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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Política de crédito e bancos públicos

Uma palavra sobre a expansão do crédito às pessoas jurídicas
No último trimestre de 2009 o financiamento a projetos de investimento cresceu 9,0% em relação ao mesmo período de 2008. No início de janeiro foram aprovados pelo Banco do Brasil mais 45 novos projetos, com recursos do BNDES. São projetos de longo prazo, associados à expansão da capacidade produtiva, evidenciando expectativas dos empresários sobre o crescimento da economia nacional.
Banco privados têm nisso uma participação bastante modesta, seja pela dificuldade de captar a longo prazo, seja pelo temor do risco assumido nos repasses a esses investimentos. Com isso o BNDES torna-se a única fonte substancial de financiamento de longo prazo no mercado interno. Segundo o Banco Central, os maiores volumes desses créditos foram absorvidos pelos setores de coque, petróleo e combustível. A fonte de recursos do BNDES tem sido, ademais do capital próprio, o Tesouro Nacional que tem feito injeções apreciáveis para que o BNDES supra as necessidades de longo prazo das empresas nacionais. Em grande medida, esse monopólio ao financiamento de investimentos de longo prazo decorre dos esforços do governo brasileiro em reduzir os problemas de liquidez provocados pela crise financeira internacional e pela natural retração dos bancos privados nesse período.
O problema é que os recursos do Tesouro custam mais do que o BNDES recebe como a remuneração dos créditos concedidos. Entre especialistas que estudam a dívida pública, muitos atribuem a esses empréstimos o principal motivo do crescimento do endividamento de nosso Estado. Muito bom. Mal seria se o endividamento ocorresse principalmente pela vertente da expansão dos gastos.
Agora a expansão do crédito encontra-se com seu tradicional inimigo: a expectativa do aumento da taxa básica de juros. Previsões de aumentos, saindo 8,75% para 11,25% no final do ano, já são comuns. A consequência natural será repassar essas expectativas ao custo dos empréstimos. De novo inibiríamos investimentos, comprometendo a capacidade de crescimento no longo prazo. Coisas da economia.

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