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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Dólar furaddo

Saiba como a crise global pode
afetar o nosso bolso
Veículo: Correio da Bahia   -   Data: 10/08/11
Jornalista: Ayeska Azevedo | Redação CORREIO
Altos e baixos do dólar provocam apreensão entre os brasileiros
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O auxiliar administrativo Robson da Silva, 21 anos, está de viagem marcada para os Estados Unidos em outubro para fazer um curso e, de quebra, passear e fazer compras na terra do Tio Sam. Ele planeja levar US$ 3 mil para custear as despesas de alimentação, passeios e compras, mas no atual cenário econômico está aflito, pois não sabe o que pode acontecer.
Ontem, o dólar voltou a  tirar o sono dos investidores com seus altos e baixos. Depois de experimentar a maior alta desde 16 de junho, de 1,44%, começando o dia cotado a R$ 1,610, o dólar flutuou ontem, alcançando até R$ 1,65 e finalizou o dia cotado a R$ 1,607. Com esse sobe e desce da moeda americana, Silva não sabe se é melhor comprar os dólares agora ou  apostar na desvalorização. “Até agora já comprei US$ 1 mil para levar na viagem. Na época, paguei R$ 1,66 na cotação do dólar turismo. Anteontem, fui pesquisar em casas de câmbio e o dólar já estava cotado a R$ 1,73. Com essa diferença, estou receoso de comprar mais dólares, pois tudo pode acontecer”, preocupa-se.
Silva afirma que não vai deixar de viajar, pois já está com todas as despesas da viagem pagas. “Os dólares que preciso comprar são apenas para despesas de alimentação, passeios e compras, estou cauteloso, porque o momento pede cautela”.

Divergência
Se seguir os conselhos do economista Raimundo Torres, professor da Unifacs, Robson deve mesmo é investir na compra dos dólares agora,  caso  tenha o dinheiro disponível. Isso porque há  risco de que o governo brasileiro adote medidas para gerenciar a crise, como mexer no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “O dólar subiu muito pouco, ainda está num bom valor para quem é pessoa física e  quer comprar pouco.  Ninguém sabe quais medidas o governo vai adotar, então vale a pena bancar esse risco agora”, pontua Torres, observando que,  caso a cotação caia novamente em curto prazo, só dará prejuízo  para quem é grande investidor.
Ele destaca que quem comprou produtos importados em dólar e pagou com cartão de crédito não tem muito o que fazer nesse momento.  “Tem que esperar o vencimento da fatura pra pagar com o dólar na cotação do dia. Nesse caso, se o dólar aumentar pode pesar um pouco, mas não é nada assustador”, entende.
As opiniões são divergentes quando o assunto é a tendência de alta ou baixa do dólar. Sob a ótica do economista Celso Grisi, por exemplo, quem precisa comprar dólares para viajar deve esperar, senão vai perder dinheiro. “A tendência agora é que a cotação suba um pouco, mas daqui a aproximadamente um mês, o Brasil terá uma entrada de dólares, quando houver mais calma, pois nosso país tem uma situação macroeconômica vantajosa. O dólar, então, vai cair”, acredita.
Grisi aponta que um dos efeitos da crise global pode ser a queda de preços dos produtos no Brasil. “Com os estoques cheios, o país vai produzir menos, devido à queda nas exportações. Com isso, também sofreremos uma retração nos empregos e, consequentemente, uma queda na renda do brasileiro. Recentemente, por exemplo, a montadora  GM deu férias aos funcionários, pois os pátios estão cheios de veículos. Isso é um sinal de que a crise já começou a refletir no Brasil”, analisa.
Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou  que a piora da classificação de risco dos títulos de dívida dos Estados Unidos fará com que a economia global tenha problemas pelos próximos dois anos. Mantega afirmou que  o Brasil está preparado para enfrentar a crise, pois “tem um dinamismo que outros países não têm”.
Uma das principais preocupações do Planalto é a aprovação até dezembro de uma emenda constitucional para prorrogar a DRU (Desvinculação de Recursos da União) até 31 de dezembro de 2015. Trata-se de um dos mais importantes instrumentos de gestão orçamentária do governo federal, pois permite ao Planalto usar como quiser até 20% da arrecadação de todos os tributos existentes. O ministro disse ainda que o governo trabalha para proteger a economia brasileira da competição desleal de outros países.
Passe bem pela crise
A hora é de  cautela, então, mantenha seu dinheiro líquido aplicado em tesouro direto, títulos do governo federal, poupança ou renda fixa em instituições de credibilidade; Diminua seu endividamento; Não faça  novas dívidas; Não é o momento  de financiar imóveis, veículos ou outros bens; Reduza as suas despesas mensais; Tente manter seu emprego garantido. Fonte: Celso Grisi

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