Banner

Translate

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Corretoras ampliam seu target

 Corretoras miram os investidores iniciantes
Veículo: Jornal da Tarde
Data: 21 de fevereiro de 2011  -  MARCOS BURGHI
Em busca dos pequenos investidores, as corretoras de valores oferecem descontos e serviços adicionais para atrair neófitos à bolsa em operações pelo sistema de home broker. As opções vão de reduções nas taxas de corretagem e administração à “tradução” do comportamento do mercado para quem tem pouca ou nenhuma intimidade com o universo da renda variável.
A Spinelli Corretora iniciou em janeiro um programa de benefícios chamado de iVantagens. Segundo Rodrigo Puga, responsável pelas operações em home broker da corretora, a empresa oferece aos investidores uma série de descontos em estabelecimentos, cursos e treinamentos gratuitos e trocas de pontos acumulados.
Entre as alternativas oferecidas está um programa de fidelidade no qual o investidor acumula pontos por meio de transações e aumento de patrimônio. Esses pontos podem ser trocados por serviços ou produtos das empresas participantes do Multiplus Fidelidade, como hospedagem em hotéis e passagens aéreas.
A corretora BanifInvest isenta os investidores pessoas físicas que aplicam por meio de homebroker de taxa de custódia e, conforme o valor investido, não cobra taxa de corretagem. Bruno Di Giorgio, superintendente da BanifInvest, observa ainda que um programa calcula para os clientes quanto eles devem recolher mensalmente ao Fisco, sem que necessitem eles mesmos fazer a conta.
A corretora Wintrade cobra taxa de corretagem fixa de R$ 5 para compras no chamado mercado fracionado, isto é, de lotes abaixo de 100 ações. Além disso, oferece um jornal virtual diário — o Winnews — que busca traduzir aos investidores que não têm intimidade com o mercado. O periódico trata ainda dos assuntos ligados à economia e ao mundo das ações.
Ivan Marasco, diretor de Marketing e produtos da Wintrade, ressalta ainda a versão em vídeo das análises gráficas, nas quais os analistas “narram” o comportamento dos papéis. “O objetivo é facilitar a vida do investidor que tem recursos para aplicar em ações, mas não conhece o mercado.”
Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora, explica que parte dos relatórios produzidos pela corretora são específicos para pequenos investidores e, por isso, contam com um “dicionário” cujo objetivo é explicar os significados de termos do mercado. “Também instalamos gratuitamente no computador que o cliente quiser um programa que permite acompanhar em tempo real os acontecimentos no mercado de ações”, afirma Martins.
Tecnologia
Outras corretoras, como é o caso da Tov, usam a tecnologia para atrair o investidor iniciante. A partir desta semana, a empresa oferecerá em seu site uma série de nove aulas em vídeo para os clientes. “Queremos que o cliente tenha cautela ao investir”, diz Andrea Carvalho, diretora de marketing da corretora.
Ricardo Torres, professor de finanças da Brazilian Business School (BBS), alerta que antes de escolher a corretora, o pequeno investidor, principalmente o iniciante, deve analisar a empresa em sua atividade principal: indicar investimentos. “Informe-se sobre a tecnologia utilizada, a qualidade das análises. Viagens, descontos e outros prêmios devem ficar em segundo plano”, avalia.
Para Torres, a busca pelo pequeno investidor é uma tentativa de aumentar o número de pessoas físicas na bolsa dos atuais 600 mil para 5 milhões em cinco anos.
Celso Grisi, professor de finanças da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), avalia como positivas as novas ações das corretoras para atrair os pequenos investidores, mas recomenda atenção à taxa de corretagem, cobrada a cada operação realizada. “Nunca deve ser maior que 0,75%”, diz.
Tharcisio Souza Santos, diretor do MBA da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), explica que conquistar pessoas físicas é o principal objetivo do mercado de ações brasileiro atualmente. “As promoções são novidade, mas os mais experientes não vão se encantar”, conta Santos.
O engenheiro mecânico Wilson Carminatti, 50 anos, investe em ações desde 2006, sempre por meio da mesma corretora. Decidi depois de assistir algumas palestras de analistas da empresa, que me passaram confiança porque deixavam claros os riscos e os problemas do mercado”, afirma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário