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terça-feira, 23 de maio de 2017

E agora, José?

Crise política enfraquece, mas não impede, as possibilidades de reformas
As incertezas políticas abalam a confiança na economia, na medida em que tornam mais distantes as reformas esperadas. Pior, porque antecipa um rompimento com uma política fiscal mais austera e quebra com os esperados fundamentos econômicos para os próximos anos. Há, entretanto, outras variáveis em jogo.
É preciso reconhecer que a sociedade brasileira hoje é muito diversa daquela de anos atrás, onde o paternalismo imperava nas relações sociais. Hoje o cidadão prefere uma doutrina mais autônoma e contratualista. Que contratar seu casamento, quer contratar seu voto contra uma conduta política esperada, quer contratar suas relações comerciais, etc. Enfim, as reformas fazem parte dos seus anseios, do acervo de suas expectativas e ele quer vê-las realizadas. Não pode haver grandes retrocessos nesse processo, com esse, ou com qualquer outro presidente.
O cenário de retomada da economia pode vir a ser mais lento, mas será uma imposição dos eleitores. Os problemas decorrentes das populações desempregadas são enormes, a desorganização social, imposta por uma combinação de miséria social e de perda do sentido moral da vida, eleva o clima de pressão sobre o legislativo. A crise política é apenas de curto prazo e não paralisará os avanços no bojo do estado. Eles virão em velocidades diferentes para cada um dos poderes constituídos.
A agenda econômica responsável já está construída. Dela, os políticos não poderão se afastar. Os mercados estão precificados e já demonstram algum otimismo nos seus preços. Estamos vivendo uma mudança sem precedentes em nossas formas de organizar a vida social. 
Legislativo e Judiciário precisam entender o momento político e a extensão gravíssima da crise social. Devem agir rápido, mas parcimoniosos em suas decisões, para garantir continuidade do processo de consolidação econômica.

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