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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Os olhos voltam-se mais uma vez para os Estados Unidos

Esperanças no epicentro da crise
Anunciada ontem nos EUA a alta de 3,0%, em janeiro, das Encomendas de Bens Duráveis. Notícia muito animadora, mostrando que o consumidor norte-americano iniciou um processo de refazimento de seus ativos de uso. Reequipa-se.
Por outro lado, os Pedidos Semanais de Auxílio-Desemprego apresentaram alta para 496 mil pedidos. O desemprego ainda resiste. As ações do governo Obama não acharam o caminho da recuperação da renda. O processo de criação de novas vagas de trabalho parece, por ora, longe de ser alcançado.
Fica a impressão de que o cidadão mantém, diante do consumo, um comportamento defensivo. Poupa e não gasta. Uma velha síndrome japonesa, importada nessa crise, como a melhor receita para o homem comum americano. Ele quer mesmo é se desendividar e assistir à recuperação do valor de seus ativos. Ativos valorizados dão conforto psicológico ao indivíduo pela sensação de crescimento de sua riqueza pessoal.
Só então voltaria ao mundo do consumo, movido nos Estados Unidos pelo mundo do crédito. Se não toma crédito, não consome. Apenas se desendivida. Se não gera consumo, não gera produção e, portanto, não gera emprego. Sua renda cai.
No Brasil, o presidente Lula pediu que todos gastassem. Deu certo.
O Índice de Preços de Imóveis teve queda de 1,6% em dezembro. Não há consumo, os preços caem e os ativos não se recuperam. Tudo parece uma equação de difícil solução.
Hoje, último dia útil da semana, podem aparecer novidades. Os EUA divulgarão o PIB e o índice de Consumo Pessoal (PCE), ambos referidos ao 4T09. Divulgarão também o índice de Confiança do Consumidor referente a fevereiro e o volume das Vendas de Imóveis existentes. Se o índice de Consumo Pessoal estiver em crescimento, os níveis de emprego reagirão no médio prazo. Se a confiança do consumidor aumentar, podemos entender que a recuperação realmente ganha contornos mais nítidos. Se os preços dos imóveis existentes estiverem em alta, a sensação de enriquecimento incentivará a decisão de consumir.
Confirmada essas hipóteses, preparem-se para a reação dos mercados internacionais, positiva e de razoável intensidade. Em caso de frustração dessas expectativas, é para baixo que o mercado irá. E aí, abrem-se boas oportunidades de compras.

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