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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

IPCA: Acima do Esperado em Setembro

Roberto Padovani confirma
preocupações anteriores
Texto de Roberto Padovani,
economista chefe do Banco Votorantim
Inflação se mostra resistente à desaceleração da atividade econômica.
IPCA subiu mais que o esperado em setembro. O IPCA acelerou de 0,25% em agosto para 0,57% em setembro, bem acima da nossa projeção e do consenso de mercado (ambos em 0,48%). Em 12 meses, a inflação acelerou de 6,51% em agosto para 6,75%, se afastando ainda mais do teto do intervalo da meta e provavelmente o pico deste ano. As altas de preços no mês foram mais disseminadas, o que foi refletido no aumento do índice de dispersão de 55,0% para 61,1%, após ter recuado por cinco meses consecutivos. Surpresa foi disseminada. O elevado resultado no mês reflete principalmente o fim do período de sazonalidade mais favorável: os preços de alimentação no domicílio voltaram a subir após três meses de queda. A principal contribuição para esse aumento veio dos preços de carnes, enquanto as maiores surpresas em relação à nossa projeção foram dispersas entre os alimentos, com destaque para os preços de panificados, leite e derivados. Ainda, preços de veículos e consertos também subiram mais que o esperado, contribuindo para a elevada inflação no mês. Inflação tem se mostrado resistente à desaceleração econômica. O fim do período de sazonalidade favorável também foi evidenciado pela média dos núcleos, que aumentou de 0,42% em agosto para 0,56% em setembro. Em 12 meses, os preços livres têm mostrado uma resistência maior do que esperávamos, evidenciando a reduzida folga na economia, que ainda é insuficiente para permitir uma convergência mais rápida da inflação. Já a inflação de administrados segue acelerando gradualmente e deve se acentuar no próximo ano. Projetamos 0,50% para o IPCA-15 de outubro. Para o IPCA de outubro, projetamos uma alta um pouco acima de 0,40%. Como resultado, nossa projeção de 6,2% para este ano deverá ser revisada para cima. Apesar de esperarmos um arrefecimento da inflação de preços livres no ano que vem, a inflação deverá permanecer alta e resistente, em função da contínua aceleração nos preços administrados.

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