Banner

Translate

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Empresariar tornou-se uma delegação dos estados às pessoas físicas e jurídicas

Regulamentação proposta pelo BC para remunerar executivos divide opiniões
Veículo: Portal Executivos Financeiros
Data: 02/02/10
Por Rosangela Sousa
Anunciada pelo Banco Central (BC) na última segunda-feira (01), a discussão sobre a política de remuneração de administradores e empregados de instituições financeiras vem dividindo a opinião de especialistas. No entendimento de Alcides Leite, economista da Trevisan Escola de Negócios, a instituição federal não teria jurisdição para tal regulamentação.
"O BC não tem jurisdição para isso, ele não pode impor isso, porque a remuneração dos funcionários dos bancos é questão interna. Ele tem outros mecanismos para impedir que os bancos se coloquem em situações de risco, sem precisar mexer na remuneração dos executivos".
Já para Celso Grisi, professor-titular da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), a medida, caso adotada, seria benéfica, pois diminuiria o alto ímpeto especulativo e a rotatividade entre jovens altos executivos.
"Vai acabar com essa coisa de garotos que fazem loucuras, ganham muito e depois vão embora, trocam de banco. Eles estão pensando neles, e a instituição tem um compromisso social muito grande, ela não pode quebrar".
Grisi aponta também que a regulamentação ordenaria os passivos e ativos dos bancos, mantendo a boa remuneração dessas instituições, mas baseada nos resultados a longo prazo. Opinião não compartilhada por Leite, que crê que o Banco Central possa se utilizar do monitoramento de todas as contas dos bancos para minimizar a quebra do 'risco moral'. Entretanto, para o economista da Trevisan, a medida é importante apenas como debate ou proposta das práticas adotadas por executivos para a obtenção de lucros, mas não deve ser aceita pelos bancos, pois são questões de caráter interno, portanto devendo ser discutidas pelas próprias instituições, enquanto Grisi acredita na facilidade da aceitação e adoção da prática no ambiente financeiro.
"É uma boa proposta e muito bem encaminhada, encaminhada com respeito, com habilidade, e tem um conteúdo muito justo. Ela será facilmente aceitável pelo banqueiro e até pelo próprio funcionário, que continuará sendo bem remunerado, mas com base no resultado de longo prazo", aponta.
A proposta de regulamentação é baseada em compromissos assumidos por líderes do G20 em abril, em Londres, e setembro de 2009, no Pittsburgh Summit, voltados ao fortalecimento do sistema financeiro e à implementação coordenada de padrões de regulação para gestão de riscos e, passados os 90 dias, deverá ser revista e submetida à aprovação da Diretoria Colegiada do Banco Central e, posteriormente, do Conselho Monetário Nacional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário