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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Dólar e IOF

Governo eleva IOF para conter dólar
Veículo: O Povo  -  Data: 07/04/11  -  Teresa Fernandes
Expansão da cobrança de 6% do IOF visa frear a oferta de empréstimos para pessoas físicas e empresas no Brasil, contribuindo para diminuir as pressões por alta da taxa de juros.
As empresas brasileiras e os bancos terão de pagar mais imposto para trazer dinheiro do exterior. O Governo, preocupado com a desvalorização excessiva do dólar frente ao real, expandiu a cobrança de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para todos os empréstimos tomados de outros países com prazo inferior a dois anos. A medida foi anunciada na noite de ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A mudança entra em vigor hoje e tem como objetivo reduzir a entrada de dólares no país e, assim, evitar uma alta ainda mais forte do real. A decisão deve ajudar o Governo a frear a oferta de empréstimos para pessoas físicas e empresas no Brasil, contribuindo para diminuir as pressões por alta da taxa de juros.
“Além de reduzir o fluxo de capital, procuramos reduzir a oferta de crédito que entra por esse canal. Essa porta de entrada acaba neutralizando as medidas do Banco Central”, explicou Guido Mantega.
A decisão do ministro faz parte de uma série de ações que vêm sendo executadas na tentativa de conter a valorização do dólar, como destacou o diretor presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, Celso Grisi.
Segundo ele, como a expectativa é conter a desvalorização do real, as medidas podem cada vez mais se afastar da vertente do câmbio flutuante. Grisi explicou que existe um outro tipo de regime conhecido como banda cambial, que permite a flutuação da moeda, mas dentro de um intervalo fixo. A ideia é permitir que o mercado flutue, mas estabelecendo alguns critérios.
“Se o Governo conseguir desvalorizar o real, vai favorecer as exportações brasileiras e reduzir as importações, evitando um fluxo de entrada de dólares superior à demanda”, detalhou Grisi.
Temor de inflação
Contendo a entrada de dólares no País, o número de produtos importados tende a se reduzir e há risco de inflação, segundo analistas. Essa foi uma das razões para a medida ter sido mais branda que o esperado.
“Esperava que o Governo fosse adotar um prazo maior para a alta do IOF em relação às captações de recursos no exterior com gradual redução da taxa de 6% para períodos mais longos que três anos”, comentou o sócio da Tendências e professor associado do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Samuel Pessoa. Ele explicou que o Governo tem medidas bem mais fortes à disposição, mas teme a alta dos preços. Por isso, deve acompanhar a apreciação do câmbio.
Ainda serão necessárias novas medidas para conter o câmbio, segundo o coordenador de Economia da Unifor, Francisco Marcelo. Ele explicou que o Governo vai utilizar todos os instrumentos possíveis.
“A tendência é a valorização cambial. Essa valorização existe porque o País está mais atrativo em termos reais”. (com agência Estado)
Como
ENTENDA A NOTÍCIA
A medida adotada pelo Governo não deve impactar no valor do dólar imediatamente. Os efeitos só deverão ser sentidos no médio prazo. Além disso, podem ser necessárias novas tarifas na tentativa de conter os efeitos negativos.
NÚMEROS
6%: É A COBRANÇA de IOF para todos os empréstimos tomados do exterior por dois anos.
R$1,61: É O VALOR DO Dólar comercial no fechamento de ontem, avanço de 0,31%.

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