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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Educação?

Para os que ensinam e os que aprendem
Em educação de executivos, o pensamento dominante das escolas especializadas identifica características de aprendizagem próprias dessa geração de gestores. Nesse diagnóstico, os executivos são cada vez mais jovens e conectados. Querem acessar conteúdos específicos, de aplicação imediata, no momento e do jeito que escolherem. O conhecimento é buscado de forma fragmentada, parcial e muito rápida. Deve ser aplicado de forma imediata, pois a empregabilidade estaria dependendo do saber fazer. Por isso, consultam apenas trechos de livros e compartilham histórias e experiências. Problemas e respostas são melhor entendidos por meio de trabalho colaborativo, que permita a interação com outros gestores. A gamificação introduz elementos lúdicos, responsáveis por tornar o aprendizado mais atraente e divertido. Tudo muito concreto, sem abstrações teóricas mais complexas ou elaboradas.
As escolas e seus mestres se preparam para atender essa nova demanda, intensificando o uso de ferramentas digitais para a educação corporativa. Essa prática instrucional faz perder os próprios objetivos da educação profissional.
Apenas configurar um estilo único de aprendizagem e definir uma espécie de figurino para o procedimento didático dos professores neutraliza o desenvolvimento do espírito crítico e compromete as capacidades de análise e síntese.
Interpretar uma geração de gestores, como uma massa homogênea, sem respeito aos elementos individuais do aprendizado, como se todos desejassem as mesmas coisas e agissem da mesma forma para obter um conhecimento apenas utilitário parece distante do que chama de educar. Os gestores serão treinados em saber como fazer, como decidir, como resolver os problemas presentes. Mas, desprovidos do arcabouço teórico para resolver novos problemas. Quando isso acontecer, todos terão que procurar um novo curso, pois não aprenderam a aprender. Precisarão de uma nova reciclagem em sala de aula.
Isso não pode ser educação continuada, porque não é educação.

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