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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Brasil de ressaca

A dose foi alta. Mas faltaram diagnóstico
mais preciso e a articulação
das políticas públicas
O emprego na indústria apresentou uma alta muito discreta. Foi 0,1 ponto percentual de janeiro para fevereiro. Comparado a fevereiro de 2011, o emprego industrial recuou 0,7%. O número de horas pagas também cresceu discretamente. O aumento foi de 0,1% em fevereiro em relação a janeiro. A folha de pagamento refletiu o aumento do salário  mínimo, subindo 1,3% no mesmo período.
Francamente, não era preciso deixar que tudo chegasse nesse ponto. Mas foi o descaso de oito anos com nosso parque industrial. A indústria tinha uma base sólida e diversificada no país. O câmbio, os juros, a infraestrutura e os impostos somaram-se à ausência da política industrial para decretarem a morte desse importante setor da economia brasileira. Foram anos a fio até a chegada do “pacote do remorso”: desonerações, incentivos financeiros e outros de natureza fiscal. Um conjunto de medidas desarticuladas e com objetivos emergenciais, ainda que necessárias. As reformas institucionais estão esquecidas e delas nada se fala no poder legislativo. Deputados e senadores empenham- se pelas CPI's.
O Índice de Confiança da Construção caiu 6,6% no primeiro trimestre do ano, quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. A demanda de imóveis tem assustado os empresários do setor.  Há uma sensação de que o "pacote do remorso” não promoverá efeitos tão fortes no curto prazo. Os investimentos ainda são muito baixos, a demanda parou de crescer tão rapidamente, os juros resistem aos esforços ministeriais, o déficit público será agravado pelos favores distribuídos às mãos cheias, a inflação pode recrudescer e o câmbio, cada vez menos flutuante, penaliza as exportações de manufaturados e semi manufaturados.
Uma ressaca e tanto.

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