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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Redução dos juros pode afetar bancos menores a longo prazo
Veículo: Executivos Financeiros  -  Data: 18/04/2011
Com a redução de juros do Banco do Brasil, Caixa, Banrisul, Bradesco, Santander e Itaú, a procura por crédito aumentou. O recurso monetário usado pelo Governo é necessário para aquecer a economia, mas a longo prazo pode acarretar problemas para bancos de médio e pequeno porte.
Essa é a advertência de Celso Grisi, diretor presidente do Instituto de Pesquisa Fractal. "A redução dos juros nos bancos pode motivar estrangulamento dos bancos menores". O economista acredita que a situação pode “promover uma situação de extrema dificuldade para financeiras e bancos de médio e pequeno porte”, pois elas não teriam capacidade de competir em níveis iguais, “podendo acarretar, futuramente, a quebra dessas instituições”.
Grisi afirma que para evitar isso o Governo deveria pensar desde já em propostas para evitar que bancos menores fiquem com a pior oferta de crédito, elevando o risco de inadimplência. “É uma vitória benéfica para a sociedade, mas questiono se é compatível em longo prazo”.
Com a queda agressiva de juros, “o Governo está lançando mão de um recurso monetário totalmente necessário, mas receio que ao privilegiar o crescimento a inflação seja esquecida”, afirmou Grisi. Para ele, a expansão de crédito já alcançou o limite, pois o número de famílias endividadas é alto e com uma renda que já se mostra comprometida. “Isso pode provocar uma bolha na área de crédito”, disse o economista.
Selic
Segundo Grisi, a decisão do Copom sobre a nova taxa Selic, com expectativa de corte de 0,75 p.p, nesta quarta-feira, 18, não influenciará na poupança. “A poupança ainda resiste, mas não tem muita coisa pra fazer em termos de renda fixa do que aquilo que já vem sendo feito. Por enquanto, nada muda na poupança.”
A intenção do Governo é boa e o economista acredita que minimizará muitos efeitos da crise externa. Entretanto, ele pondera que somente isso não é suficiente. “Não há como produzir crescimento apenas com expansão de crédito, a renda tem que crescer também. São políticas boas, mas desarticuladas que precisam fazer parte de outras políticas públicas para realmente surtir efeitos em longo prazo” afirmou.
PIB
Grisi faz coro com outros economistas que acreditam que o PIB não alcançará a meta de 4% estipulada pelo Governo. “Essa meta não se mostra mais viável. O primeiro quadrimestre do ano foi difícil e mesmo com um segundo semestre forte, dificilmente chegará a 4%”, afirmou.2012 será um ano de PIB modesto segundo o economista, em torno de 3,5%.
Importações
As medidas protecionistas do Governo são bem vistas por Grisi, que acredita serem necessárias, mas não permanentes. “Estamos em um momento adequado para que políticas de defesa comercial sejam feitas. Entretanto, isso não pode ser mantido no médio ou longo prazo.”
Para ele, seis meses é o período ideal para o mercado se recuperar e essas medidas serem retiradas. “Em seis meses a economia reagirá e voltaremos a abri-la. O que não pode ser feito é manter esse fechamento comercial, pois isso prejudica a imagem do Brasil. O Governo tem que provocar a recuperação”, finalizou Grisi.


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