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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Analistas embolam os fatos e os pensam como causas das oscilações

Novo recorde para o ouro. Por que?
O preço da onça alcançou ontem em Londres sua cotação mais alta: US$ 1.541,00. Analistas ensaiam suas explicações. Trata-se do enfraquecimento da moeda norte-americana e de outros elementos, tais como as convulsões no Oriente Médio e a crise da dívida na União Europeia. Francamente, essas explicações deixam qualquer um no ar. São  muitos os fatores apontados como causa da alta. Não seria melhor atribuir essa alta à insegurança promovida por esses problemas. Melhor seria dizer que esse movimento decorre das revisões nas posições nos portfólio dos grandes investidores, iniciadas ainda na semana passada com a queda das commodities.
Tentando por ordem em todas essas causas, fica o convite à recuperação de pensamento mais direto: a moeda norte-americana é utilizada para cotar ouro e está se desvalorizando. Portanto, nos próximos momentos será necessário mais moeda para comprar a mesma quantidade de ouro. A lógica, nesse caso, recomenda que o investidor ponha já seus recursos no ouro para, em momento posterior, trocar por uma quantidade maior de dólares. Os especialistas chamam isso de “buscar por um refúgio” para o valor das riquezas individuais e coletivas. Nessa lógica, o investidor poderia também ter corrido para outras moedas fortes, tais com a libra esterlina o euro, etc.
Resta saber por que o dólar teria se desvalorizado? Pela tensão no Oriente Médio. Não tem lógica. Pelas tendências inflacionárias na Europa e nos países emergentes? Menos lógica ainda, pois isso valoriza o dólar. Pelas dívidas européias? Isso também valoriza o dólar. Mas o dólar não se valorizou. Ao contrário, caiu. Portanto, essas explicações não fazem sentido.
O que pode explicar a queda do dólar e, portanto, a alta do ouro são os dados sobre o desempenho da atividade econômica nos Estados Unidos: vendas de casas existentes em quedas, licenças para construção de novos imóveis em redução e crescimento zero no mês de abril. Isso sim explica a queda do dólar. O resto parece “conversa mole para o boi dormir”.

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