Banner

Translate

domingo, 5 de agosto de 2012

O Ibovespa no primeiro semestre

Oscilações marcam o comportamento do Ibovespa
Artigo: A volta do binômio “juros em baixa, ações em alta”? Decio Pecequilo e Celso Grisi
Veículo: Agência Estado  -  Data: 05/08/2012
O Ibovespa refletiu, no primeiro semestre, a anemia do nível de atividade no Brasil e a retração da oferta e do consumo nacionais. Depois de surpreender com altas em janeiro e fevereiro, a Bovespa sentiu os efeitos da desaceleração nacional e da crise na zona do euro e enfrentou três meses seguidos de queda. Os números mostraram uma volatilidade quase inusitada para o período, expondo o mercado de renda variável a enormes incertezas. Foi o terceiro semestre consecutivo de baixa – a mais longa sequência negativa desde o início da década passada –, com perdas totais de 24%.
A boa notícia, porém, é que junho fechou com uma baixa de apenas 0,25%. Ao final de 19 cúpulas, os líderes da zona do euro encontraram, em Bruxelas, nos dias 28 e 29 de junho, importantes pontos de acordo para socorrer o sistema bancário espanhol. Aprovou-se a liberação de 30 bilhões de euros, primeira parcela dos 100 bilhões que as autoridades monetárias julgam necessários para impedir o rompimento do sistema bancário da Espanha e as consequências sistêmicas que dele decorreriam por meio de contágio generalizado às economia da região e de todo o mundo.
Julho caminha para um resultado melhor. Animados com a perspectiva de novas medidas de estímulo econômico, os investidores voltaram a comprar e, na sexta-feira, 27, a Bovespa fechou com ganho de 4,72%, aos 56.553,12 pontos.
É possível que, frente a esses fatos novos, o mercado de ações brasileiro reduza o intenso processo de fagocitose das noticias negativas externas. Evidentemente, isso dependerá da presteza e do pleno cumprimento das regras definidas para os acordos de socorro aos países endividados e da disposição dos órgãos executivos, entre eles o Banco Central Europeu, de disponibilizar os recursos necessários, nos termos prometidos.
Dias difíceis e uma crise tão longa não retiraram da bolsa brasileira sua importância. Nesse sentido, é preciso lembrar aos investidores e aos mercados em geral:
1) A Bovespa movimenta diariamente o triplo da soma das demais bolsas da América Latina;
2) Ano passado a soma dos valores de mercado de todas as empresas listadas na bolsa brasileira foi, praticamente, o dobro do valor da Bolsa Mexicana de Valores, a segunda maior entre as latino-americanas;
3) Das 10 maiores empresas da América Latina, por valor de mercado, 7 são brasileiras;
4) O valor das empresas com sede no Brasil representa mais da metade da soma das 200 companhias mais valiosas da América Latina. (Fonte: Melhores e Maiores 2012 de EXAME/ com levantamento Economática);
5) Com essa série de semestres negativos, a BM&FBOVESPA continua como uma das mais baratas pelo conceito P/L, que mede a relação entre o preço da ação e o lucro da empresa;
6) 9 é o múltiplo do P/L do Ibovespa para 12 meses, segundo o Deutsch Bank;
7) 14% é o desconto do P/L da bolsa brasileira em relação à média dos últimos cinco anos, ainda segundo o Deutsch Bank.
É bom lembrar, finalmente, que os indicadores antecedentes da OCDE deram ao Brasil 99,2 pontos em maio, contra os 99,0 pontos de abril, uma evidência de que o País pode acelerar o seu crescimento. O indicador antecipa pontos de inflexão entre aceleração e desaceleração do nível das atividades econômicas.
Como estamos dentro de uma tendência global de juros baixos, o investidor, qualquer que seja ele, doméstico ou estrangeiro, está cada vez mais ciente de que não adianta ficar no conforto da renda fixa. Se quiser ganhar mais, terá que partir para outros tipos de investimento, levando em conta a renda variável e seus riscos intrínsecos. Melhorar a rentabilidade das aplicações sempre esteve associado ao crescimento da exposição dos capitais investidos. É palpável a probabilidade de que o binômio JUROS EM BAIXA, AÇÕES EM ALTA volte a vigorar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário