Banner

Translate

sexta-feira, 25 de setembro de 2009


Classe C - o novo fermento do consumo nacional
Revista Acrefi

Alguns especialistas já rotulam como a “nova classe média” aqueles que conseguiram melhorar o padrão de vida nos últimos anos. Para o professor Celso Grisi da FEA/USP, essa é mais uma nomenclatura para designar a classe C, que sempre existiu, mas agora ganha mais! São pessoas que aproveitaram as políticas assistenciais e de inclusão do governo federal para crescer e trataram de subir na pirâmide social.

O fermento dessa fatia da população parece ser bom mesmo: ela cresce 4% ao ano, segundo o professor.

Ainda conforme Grisi, mais da metade da população se enquadra nessa faixa de ex-pobres que melhoraram de vida e agora tem os dois pés na classe C. Formam essa nova classe média as pessoas que antes não tinham conta em banco e consumiam apenas o essencial e, hoje, compram o primeiro automóvel zero km ou constroem mais um cômodo na casa.

Para o professor Celso Grisi, diretor do Instituto de Pesquisa Fractal, o aumento da oferta de emprego e até o reajuste nos salários também contribuíram para o crescimento dessa classe. “Todas as áreas ligadas à exportação e à construção civil cresceram e colaboraram para esse novo cenário”, explica. Segundo ele, durante certo período, iniciado há pelo menos três anos, essas áreas não encontraram mão-de-obra especializada e acabaram abrindo vagas para pessoas que estavam desempregadas, mesmo aquelas sem formação ou escolaridade. Eles cresceram a partir do aumento da renda e da oferta de crédito. No momento em que a economia melhorou, em que houve a consequente diminuição das diferenças sociais, a classe C cresceu, tornando-se a nova classe média”, completa.
Para Celso, Diretor Presidente do Instituto Fractal, e que que recentemente participou de um fórum sobre o comportamento da nova classe média, realizado pela Associação Brasileira dos Anunciantes (ABA) "essa nova classe média é racional, exigente e muito sensível à relação custo x benefício. Econômica e não gasta sem, pelo menos, alguma análise sobre a propriedade de suas compras e de seus gastos. “ Preocupam-se com bens essenciais e preferem aplicar o dinheiro que sobra, prioritariamente, em caderneta de poupança, para garantir alguma liquidez ou na reforma na casa, valorizando o próprio patrimônio”, diz. Além disso, não desperdiçam e têm a cultura do reaproveitamento.

“As formas de pagamento mais utilizadas por eles são o cartão de crédito ou crediário e o dinheiro vivo. O cheque é pouco utilizado, até porque não são bem aceitos no comércio de modo geral", completa Grisi.

A crise atual, que pegou o mundo de jeito, também é claro atingiu essa parcela da população. E, segundo o estudo “Comportamentos de Consumo das Classes Sócio-Econômicas”, feito pelo Instituto Fractal, o consumidor ficou ainda mais racional e sensível ao preço. “Os consumidores estão muito mais conscientes do seu poder de compra, já que a oferta de crédito foi reduzida”, finaliza Celso.
É importante lembrar que enquadrar as pessoas em determinada classe é um processo arbitrário. Enquanto alguns pesquisadores usam como critério apenas a renda, outros levam em conta fatores como patrimônio, escolaridade e ocupação.
A FGV, por exemplo, definiu como classe média as famílias com renda mensal entre R$ 1.065 e R$ 4.591.
Já o Critério de Classificação Econômica Brasil (Critério Brasil), estima o poder de compra por meio de pontos, somados a partir da posse de itens e o grau de instrução do chefe da família.

Distribuição das classes Renda média domiciliar
A1 - 0,9% da população - R$ 14.250
A2 - 4,1% da população - R$ 7.557
B1 - 8,9% da população - R$ 3.994
B2 - 15,7% da população - R$ 2.256
C1 - 20,7% da população - R$ 1.318
C2 - 21,8% da população - R$ 861
D - 25,4% da população - R$ 573
E - 2,6% da população - R$ 329

Nenhum comentário:

Postar um comentário