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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O recado aos bancos é claro (4)

Por que não internacionalizar?
Como alternativa aos esforços de ampliação da receita e redução de custos, os bancos precisarão buscar por mercados novos fora do país. Esses mercados ainda remanescem ativos em países emergentes. Para os bancos nacionais, a proximidade geográfica e psicológica recomenda uma ação prioritária na América Latina: México, Chile, Colômbia e Peru. A desorganização institucional, no campo trabalhista e político, não recomenda a Argentina. Paraguai e Uruguai são economias pequenas e imaturas, mas não precisamos ignorá-las. Sistemas, estruturas, pessoas e outros recursos dos bancos brasileiros podem ser alocados para atividades de originação, processamento, distribuição de operações no exterior, assim como para todas as atividades de análise de riscos de crédito e de negócios. A tecnologia está disponível e as competências instauradas nessas organizações, pelo menos para suportar o momento inicial. Por que dispensar pessoas, ao invés de aproveitá-las em operações internacionais que possam absorver custos já existentes e produzir receitas e lucros adicionais?
É hora de voltar os olhos para outros mercados no Caribe, na África e no Leste Europeu. Nesse último caso, pensando em horizontes mais amplos e em remunerações mais distantes.
É também hora da superação de barreiras culturais e de rompimento com o conforto profissional dos negócios apenas domésticos. Não foi assim na indústria automotiva? E não foi assim, na indústria da química, petroquímica, de máquinas e equipamentos e de outros tantos caso de sucessos?
Preciso registrar uma última possibilidade estratégica, concebida e abortada no governo Lula e que, pessoalmente, me empolga por me fazer crer em uma nova era para o sistema financeiro nacional: o projeto Ômega. Esse projeto faria do Brasil um grande e respeitável centro financeiro regional, capaz de se rivalizar com Miami, e acabar com as pretensões chilenas de ocupar essa posição no mundo das finanças regionais. Marcaríamos o país como referência mundial em termos de governança e regulação bancária e elevaríamos nossa moeda ao patamar da plena conversibilidade. Um esforço adicional do governo poderia nos fazer alcançar o superávit nominal, requerido por essa proposta. A taxa de câmbio continuaria sendo formada por sua livre flutuação, respeitados limites que a própria Suíça deu a sua moeda. A inflação estaria necessariamente comprometida com sua meta e seria definida pela fixação de seu centro.
Bancos apresentam grandes horizontes de crescimento. Será preciso prossegui-los. Para isso, convém lembrar que o respeito às condições ambientais, e não o conforto, é regra de ouro na gestão de negócios.

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