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sexta-feira, 28 de junho de 2013

BC Abre Espaço Para Ciclo Mais Longo

O Relatório de Inflação trabalha com cenários conservadores para a política fiscal e para o mercado de trabalho, mantendo elevado o risco inflacionário. Como resultado, acreditamos que o ciclo de aperto possa se prolongar.
Uma Contribuição do amigo Roberto Padovani
O Relatório de Inflação (RI) do segundo trimestre indica disposição do Banco Central (BC) em agir para controlar um risco inflacionário crescente.
Apesar de um cenário externo marcado por queda de preços de commodities no curto prazo, a avaliação da autoridade monetária é a de que as economias local e global tendem a se recuperar, elevando o risco inflacionário. Além disso, impulsos fiscais locais persistentes, associados a um mercado de trabalho ainda aquecido, elevam os desafios para a convergência da inflação.
Importante notar que o RI não indica um cenário em que haja reorientação do viés de política fiscal e esfriamento do mercado de trabalho, apesar da hipótese de menor reajuste do salário mínimo. Da mesma forma, o BC indica disposição de usar a política monetária para combater os impactos inflacionários da desvalorização cambial, mesmo considerando-se um cenário de câmbio mais apreciado que os patamares correntes. Por último, os exercícios quantitativos indicam que, no cenário de mercado, uma taxa de juros no patamar de 8,75% pode não ser suficiente para definir uma trajetória de clara convergência da inflação.
Nossa leitura do RI é de que o cenário de elevadas incertezas globais e locais incentiva o BC a ser conservador em relação aos riscos inflacionários, não indicando nenhuma mudança de estratégia no curto prazo. Da mesma forma, a resistência da inflação mostra que a probabilidade de uma trajetória mais clara de convergência vem se reduzindo, o que pode dificultar a capacidade do BC em coordenar expectativas.
Para o próximo ano, no entanto, o esfriamento do mercado de trabalho pode atuar para reduzir os riscos inflacionários, fazendo com que o atual ciclo de aperto monetário possa ser inferior ao correntemente precificado nos mercados.
Tudo considerado, elevamos nossa projeção para a taxa de juros, saindo de um patamar de 8,75% para 9,25% para 2013, com os juros permanecendo neste patamar por um longo período.

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