dos dois outros e que seja capaz de dar conta de todos os custos e remunerar os investimentos realizados. Talvez dê certo, mas acho um é pouco, dois é bom, três é demais.
Mais viável seria criar unidades móveis de pesquisa para encontrar um número maior de consumidores, mais dispostos a colaborar e com resultados instantâneos, seja em eventos, seja em pontos de grande movimentações de pessoas. Agora, tudo isso é mais uma avanço da área de pesuqisa que merece ser aplaudido.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Debate traz alguma luz para o futuro das mídias

Dabate na FEA/USP remete a novos estudos
Ontem na FEA USP realizamos o segundo debate para entender o prognóstico possível para as mídias organizado pelos Prof Dr Celso Grisi e Fábio Oliva. Abaixo faço um pequeno resumo dos principais pontos.
Trouxemos os agentes mais importantes para definir o futuro - aqueles que pagam a conta: os anunciantes.
Os representantes dos anunciantes (Unilever e Santander) mostram como as redes sociais podem ajudar a construir a imagem de Marca.
1) Fernando Martins (Santander) deixa claro que é preciso correr riscos e tratar de forma transparente os conteúdos gerados pelos usuários da WEB. Entender suas críticas e sugestões de forma humilde (sem soberba ou arrogância) é o caminho escolhido para se relacionar com os consumidores nas redes sociais.
2) Betânia Gattai (Unilever) trouxe exemplos práticos de críticas as suas marcas que geraram oportunidade de relacionamento. O SAC que sempre foi o filho feio do Marketing parece estar renascendo através das redes sociais. Estar presente nas redes é uma forma ativa de conversão de clientes potenciais em clientes efetivos. Reitera que é preciso ter disposição para ouvir críticas e apresentar soluções. Com o cuidade de não ser invasivo nas relações estabelecidas nas redes.
3) João Moreira Salles fez ums defesa contundente do jornalismo investigativo como forma de contra balançar a tendência à superficialidade nas notícias. Explicou que muitas matérias na piauí (em minúscula mesmo) levam mais de 11 meses para serem apuradas. Criou um termo - SLOW NEWS - para descrever o processo.
Os anunciantes mostram que o caminho para alocar verbas publicitárias é olhar menos a audiência e mais o conteúdo.
Ficou claro que a mídia tradicional está em crise nos países europeus e nos EUA.
Entretanto a mídia on line não mostrou consistência em seus modelos de geração de receitas (exceção é o GOOGLE - mas AINDA não gera conteúdo), apesar de roubar audiência das mídias off line.
A conclusão unânime é que estão sendo construídos modelos de negócios que permitam a convivências das mídis ON e OFF LINE.
Fernando Martins ilustrou assim este momento nas mídias: "Caminhante, o caminho é feito ao andar".
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
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Internet na Copa

O país de chuteiras abandona tecnologia
Na estréia da seleção brasileira, o acesso à web em ambientes corporativos apresentou uma redução de aproximadamente 75%. A informação é da Tecla Serviços de Internet. O maior uso da web se deu no Twitter e em redes sociais.  Os dados do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) confirmam essas informações.
O fato é que o mundo real tem seus atrativos e alguns deles chegam até a contaminar os comportamentos de internautas. Fomos todos para as mídias convencionais, mas ainda assim as redes sociais garantiram nossa participação nesse acontecimento. Ficou facultado opinar e conhecer opiniões. Inclusive para pedir "cala a boca, Galvão".

Japão de volta?

Governo japonês manifesta otimismo
O Japão pode, no médio prazo, tornar-se mais uma alavanca para a recuperação mundial. Em relatório de avaliação sobre a economia, o governo japonês mostra novos avanços, atribuindo, ao aumento de suas exportações e dos investimentos, o ritmo mais forte de sua recuperação.
Remanesce, contudo, temores em relação à crise européia e de seus possíveis contágios sobre as economias asiáticas.
Do ponto de vista interno, o maior problema continua sendo a deflação, obrigando o Banco Central Japonês (Bank of Japan) a manter o juro básico excessivamente reduzido (0,1% ao ano).
O governo desenha também uma nova estratégia de crescimento até o ano de 2020, assentada nos objetivos de crescimento dos níveis de emprego e de ampliação da demanda interna. Para dar suporte a esses objetivos as maiores estratégias consistem em progredir nos assuntos fiscais e em reduzir a dívida pública.
Essa decisão repercutirá positivamente em todos os mercados e deve trazer novas expectativas para o aumento do consumo e dos preços das commodities.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Varejo perdendo margem

Com demanda menor, varejo resiste em repassar inflação
Veículo: DCI  -  Data: 17/06/10  -  Karina Nappi
SÃO PAULO - Os índices de inflação mostram que a alta nos preços verificados no atacado ainda não foram repassados ao consumidor final. O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) teve forte alta, passando de 1,11% em maio para 1,30% em junho. A alta nos preços foi puxada, principalmente, pelo Índice de Preços no Atacado (IPA), e pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que correspondem por 60% e 10% respectivamente do IGP-10. Enquanto isso, os preços ao consumidor continuam em deflação.O minério de ferro mais uma vez foi destaque entre os preços pesquisados no atacado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo afirmou o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros. "O avanço no preço do minério, que subiu 51,84%, é reflexo de um reajuste em torno de 100% promovido pela Vale em abril", frisa.
Mesmo admitindo o impacto expressivo do minério na inflação de junho, medida pelo IGP-10, Quadros fez uma ressalva. Ele comentou que, por conta do minério, os IGPs estão iniciando uma fase de desaceleração. Entretanto, o especialista não fez previsões sobre como ficaria a trajetória dos IGPs nos próximos meses, caso se confirme as notícias de um novo aumento no preço do produto.
Para Mauro Calil, professor do Centro de Estudos Calil & Calil, a tendência é de repasse dos preços no médio prazo.
"Os IGPs tendem a recuar, em decorrência do aumento da taxa de juros, da retirada dos incentivos financeiros como o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados], enquanto os índices de varejo tendem a apresentar alta inflacionária pelo repasse nos preços dos produtos que são comprados no atacado", argumentou Mauro Calil. Segundo Celso Grisi, diretor da Fractal, a inflação será aproximadamente 1 ponto percentual acima da meta de inflação (4,5%), para isso haverá uma inversão dos resultados atuais.
"A tendência será de acomodação, todos os índices vão refletir a política fiscal. A inflação será de 5,3% ou 5,2% no fim deste ano, ou seja, todos os índices vão em direção ao centro da meta, sendo assim, os IGPs vão recuar e o IPC vai crescer. Com isso, vão se igualar."
Resultados
O IGP-10 de junho acelerou em relação à apuração de maio, mas apresentou queda na comparação com o IGP-DI de maio (1,57%). A alta é ainda fruto do reajuste do minério de ferro (51,84%, ante 21,02% em maio), que puxou o IPA-industrial para 2,23% (ante 1,24% em maio) e o IPA para alta de 1,68% (1,34%). Na direção contrária, vieram a baixa do IPA-agrícola (-0,04%, ante 1,65%) e a dos Bens-Finais, que na análise por estágios da produção caíram 0,62% no mês (0,82% na medida de núcleo que exclui combustíveis e alimentos in natura), analisou a Rosenberg Consultores Associados.
"Do lado dos preços ao consumidor, o IPC marcou deflação de 0,01% ante alta de 0,64% na apuração anterior, puxado, sobretudo, por Alimentos em queda [-1,05%, ante 1,21%]. O INCC, por sua vez, foi impulsionado pelo dissídio trabalhista em São Paulo, que trouxe os custos de Mão de Obra para alta de 3,30% e o INCC para uma forte aceleração [2,01%, ante 0,77%], sendo que Materiais, Equipamentos e Serviços também contribuíram para o resultado, embora em menor medida [foram de 0,47% em maio para 0,83% em junho]", aponta o documento da empresa.Por outro lado o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) voltou a mostrar deflação, ao recuar para 0,04%, ante aos 0,21% da última leitura semanal. Segundo a fundação, este foi o menor resultado para o indicador desde a quarta semana de setembro de 2008, quando o índice registrou queda de 0,09%.
Das sete classes de despesa usadas para cálculo do IPC-S, seis apresentaram decréscimos em suas taxas de variação de preços.
As classes de despesa que apresentaram inflação menos intensa, ou até mesmo deflação foram alimentação (de -0,46% para -1,05%); habitação (de 0,71% para 0,56%); vestuário (de 1,44% para 1,12%); saúde e cuidados pessoais (de 0,54% para 0,44%); educação, leitura e recreação (de 0,09% para 0,01%); e despesas diversas (de 0,44% para 0,34%).
A aceleração do IGP-10 de junho para 1,30% foi puxada pelos preços no atacado, e economistas acreditam que os preços no varejo devem começar a subir no curto prazo.

Dúvidas e temores

Contradições confundem o entendimento
das tendências
Mercado conclui que o melhor é ser cauteloso e esperar.
Na Europa, foi a boataria sobre o imaginado plano de 250 bilhões de euros que a União Européia e o Fundo Monetário Internacional estariam preparando para tirar a Espanha do fundo do poço. Tudo devidamente desmentido pelas duas organizações. Não deu outra, a moeda norte-americana valorizou-se no Brasil 0,11%.
Ainda na Europa, a inflação ao consumidor na zona do euro continua a crescer. Em maio, o avanço dos preços foi de 1,6%. No mês anterior havia sido de 1,5%.
Em meio a uma crise de proporções tão grandes era de se esperar por comportamento da inflação bem diferente. O alerta está dado. É preciso reduzir a liquidez excessiva. Aliás, o bom desempenho na captação de recursos da Espanha, Irlanda e Bélgica, no leilão de bônus, comprova esse excesso de liquidez e também aponta para um certo convencimento de que as dívidas desses países já estariam sendo objeto de um encaminhamento correto.
Nos Estados Unidos o índice de construção de residências caiu cerca de 10% em relação a abril. As licenças para novas construções registram duas quedas sucessivas. Em abril, a queda foi de 10,9% e em maio 5,9%. Em outras palavras, os dois indicadores deixam a impressão de que o setor está baleado mesmo e que sua recuperação não deve ser esperada no curto prazo. É coisa de mais um ano, no mínimo. O americano está apresentando um comportamento mais para japonês, aprendendo a poupar mais e a se endividar menos. No tocante à produção industrial, a notícia é animadora. Cresceu 1,2% em maio, quando comparado ao mês anterior. Esse crescimento levanta expectativas positivas sobre o mercado de trabalho e dá força aos argumentos relacionados à consistência da recuperação da economia americana. Agora, o que deu impulso às convicções sobre o crescimento da economia norte-americana foi a estimativa de que a utilização da capacidade instalada da indústria cresceu para 74,7% em maio. Aliás, o custo das matérias primas está em alta, no mundo.
Por aqui a taxa Selic tem falado alto. As medidas de inflação dão conta do arrefecimento dos preços e fluxo de capitais estrangeiros segue à busca dos altos juros pagos em reais. Investidores estrangeiros esperam pela abertura de capital de empresas brasileiras e põem seus olhos no lançamento de ações do Banco do Brasil.
O petróleo continua a subir. Demos, nas postagens de ontem, uma grande ênfase a essa commodity. Na verdade, a alta é mais consequência da queda de produção das refinarias nos Estados Unidos. O barril de petróleo do tipo WTI, com vencimento em julho, cresceu 0,9% para US$ 77,64 na Bolsa de Mercadorias de Nova York. Em Londres, o barril do tipo Brent, com vencimento em julho, aumentou 1,4%, cotado a US$ 78,15.
Começamos a nos aproximar dos 80 dólares o barril e, exatamente, em um dia em que o dólar valorizou-se em relação às demais moedas fortes. Quando o dólar sobe o risco das commodities aumenta e seus preços, obedientes a isso, caem. Não deu o esperado, ao contrário o preço do petróleo continuou a subir. Há, portanto, entre os investidores, uma crença no aumento do consumo dessas commodities que só pode decorrer da certeza em uma recuperação econômica mais rápida em nível mundial.
Finalmente, precisamos lembrar que em termos de contradições, no dia de ontem, a Suiça derrotou a Espanha. É, as coisas estão mudando.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mudança nesse blog

Mudanças são sempre necessárias
Quero inovar esse blog para que ele tenha maior relevância a todos que os frequentam esse espaço. Para isso preciso inovar na direção certa.
Gostaria de receber as sugestões que pudessem aperfeiçoá-lo sobre todos os aspectos: gráfico, conteúdos, frequência da postagens, sessões, etc.
Peço suas críticas. É por meio delas que conseguirei alcançar esses objetivos. Receberei tudo como contribuições e ninguém precisa identificar-se, se não quiser.
Aguardo suas contribuições, com muita esperança de melhorar esse blog. Não quero manter erros ou preservar impropriedades.
Usem, por favor, comentários para descrever suas propostas de mudanças. Agradeço seu esforço.

Uma nova forma de ver a crise na Europa

Diretoria do Departamento de Análise Econômica do Bradesco: uma visão para além da economia
 
Realmente magnífica a análise. Nos chegou através  do PrimeLine, Boletim desenvolvido pelo Bradesco para seus clientes do segmento Prime. Tomamos a liberdade de reproduzi-lo, já que é documento é público.

Inteligência Coletiva x Conhecimento Especialista

AMANHÃO DEBATE NA FEA / FIA
A teoria das multidões formulada por Gustavo Le Bon explica em parte o crescimento das redes colaborativas. Ele estudava o comportamento do indivíduos dentro das multidões. Fica claro ao ler a obra que tinha uma visão pessimista sobre o compertamento coletivo. Mas isso foi em 1894...
Parece que a multidão tem agora um comportamento mais positivo. O surgimento da Wikipedia, com todos os seus defeitos, mostrou que envolver o indivíduo na geração de conhecimento pode ser um poderoso aliado a educação.
Agora temos um outro autor James Surowieck - A Sabedoria das multidões - que mostra como propriedades das redes podem aperfeiçoar o conhecimento ou até trazer soluções inovadoras. As principais propriedades que favoressem a construção de conhecimento coletivo - diversidade e descentralização (não há líder) - mostram que é mais eficiente que o conhecimento do especialista (indivíduo).
Mas nem tudo é tão simples assim...
Participei recentemente de um processo de construção de conhecimento com a técnica de DESCONFERÊNCIA: Não há líder, o grupo determina o foco e o escopo do problema a ser resolvido. A princípio as vantagens são claras: engajamento, participação e interesse extremos. Generosidade em compartilhar informações e conhecimento.
Entretanto o grupo se perdeu, ficou sem foco e solicitou a mediação. Fiquei em dúvida se o mediador seria o líder... Mas não desisti do experimento.
O que ficou claro é que nas circunstâncias certas, o conhecimento em rede é melhor para tomar decisões ou inovar. Parece um sonho distante?
Já existe a experiência no Brasil de uma agência de publicidade colaborativa (www.zoopa.com). Formada por 60 mil participantes que produzem peças publicitárias para anunciantes. As melhores são premiadas pelos anunciantes.
A FIAT também inovou ao solicitar o conhecimento das multidões para desenhar o FIAT MIO. O veículo foi criado pelos usuários e será exposto no próximo salão do automóvel.
Fica claro que estamos num momento de RUPTURA. As empresas tradicionais têm enorme dificuldade em aceitar este modelo pois se baseiam no conhecimento HIERÁRQUICO.
E como em toda ruptura não está claro como o novo substituirá o antigo.
Como criar redes de colaboração internas? Como fazer gerentes e diretores abrirem mão de seu poder? Como manter o processo funcionando de forma perene?
São desafios ainda não respondidos que serão debatidos no dia 17 de junho com Prof. Grisi, Unilever e Santander.

BLOG DO EVENTO: http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
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Consumo de Mídias on-line e off-line

Amanhã teremos debate na USP
Discutir modelos de negócios para mídia on-line será o objeto das discussões. A esse propósito, os grandes jornais do país trazem, nessa semana, notícias muito interessantes:
1) A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE - divulgou relatório de pesquisa realizada em 31 países, apontando que os números de títulos e de circulação de jornais cresceram nos países emergentes. Em alguns países desenvolvidos a circulação de jornais impressos está em queda. Na Irlanda, Portugal, Turquia e Polonia a circulação está subindo e muito.
O relatório afirma ainda que nos países desenvolvidos a televisão e os jornais ainda são as maiores fontes de notícias, mas a internet tem crescido de maneira expressiva. A internet tem sido, na maioria das vezes, utilizada como um elemento complementar às informações obtidas em jornais.
O relatório ainda afirma que os leitores ativos de notícias off-line tendem a ler notícias on-line com maior intensidade.
A audiência das organizações de notícias, se combinados os meios impressos e a internet, estaria crescendo. Então qual a razão dos prejuízos? É que ninguém quer pagar por informações na internet. Será? (Folha de São Paulo 15/06/2010).
2) Audiência de sites aumenta durante os jogos da Copa. Isso acontece nos sites, twitter, nos portais, etc. (Valor Econômico de hoje)
A televisão e o rádio ligados e a internet bombando. Parece também que é um caso de combinação da mídias.
Portanto, as mídias terão que procurar seus respectivos shares, suas combinações de uso simultâneo ou complementar e, ainda, entender os usos e aplicações feitas por seus consumidores.
Que tal discutirmos isso amanhã?

Risco é só para quem gosta

Petróleo fechando a US$ 76,00/barril
Ainda ontem ensaiamos uns palpites sobre o petróleo. Realmente trata-se de uma commodity com excelentes perpectivas de altas de preços, se, e apenas se,  o crescimento mundial for confirmado. Os estoques estão baixos e a demanda pode crescer muito.
Vale sempre lembrar que o mercado de commodities é considerado, entre todos, o mercado de maior risco. Portanto, esse risco deve ser corrido exclusivamente por quem gosta e acompanha tudo muito de perto.
Importante observar que muito da alta de ontem pode estar relacionada à divulgação da expansão do índice de atividade manufatureira, anunciada pelo FED de NY. Na postagem de domingo, discutimos que a publicação desse índice poderia trazer impactos positivos à economia americana. Aconteceu. Poderia não acontecer. Aí o efeito seria inverso. É isso que explica o risco desses mercados. Eles dependem do efeito conjunto e simultâneo de um número muito grande de variáveis, parte delas com comportamentos incontroláveis e de previsibilidade muito difícil.
Por que crer na recuperação mundial tão definitivamente e fazer apostas em commodities, se os fundamentos econômicos dos países ricos não mudaram? Apenas porque a Europa cresceu 0,3% a mais do que prevíamos? Apenas porque a França anunciou um plano de redução de 5% de seu déficit interno até 2013? Apenas porque a recuperação americana tem mostrado vigor? Apenas porque os BRICS estão indo muito bem, sustentando a demanda mundial e garantindo a rentabilidade das commodities?
São tantos "apenas", que a somatória deles levou à percepção de um risco menor e os investidores passaram a fazer as apostas no petróleo. Volto a dizer que surfar nessas ondas é perigoso. Seja como for, a Petrobras é uma blue chip em pocesso de capitalização e com acesso a uma das maiores reservas mundiais. Não acredito em quedas maiores, mesmo que a recuperação não se comporte bem.
Enfim, "tudo continua como dantes no quartel de Abrantes": entrar tem riscos altos de perdas e de ganhos. Melhor ficar fora? Pode ser uma chance desperdiçada. Melhor ficar dentro? Chances são coisas dos jogos de azar e, invariávelmente, privilegiam as bancas. Decida você.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Alta de preços para produtores

Produtos agropecuários ainda
pressionarão a inflação
O Instituto de Economia Agrícola anunciou que o Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista encerrou o mês de Maio com variação positiva de 8,66%.O IqPR-V (produtos de origem vegetal) registrou alta de 12,18%, enquanto que o IqPR-A (produtos de origem animal) encerrou o mês com variação negativa de 0,10.
Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice, os índices IqPR e IqPR-V  (produtos vegetais) encrraram maio com crescimento de 6,78% e 13,33%, respectivamente .
Isso sugere que um mehor planejamento da atividade agrícola poderia reduzir a pressão sobre a inflação, sobretudo se fosse levado em conta a dieta das classes de menor poder aquisitivo. Essas classes são muito extensas e apresentam uma forte demanda reprimida. Se a emergência social vai continuar, seria conveniente expandir a oferta dos bens consumidos por ela. Preservaríamos os ganhos dos mais pobres e melhoraríamos a qualidade de sua alimentação, sem prejuizo da estabilidade dos preços .
Há tempo para isso, mas seria preciso agir rápido pois o grosso do plantio se dá em outubro no sul e sudeste, onde os contingentes poulacionais menos favorecidos são maiores.
Para a variação dos índices acumulados nos últimos 12 meses, os resultados mostram expressivas variações positivas para o IqPR de 29,76% e para o IqPR-V (vegetais) de 42,27%. Para o IqPR-A (animais) o acumulado fechou positivamente em 1,45%.
Feijão e amendoim foram os vilões dos últimos 12 meses. Os produtos do IqPR com as maiores altas em maio foram: laranja para indústria (68,80%), feijão (24,64%), cana-de-açúcar (11,34%), amendoim (9,05%) e leite tipo C (5,52%).
Os pomares, no ano passado, com custos pressionados pela entrada do greening e os baixos preços da laranja, estão produzindo laranjas de péssima qualidade. Por isso, os preços vêem sendo puxados pelos elevados valores alcançados pela laranja de mesa. Os preços da laranja para mesa chegaram a ser 41,1% maiores que os da laranja para indústria.
Os preços recebidos pelos produtores paulistas de feijão continuam em alta. Estoques reguladores constituem-se em estratégia fracassada. Os leilões já cairam em descrédito.
No caso do amendoim, a seqüência dos preços mais altos deriva dos impactos da redução de 22,9% da safra nacional e diminuição de quase 25% da área plantada da safra das águas. O problema é muito semelhante ao da oferta do feijão.
Os leites B e C sofrem de uma natural  redução na produção, em virtude da diminuição da qualidade dos pastos, em função do frio. Cai a oferta, sobe o preço.
Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços em maio foram: banana nanica (16,32%), tomate para mesa (11,75%), laranja para mesa (6,97%), algodão (3,81%) e carne de bovina (1,73%).
O tomate continua em queda pela entrada dos novos plantios. Os altos preços do início de março estimularam a ampliação da produção levando, na gangorra de preços, a novo ciclo de queda acentuada de preços.
Na banana, o recuo dos preços decorre do início da normalização dos fluxos do produto, tanto na colheita quanto no transporte. Chega de enchentes que reduzem a oferta e pressionam os preçõs.