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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A inflação dá trégua?

Inflação tira o sono do governo
e dos consumidores
Enfim duas boas notícias: o Índice de Preços ao Consumidor Semanal, IPC-S, apresentou queda nas sete capitais pesquisadas pela Fundação Getúlio Vargas entre a segunda e a terceira semana do mês de fevereiro. A média nacional do IPC-S, na terceira semana de fevereiro, foi de 0,26%, o que quer dizer, 0,29 ponto percentual inferior à taxa da semana anterior. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) por sua vez também desacelerou para 0,29%, em fevereiro na comparação com o mês anterior, segundo a Fundação Getúlio Vargas.  Em janeiro, o índice avançou 0,34%.
Os maiores focos de pressão sobre os preços foram atribuídos aos produtos industriais, sobretudo aqueles protegidos pelos recentes aumentos tarifários em suas importações. Por outro lado, os produtos agropecuários mostram-se em queda: frutas, verduras, legumes fibras e proteínas vegetais.
O IPC - Índice de Preços ao Consumidor - desacelerou também para 0,30% em fevereiro, contra 0,98%, em janeiro.
Os preços que mais contribuíram para um IGP-M mais baixo foram os preços de alimentação (1,97% para 1,51%), educação, leitura e recreação (2,55% para 1,45%), despesas diversas (3,60% para 2,08%), vestuário (0,23% para -0,28%) e saúde e cuidados Pessoais (0,51% para 0,40%).
Tudo foi muito melhor do que o mercado esperava.

Ontem deu EUA

Brasil emperrado no meio do pleno emprego
Em pleno road show para apresentar o país a investidores internacionais, chega a notícia de que o índice de confiança do consumidor da FGV caiu 1,4% em fevereiro em relação ao mês anterior. Trata-se da 5ª queda consecutiva desse indicador. A economia e a má administração pública vão cobrar preços elevados do Governo Dilma, mesmo com o excelente desemprenho do desemprego que em janeiro apresentou mais uma queda. Em janeiro, o desemprego no Brasil está em impressionantes 5,4%.
Nem o desemprego tão baixo, nem os aumentos reais de renda conseguem impulsionar o baixo crescimento do PIB, consolidando a ideia de que o consumo não dará apoio a aceleração da atividade econômica.
A Itália, por outro lado, semeia novas incertezas em relação à zona do euro. A divisão na política italiana ameaça a economia e enfraquece as medidas de controle fiscal. O BCE sofre contestações sob suas funções fiscalizadoras no país.
Nos EUA, o índice de confiança do consumidor volta a crescer. Sai dos 58,4 pontos no mês de janeiro para 69,6 pontos em fevereiro. Em paralelo, os Estados Unidos anunciou que as vendas de residências novas também cresceram. Em relação ao mês de dezembro, esse indicador apresentou alta de 15,6% em janeiro.
As notícias apontam para um crescimento norte-americano bem mais forte que o crescimento europeu e define a tendência de valorização do dólar face ao euro. Tudo a conferir nos próximos períodos.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Retração

A união Europeia revisou suas previsões
Na revisão anunciada essa semana, a União Europeia manifesta um pessimismo ingênuo. Previa um crescimento anterior de 0,4% para 25 países do bloco. Agora só acredita em 0,1%.
Alguns elementos não foram suficientemente considerados nessa última previsão. A recuperação norte-americana e a valorização do dólar beneficiarão as exportações da Europa. O crescimento chinês, mais consistente em 2013, embora em taxas menores, também criará uma importante vertente exportadora para o combate à retração na Zona do Euro. Por fim, o próprio consumo interno deve apresentar uma reação, ainda que modesta, favorecida pela complacência dos credores demonstrada no acordo do final de 2012.
Lembro que o emprego, que vinha ladeira abaixo, manteve-se estável em janeiro e que o PMI industrial da região, no mesmo mês, mostrou-se em crescimento, embora ainda abaixo do limite de 50 pontos que divide a expansão da retração.
O fato é que a ordem institucional da região evoluiu, atribuindo maior confiança aos investidores a partir das novas funções atribuídas ao BCE de guardião fiscal dos países e de preservador da segurança do sistema financeiro.
Em síntese, o abrandamento das obrigações fiscais e a ação fiscalizadora do BCE dão impulso ao crescimento interno, enquanto a recuperação da demanda mundial abre vertentes externas para a indústria dos países da região. Disso se tudo se beneficiarão o emprego e os salários da população europeia.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

No longo prazo

Mudanças trarão novidades às
moedas e seus preços
O dólar tende a se apreciar em relação ao euro em função da disposição já manifestada pelo Fed no ano de 2012, e agora reiterada pela ata do Fmoc, em determinar o fim do programa de expansão quantitativa.
Mas não é só isso que pode influenciar essa valorização. Também a velocidade de crescimento dos Estados Unidos deve ser significativamente mais rápida que a elevação do ritmo de recuperação europeu. Esse diferencial também será uma fonte nada despresível de pressão para a alta para o dólar.
Entretanto, não se pode esquecer que o estoque de dólar existente na economia mundial é imenso e que dificilmente as reações da moeda norte-americana venham a ser muito fortes nesses primeiros instantes.
A curva de juros no mundo deverá subir também. A inflação precisará, mais cedo ou mais tarde, voltar a ser uma preocupação relevante entre as autoridades monetárias em todo mundo. Isso é especialmente verdadeiro no Brasil, ainda que os dados da atividade econômica não sejam tão animadores. Mas, como se acredita em recuperação, melhor será abrir os olhos para as taxas de juros aqui também.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Especulações confundem

Melhor interpretar, sem especular
sobre fatos improváveis
O dólar fechou a sessão de ontem em alta graças ao anúncio contido na ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto que o banco central norte-americano pode reduzir ou interromper a compra de bônus antes do planejava. A moeda norte-americana fechou com alta de 0,56 por cento, a R$ 1,96  na venda.
A lógica do mercado é simples e até simplória: menor compra de títulos, menor liquidez da moeda norte-americana e, portanto, maior sua valorização. A ata cogitou apenas uma possibilidade para um prazo maior. A liquidez se reduziria apenas no longo prazo e, ainda assim, se o estoque da moeda fosse baixo.
Em sentido contrário, o mercado espera que o Bacen apoie-se no câmbio para combater a inflação, apreciando a moeda nacional.
É assim que é. O mercado vive de especulações. Melhor seria dar sentido a esses fatos e entender que uma variação no valor das moedas pode não ter maior significado em termos das políticas econômicas de um país. Muitas vezes, essa variações refletem ações especulativas movidas pela insensatez e irracionalidade humanas.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Mudança à vista

Do jeito que vai, a Selic não fica
 no mesmo lugar
A inflação chegou a 0,86%. Sua generalização pelos itens que a mede aponta para um índice de difusão na marca dos 75,1%. Em 12 meses chegou a 6,15%. O próximo Copom está chegando na primeira semana de março e já se especula claramente sobre a alta de 0,25%, retornando a Selic em 7,25%.
O ministro Mantega parece que até concorda quando diz que “o juro é o principal instrumento de controle da inflação no Brasil”. Mas o presidente do Banco Central prefere trabalhar na vertente do real mais apreciado.
Lembro que as maldades devem ser feitas de uma única vez, como já disse alguém. As bondades podem ser distribuídas ao longo do tempo. Se isso é verdade, é preciso pensar por que não subir a Selic mais fortemente. Seria um recado e tanto para os agentes econômicos. Que tal um mínimo de 0,5% ou, que sabe 0,75%?
Difícil vai ser aguentar a oposição e explicar a decisão para todo o país , sem perder popularidade em ano pré eleitoral.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

A teoria econômica é cruel

A teoria econômica não admite desvios

Complicou

A inflação prospera.
Não foi por falta de aviso.
O Banco Central finalmente acordou. O  ministro Mantega sugere que juros é mais eficiente que câmbio para fazer o “serviços sujo” de conter a alta de preços.
Na base do problema estão os imprudentes reajustes salarias que desrespeitaram a produtividade. A mão de obra encarece a produção e a produtividade não cresce. Essa composição é explosiva e leva a aumentos de preços, dado que a oferta se retrai e a demanda se expande. A demanda conta ainda com os estímulo de um crédito excessivo, a juros realmente muito baixos e cuja inadimplência requer seu contingenciamento.
O Banco Central entende que o problema não será resolvido com juros mais altos. Como a inflação tem como determinante principal, no entendimento da instituição, as restrições da oferta, não adianta aumentar juros. Na esteira desse pensamento, a oferta reduzida explicaria o baixo crescimento.
O jeito então seria apreciar o real. Mas o ministro da Fazenda, por seu lado, enxerga que essa política cambial levará à perda da competitividade dos produtos brasileiros, comprometendo a recuperação econômica. Faz sentido: investimentos seriam mantidos baixos, com suas naturais consequência sobre o mercado de trabalho e, portanto, com reduções futuras da demanda.
Não se cogita, em qualquer hipótese, de uma desinflação salarial que, na verdade, é a causa do problema.
Não haverá muito tempo para o governo sinalizar seus novos rumos. Melhor seria explicitar rapidamente à sociedade e a seus agentes econômicos o conjunto de medidas que pusesse fim a tanto artificialismo. Dada a situação, restam poucas alternativas. A primeira, é subir a Selic 1 ponto percentual, de imediato, sustentando o dólar na casa dos R$ 2,00 a R$ 2,10. Só permitir maior desvalorização da moeda nacional a partir do ingresso de divisas provocadas pelo processo de privatizações / concessões. Rever as decisões em relação aos compulsórios, aumentando-o significativamente, de maneira a compensar os efeitos positivos que a alta de juros teria sobre o balanço dos bancos.
Para alguns a solução pode ter uma certo sabor de uma pequena vingança. Mas, de fato, trata-se de trilhar o caminho de volta para casa. Dessa vez, apenas para corrigir os excessos cometidos pelas duas instituições em nome da uma política contra cíclica, descoordenada e populista.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Falando em eficácia. Mas em segredo

Punição aos gestores é mais eficaz
que multas pecuniárias
Tempos atrás, as informações contábeis das instituições financeiras podiam conter erros, imprecisões e até falhas que induzissem a erros de avaliações, fossem elas intencionais ou não. O Banco Central em suas misteriosas relações fiscalizadoras impunha a essas instituições apenas multas pecuniárias. Na maioria das vezes os valores, tidos como baixos pelos agentes financeiros, eram pagos e ponto final. O assunto estava encerrado, demonstrando que o bolso não era a parte mais sensível do corpo humano, quando se trata de valores menores.
A partir de 2010, o Banco Central optou por responsabilizar pessoalmente os administradores, sobretudo a alta gerência, dessas organizações. E não é que deu certo? O total de multas caiu abruptamente. O número de executivos punidos, netretanto subiu. Foram punidos 508 gestores, entre 2007 e 2009. Esse número cresceu para 893, de 2010 a 2021.
As bases de dados do Banco Central padecem de transparência e o grande púbico não tem acesso a elas. Apenas algumas informações agregadas, em relação à toda base de dados, ficam disponíveis à consultação.  Não me parece razoável que seja assim. Em outros países os dados são mais transparentes. Portanto, se alguém quiser saber o nome dos administradores ímprobos ou que foram inabilitados pelo Bacen, vai ficar na saudade. O Bacen se acha no direito de não divulgar esse nome. Deveria se achar no dever de fazê-lo isso nos evitaria contratá-los para qualquer posição, nas empresas que administramos. Seria, por assim dizer, um cadastro negativo ou uma espécia de lei da ficha suja.

 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Livre comércio?

O escandaloso subsídio europeu ao campo
A proposta de ajuda oficial ao campo, contemplada pela União Europeia no Orçamento para o período de 2014 a 2020, corresponde a praticamente 40% do orçamento total do bloco. E isso ainda significa uma redução de 13% em relação ao orçamento do período anterior.
Esse é, sem dúvida, o grande entrave para que a rodada de Doha encontre um final promissor em termos do livre comércio.
Agora estamos diante de uma nova proposta elaborada pelo governo norte-americano para produzir um acordo comercial mais agressivo entre os dois blocos. O roto e o rasgado vão se encontrar em uma negociação que deverá envolver produtos agrícolas, ademais de outros de maior valor agregado e maior intensidade tecnológica. Vai sair faísca, pois estamos assistindo aos dois gigantes dominantes dos fluxos de comércio, buscar por fatias maiores das transações globais, inclusive privilegiando os interesses de suas grandes corporações multinacionais.
Enquanto isso, o Brasil se exclui de todo o bilateralismo liberal e fixa uma agenda comercial auto excludente, com países ideologicamente eleitos para as pobres alianças que faz.
Perdemos uma oportunidade importante para a retomada do crescimento nacional, na medida em que renunciamos aos melhores potenciais de mercado e em que valorizamos nossa moeda para combater as pressões inflacionárias internas.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Vamos combinar o jogo?

Não dá para aceitar a guerra
entre Fazenda e Bacen
O dólar sofreu queda em relação ao real, na contramão da competitividade nacional. A ideia é conter a inflação. A moeda norte-americana encerrou a quinta feira no menor nível em relação à moeda nacional em mais de oito meses.
Não dá para brincar assim. O presidente do Bacen resolveu que a inflação está alta e deixou o dólar cair. Vamos combinar? Ou temos uma política econômica ou temos dois Brasis.
Depois de ceder todos esses anos, não é que o Trombini resolveu ser Meireles? Declarar guerra à Fazenda, justamente agora que as coisas estão se acertando, não é bom para o país. Dá a impressão que o presidente do Banco Central está querendo ser Ministro da Fazenda.
O Banco Central permitiu que o dólar fechasse em queda de 0,82 por cento, a R$ 1,972, na venda. Trata-se da menor cotação de fechamento, desde 11 de maio de 2012. A competitividade do produto nacional vai ser outra vez comprometida e o sucateamento industrial continuará a seguir sua triste sina. Não é possível ao executivo das empresas exportadoras conviverem com essas indecisões de política cambial. Fizeram seus planejamentos estratégicos acreditando na depreciação do real e agora se encontram com uma surpresa contrária a seus pressupostos.
O IPCA subiu 0,86 por cento. Acumulou alta de 6,15 por cento em 12 meses. Mas, se o presidente do Bacen está realmente preocupado e quer divergir do Ministro da Fazenda, deveria escolher a rota correta: subir a Selic um ponto e meio, pelo menos. Certamente isso não o tornaria o próximo escolhido, pela Presidência da República, para o Ministério da Fazenda. Trombini, é feio bater em cachorro morto.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Estrangeiro na BM&FBovespa

Os capitais estrangeiros namoram
a bolsa brasileira
Meu amigo Décio Pecequilo, observador atento do mercado financeiro mundial chamou-me atenção para a forte presença de capitais estrangeiros no mês de janeiro na BM&FBovespa. Observou que os estrangeiros compraram mais do que venderam, enquanto os investidores institucionais, no contra pé, venderam mais do que compraram. Rindo, perguntou-me quem acredita mais nesse país.
O volume total girado na BM&FBovespa, no período de 2 a 31/1/2013, em R$ Mil (Compras + Vendas): 308.046.699, segundo o próprio Boletim dessa instituição.
As pessoas físicas representaram 8,49% nas compras e 8,37% nas vendas.
Os investidores estrangeiros compareceram com vigor nas operações desse mês, representando 20,75 % nas compras e 19,26% nas vendas.
Depois dos investidores estrangeiros, o maior volume foi girado pelos investidores institucionais que representaram 16,57% das compras e 17,94das vendas.
Há uma clara demonstração que os investidores estão voltando a por o olho nesse país. Critico sempre o descaso do Banco Central com a inflação, também não gosto de tanto intervencionismo e muito menos de artificialismos e vacilações na política cambial. Reprovo as alquimias contábeis nas contas nacionais. Entretanto, algumas medidas têm reduzido muito mas incertezas que dominaram o ambiente econômico desse últimos tempos. Redução de energia e o avanço no programa de concessões conseguidos nos últimos dias mostram a disposição do governo em trabalhar o chamado custo Brasil, os fundamentos econômicos são bons e o custo de capital está realmente baixo. Por outro lado, ainda que tenha descido abaixo dos R$ 2,00, a taxa de câmbio está menos apreciada, a demanda continua crescendo, assim como a renda real e os investimentos externos diretos.
Não há razões econômicas para o capital estrangeiro não vir ao país. As razões institucionais estão sendo reduzidas pela nova postura do governo e a bolsa mostrou isso no mês que passou.

Decisão histórica

Pressionada por maus resultados
 econômicos, a Presidente decide
 pela iniciativa privada
Ao entender que o governo não reúne condições para encaminhar o problema dos investimentos na área da infraestrutura, Dilma convocou o setor privado para ajudar na resolução dos problemas das concessões nas áreas dos portos, rodovias e ferrovias.
Contrariou, com isso, quase todo o PT e outros setores estatizantes da vida nacional, mas abriu espaço para retomar o crescimento.
Essa medida deve promover a quebra de um longo período de baixos investimentos no Brasil e que vinha prejudicando a expansão do PIB e ameaçando a privilegiada posição de nosso mercado de trabalho.
Foi decisão corajosa que somada à redução da tarifa de energia elétrica da indústria e à ampliação para 27 setores da desoneração das folhas de pagamento produzirão uma rápida reversão do nível de atividade econômica.
Resta ainda, para que essa previsão se realize, que governo e capital privado encontrem regras determinantes do equilíbrio entre os interesses públicos e a liberdade econômica pleiteada pelos investidores.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Inflação e crescimento

Instabilidades na Europa e no Brasil
Vejam essas idéias na BandNews Mercado:

De volta à ortodoxia

Assim também não dá!
Nem convidaram o Ministro Mantega para o road show com investidores internacionais para apresentação das concessões  em infraestrutura. Necessariamente, deveria ser o Ministro, formulador da política econômica nacional, a pessoa indicada para abrir o evento e apresentar os objetivos do governo central referente ao tema.
Mau sinal esse. Aponta para o desprestigio dentro do próprio governo em que sua política, de baixo crescimento e alta inflação, o lançou. Mas, assim também não dá. A presidente fez gestões que restituíssem a presença do ministro ao evento.
Ele tem se apressado em fazer declarações que pudessem reverter a desconfiança que amealhou junto aos empresários nacionais e junto aos capitais internacionais. Nos últimos dias, deixou claro que o câmbio não será usado como instrumento de combate à inflação. Mas, ainda ontem, o câmbio voltou a ficar abaixo dos R$ 2,00. Após a constatação do aumento dos valores dispendidos para custear a máquina pública, foi enfático: a política fiscal será anticíclica, mas responsável. Também não pegou bem. E, por fim, colocou uma minhoca na cabeça de todos os analistas financeiros, afirmando que a Taxa Selic poderia voltar a se mexer, uma vez que os instrumentos de combate à inflação estão nas mãos do Banco Central.
Francamente, não dá para entender. Parece uma recaída na ortodoxia mais radical. Ou o ministro mudou muito ou está lutando para não apear do cargo. Vale a mesma receita: assim também não dá, ministro.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Commodities industriais

Minério de ferro em alta na China
Os preços do minério de ferro apresentaram alta de 3,10 % no mercado internacional, a semana passada. Trata-se, segundo os especialistas de uma tendência das commodities industriais.
As maiores altas tem atingido os seguintes metais: alumínio, cobre, minério de ferro, estanho, níquel, zinco, chumbo e urânio.
Essas commodities nada têm a ver com reserva de valor. Antes expressam a demanda industrial por metais, cujas maiores utilizações associam-se ao ritmo da produção.
De maneira geral, já se nota uma atividade de recuperação dos estoques. Mais recentemente, alguns especialistas atribuem essas altas ao melhor ritmo da produção industrial norte-americana e chinesa.
Fica a impressão de que o Brasil poderá se beneficiar com os novos preços dos minérios de ferro e de alguns outros metais. No caso dos metais preciosos, o comportamento dos preços tem sido ainda um pouco mais agressivo.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O Brasil vai rompendo a inércia

Começando a andar mais rápido
Índice de Preços ao Consumidor – Semanal apresentou alta mais forte em janeiro: 1,01%. Em dezembro, a alta havia sido de 0,66%. Certamente, foram os reajustes da virada do ano, diriam as autoridades econômicas.
O IBGE informou que a produção industrial brasileira ficou estável entre novembro e dezembro. Os investimentos não vieram. Esperava-se que depois de tantas desonerações e outros incentivos os empresários fossem reagir. Não reagiram. Antes, o problema eram os juros, muitos altos, que inibiam a decisão de investir. Hoje é a falta de mercado que não recomenda novos investimentos.
A aceleração da economia depende de um aumento do investimento, o que ainda parece difícil, dada a redução da confiança do empresariado. Entretanto, o indicador PMI dos gerentes de compras do setor industrial brasileiro cresceu. O aumento sugere que a produção pode crescer nesses próximos meses. Espera-se que seja rompida a inércia que abstrói os investimento e o  crescimento. O PMI saiu de 51,1 pontos, em dezembro, para 53,2 pontos em janeiro.
A lamentar apenas o aumento do déficit da balança comercial, promovido pelo artificialismo da Petrobras em suas importações. O déficit foi de US$ 4,1 bilhões em janeiro, graças às importações que alcançaram US$ 20,00 bilhões, contra as exportações que somaram US$ 15,9 bilhões.
Os primeiro sinais começam a aparecer e poderão ser reforçados se o país voltar a atrair capitais externos.

Safra de boas notícias

O mundo se recupera
Agora vai? Parece que sim!
Depois da notícia da redução do PMI chinês, de janeiro, o número anunciado ontem, sobre o PMI industrial do país, foi animador: 52,3 pontos, revelando avanço nesse setor que representa o seu maior nível em dois anos.
Na Europa, o mesmo indicador do setor industrial mostrou um avanço animador. Saiu dos 46,1 pontos, no mês de dezembro, para 47,9 pontos, em janeiro. A Alemanha, mais uma vez, puxou o indicador. Outra boa notícia é que o desemprego na Zona do Euro ficou estável no mês de dezembro, sugerindo que a situação do mercado de trabalho pode melhorar em futuro próximo.
A economia norte-americana depois de um suspiro de seu PIB, no final do ano, voltou a apresentar resultados muito animadores. Os dados de emprego, de janeiro, vieram mais robustos. Foram criados 157 mil empregos no primeiro mês do ano. Por outro lado, a confiança do consumidor, medida pela Universidade de Michigan, subiu de 72,9 pontos, em dezembro, para 73,8 pontos.
Os gastos com projetos de construção também subiram. A alta foi de quase 1% em dezembro em relação ao mês anterior. Essa alta representou um gasto total nesse mês de US$ 884,9 bilhões, considerado o maior nível de gastos desde meados de 2009.
O setor imobiliário já vem apresentando reações pontuais, mostrando maior consistência em seu desempenho.
Finalmente, o índice ISM de atividade dos gerentes de compras do setor industrial também cresceu. Dessa vez, o indicador saiu de 50,2 pontos, em dezembro, para atingir 53,1 pontos, em janeiro.
O mundo não via tantas notícias positivas há muito tempo. Parece mesmo que, dessa vez, as maiores economias do mundo voltarão a contribuir mais decisivamente para a recuperação da demanda mundial.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Batendo na trave

A China em recuperação?
PMI chinês, em janeiro, apresentou queda de 0,2 pontos em relação ao do últimos mês do ano passado. É de preocupar ver esse recuo, pois o indicador, hoje nos 50,4, aproxima-se dos 50 pontos, limite entre o crescimento e a estagnação.
Os especialistas explicaram essa queda pelo recuo das encomendas feitas pelo exterior, mas mantém- se otimistas com o desempenho do mercado interno chinês. Entretanto, há mais de um ano o governo de Pequim afirma estar se preparando para reduzir a dependência de seu crescimento do mercado internacional.
Esse resultado indica que essa política não está conseguindo produzir os resultados esperados e que os fundamentos econômicos da China possam estar iniciando um período de deterioração mais rápida.
Pessoalmente, acho ainda muito cedo para aceitar qualquer uma dessas duas hipóteses, mas sugiro que maior atenção à performance desses indicadores da economia chinesa.
Curioso também notar que essa redução do PMI chinês coincide com um período de quedas nos preços internacionais das principais commodities agrícolas.