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quinta-feira, 19 de julho de 2012

O roto e o rasgado

União Europeia e Japão:
um olhando para o bolso do outro
A União Europeia trabalha no sentido de construir um tratado de livre comércio com o Japão, objetivando encontrar uma nova vertente de crescimento para sua economia anêmica. O Japão, com iguais propósitos, enxerga nisso a possibilidade de aumentar suas vendas de veículos e peças para os europeus e, através desse acordo, criar uma alternativa de crescimento que combata a estagnação econômica que se apossou de sua vida econômica há longo tempo. “E assim caminha a humanidade”: à base do oportunismo que, nesse caso, tem características bilaterais.
"A Comissão Europeia decidiu pedir aos estados membros da União Europeia a aprovação para iniciar negociações com o Japão", informou o comissário europeu de Comércio, Karel De Gucht, sem informar, contudo, que consequências teriam um provável acordo para as grandes montadoras francesas, alemãs, suecas e italianas.
Imagino haver dificuldades grandes a serem superadas internamente para aprovação do pedido feito aos estados–membros.
A Comissão Europeia, embora não tenha explicado como, crê que o acordo poderia criar cerca de 400.00 novas vagas de trabalho em toda a UE.
Entretanto, para “azedar o bem bolado”, membros da própria Comissão já fazem oposição à ideia do tratado, entre eles o francês Michel Barnier, representando os serviços financeiros, o italiano Antonio Tajani, representante da indústria e o alemão Gunther Oettinger, do setor de energia, sobretudo porque não acreditam que o Japão retiraria barreiras comerciais e demais restrições de acesso aos mercados públicos para as empresas estrangeiras.
Vou apenas lembrar que para ganhar valorizamos mais, podemos perder aquilo que valorizamos menos. Pelo menos, a boa teoria da negociação diz isso. Pena que, dentro dos dois lados, quem perde e quem ganha não são as mesmas pessoas. Umas ganharão e outras perderão e é aí que reside o nó dessa questão.

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