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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

EXCELENTE ANÁLISE DE CLÓVIS ROSSI NA FSP

Ao acabar de ler o texto do CLÓVIS ROSSI na FSP de hoje não resisti em publicá-lo (parcialmente) aqui no blog.
A clareza sem desvios com que aborda a influência dos bancos no caso da IRLANDA. Ele demonstra cabalmente que o problema da Irlanda é dierente da Grédia e de Portugal. Na Irlanda houve irresponsabilidade dos bancos. A inadimplência de certos extratos aqui no Brasil que o PROF. GRISI de forma pioneira mostrou no blog, pode ter algum paralelo com o ocorrido lá.

Leiam e tirem suas próprias conclusões:
"O pacote de ajuda a Irlanda, decidido no fim de semana, põe fim à crise? Nem por sonho. Pode ter acalmado os corsários do mercado financeiro, mais seguros de que receberão o que a Irlanda deve, graças ao empréstimo europeu, com participação do FMI, da Inglaterra e da Suécia, países que não são da eurozona (e o zona aí tem mesmo duplo sentido).

Mas já se abriu uma crise política na Irlanda, que tende a derrubar o governo mais cedo do que tarde, dando margem à incertezas sobre a aprovação do orçamento com cortes draconianos que é a contrapartida do empréstimo.

Além disso, os corsários já puseram proa rumo a Portugal e Espanha, dois outros países endividados, o que significa que acabam deixando cair gotas de sangue que atraem as piranhas do mercado.

O problema só será realmente enfrentado na hora em que os governantes tiverem a coragem de peitar o sistema financeiro. Não há outra solução. Nem precisa ser o remédio extremo, na forma de um calote à Argentina, como sugerido no "Guardian" desta segunda-feira pelo colunista Dean Baker.

Ele lembra, com razão, que o problema da Irlanda não foi criado por gasto público irresponsável, bem ao contrário. A Irlanda teve superávits fiscais (gastou menos do que arrecadou) nos cinco anos anteriores à crise. Quem a criou foram os bancos, que emprestaram descuidadamente para construtoras e consumidores, alavancando um "boom" imobiliário que, ao explodir, levou os bancos à quebra. Só não fecharam as portas porque o governo amparou-os com uma pilha de dinheiro, do que decorreu um déficit monumental.
Baker admite que o calote não é "a primeira melhor opção", mas acrescenta que, "se a alternativa é um indefinido período de desemprego de dois dígitos [está agora em assombros 14,1%], então abandonar o euro e dar o calote parece muito mais atraente".

A Argentina já provou que dar o calote pode de fato não ser a primeira melhor opção, mas, quando inevitável, tampouco é o fim do mundo. Causa uma dor inicial forte, mas, depois, pelo menos no caso argentino, veio uma frase de forte crescimento, só interrompida pela crise global.

Acontece que, no caso da Irlanda, o calote teria que ser precedido pelo abandono do euro, que tende a ser mais um problema que uma solução. vejam a íntegra na FSP 22 novembro para assinantes

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