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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Nada funcionou

Foram muitos anos de destruição
Resta assumir os fatos. Foram muitos anos de defasagem cambial que desestimularam investimentos. As empresas industriais, submetidas a um regime de moeda forte, foram sucateadas ao longo de anos. As máquinas e equipamentos envelheceram, os sistemas se defasaram, seus trabalhadores de melhor nível foram buscar outras ocupações e seus melhores executivos migraram para outros setores.
Por mais que os alertas fossem feitos, a apreciação do real exerceu sempre uma atração irresistível sobre nossas autoridades econômicas, desde o início do governo Lula. A inflação estava contida por essa artimanha cambial, de péssima qualidade.
Estamos vendo os resultados na produção industrial do mês de novembro de 2012: -0,6% em relação ao mês anterior, que, de fato, após a revisão ficou em território positivo, em míseros 0,1% de crescimento.
O mau desempenho industrial, segundo as leituras feitas, deve-se ao setor de produção de veículos, talvez o mais beneficiado pelos incentivos governamentais.
Mesmo isso, contudo, não pode esconder que o resultado negativo foi generalizado no setor industrial, fazendo crer que o problema tem dimensões estruturais profundas e de difícil correção. Mais do que isso, não há razões para dar sustentação às perspectivas de recuperação industrial no curto ou médio prazo.
As questões do câmbio foram suportadas pelos agentes econômicos enquanto a degradação de nossa infraestrutura e a carga tributária não alçavam seus limites de máximo, estrangulando qualquer sonho de manutenção de preços competitivos no mercado internacional.
O Ministério da Fazenda precisa abandonar as práticas de improvisar bondades e distribuí-las de forma ocasional. Será preciso articular um conjunto de medidas que caracterize uma nova política industrial, imputando direção às políticas tecnológicas e de educação.
Como estamos constatando, o crescimento pelo lado do consumo não é mais uma vertente promissora. O tempo das demagogias sociais e assistenciais se exauriu. Agora temos que investir, produzir e poupar.

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