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sábado, 20 de fevereiro de 2010

O clássico, outra vez

Brasil e Argentina vão estudar
integração em setor industrial
Publicado no site da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial- ABDI -Governo Federal
Fonte: DCI - SP Data: 19/02/2010
SÃO PAULO - Encontro entre a delegação brasileira, liderada pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento (Mdic), Welber Barral, e o secretário argentino de Indústria e Comércio, Eduardo Bianchi teve como primeiro resultado a elaboração de um cronograma de trabalho para analisar os setores industriais passíveis de complementação entre ambos os países.
O documento tem como base uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que aponta, inicialmente, nove setores com maiores possibilidades de integração de suas cadeias: petróleo e gás; aeronáutica; mineração; indústria naval; equipamentos ferroviários; autopeças; software; biocombustíveis; e CONSTRUÇÃO CIVIL.
A primeira ação nesse sentido partiu do secretário Bianchi, que entregou ao Barral, uma lista de pequenas e médias EMPRESAS argentinas que pretendem ser fornecedoras da Petrobras.
Para o sócio diretor da Fractal, Celso Grisi, esse quadro de buscar complementaridades é caminho para pacificação do comércio bilateral entre países do MERCOSUL. "O que ocorre de fato é a necessidade de encontrar serviços que não tenham concorrência em ambos os países e problema de entrada no país vizinho. Petróleo, biocombustíveis por exemplo, podemos comprar e vender sem prejudicar o SETOR INDUSTRIAL e o nível de desemprego argentino. É complementar. A definição dos setores é essencial, apaziguadora e oferece a Argentina uma condição de equilíbrio das nossas trocas comerciais que atualmente estão em vantagem para o BRASIL, mesmo com a queda nas EXPORTAÇÕES", relatou.
"Não é uma expressão de desejo, apenas, é a decisão de construir um programa de integração produtiva", disse o presidente da AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL (ABDI), REGINALDO ARCURI.
Arcuri fez a advertência de que o sucesso do programa não depende apenas dos governos. "Tem de ter envolvimento do SETOR privado porque é o SETOR privado quem toma decisões de INVESTIMENTO." Neste sentido, Arcuri descarta que a relação COMERCIAL marcada por barreiras, brigas e desconfianças possa ser um empecilho à integração produtiva. "Não acho que chega a haver desconfiança entre o empresariado dos dois países, mas sim problemas pontuais."
"Os técnicos vão se concentrar na análise dos setores industriais dos países que tenham possibilidade de complementar-se e integrar-se em uma cadeia de valor regional", afirmou em nota o Ministério de Indústria argentino.

Outra pauta em discussão pelos representantes dos dois países é sobre as barreiras bilaterais ao comércio e a eliminação das licenças não-automáticas impostas em 2009. "Vamos aproveitar a ocasião para negociar acelerações nos prazos para a concessão de licenças de importação de alguns produtos", disse uma fonte do governo da argentina.
"Toda a negociação é no sentido de melhorar o comércio bilateral, que está muito prejudicado. As licenças não-automáticas e as barreiras aos produtos brasileiros devem ser retiradas, claro que não tudo de uma vez. Contudo, ao longo do tempo serão todas retiradas e vamos recuperar as EXPORTAÇÕES de manufaturados para Argentina, o que será muito interessante", pontuou Grisi.
A investigação de dumping de fios de polipropileno, usados na FABRICAção de lonas e colchões feita pela Argentina contra o BRASIL na Organização Mundial de Comércio (OMC), não será discutida, informou uma fonte.
"As nossas práticas e preços são normais. Os argentinos abriram a investigação na OMC para manter suas forças nas negociações e reuniões com o BRASIL, é um contrapeso diplomático, o processo irá ficar em ponto morto igual ao caso do BRASIL com os ESTADOS UNIDOS", concluiu Grisi.
Banco Central
O ministro argentino de ECONOMIA, Amado Boudou, e a presidente do Banco Central, Mercedes Marcó Del Pont, anunciaram a formação do Conselho de Coordenação de POLÍTICA Monetária, Financeira e Cambial Econômica. Integrado por técnicos do ministério e do BC, o conselho será "o âmbito de discussão para articular as políticas macroeconômicas com as financeiras e cambiais, as quais perseguem o propósito de garantir a estabilidade e a certeza nos mercados, chave para desativar as altas expectativas inflacionárias", explicou Boudou em entrevista coletiva.
O ministro reiterou que vai manter o regime de flutuação do câmbio e não haverá oscilações agressivas na cotação da moeda. "Vamos continuar com um câmbio muito competitivo e não haverá mudanças bruscas", disse.

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