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terça-feira, 20 de setembro de 2011

É preciso rever as estratégias

O panorama do crédito mudou no Brasil, no meio do 3º trimestre.
A mudança foi rápida e chegou pelas mãos da recessão mundial. Todo ambiente creditício nacional transformou-se e impôs revisões das políticas expansionistas e das estratégias de ganhos de share. A cautela em relação ao crédito tornou-se aguda e generalizou-se entre os players.
O crescimento da inadimplência que a Fractal vinha anunciando em seu GuideNews acentuou-se de forma preocupante No mês de julho a Serasa apontou alta de 3,0%, repetindo a alta de 2,9% de junho para julho. A alta nos últimos 12 meses (agosto 2010-agosto 2011) foi de impressionantes 29,2%, enquanto sua expansão no ano (janeiro 2011-agosto de 2011) alcançou os 23,4%.
Os dados,longe de semear pânico, estimularam, entretanto, os grandes bancos a ampliar o rigor e a cautela nas aprovações de crédito. Seus fundamentos para essa decisão lastrearam-se em:
1) Redução da criação de empregos com carteiras assinadas. O Caged mostra a criação de 190.446 empregos formais, em de agosto de 2011, número esse quase 40% abaixo do registrado em agosto de 2010 (299.415). A meta do Ministério para este ano, de 3 milhões de novos postos com carteira assinada, revelou-se inexeqüível e está sendo revisada.
2) Manutenção das pressões inflacionárias (serviços e alimentos). A persistência inflacionária atinge itens relevantes do orçamento familiar. Anulam boa parte dos aumentos concedidos.
3) Elevado endividamento familiar. Pesquisa Ipea, de agosto, mostra que 54% das famílias brasileiras apresenta dívidas com valor médio superior a R$5.400. A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio aponta que 62,5% das famílias brasileiras apresentam algum tipo de dívida. Esse número é superior aos 59,1% de agosto de 2010.
4) Valor crescente das dívidas, em praticamente todas as modalidades de crédito, segundo a Serasa, em agosto.
5) Renda real da família. O Ipea aponta que a taxa do rendimento médio real percebida ao longo de 2011, vem caindo em consequência de uma taxa mais elevada de inflação, no primeiro trimestre.Aponta que a disparidade entre ganhos salariais e produtividade é uma a principal causa da aceleração da inflação.
6) Redução do ritmo do nível de atividade econômica. Micros, pequenas e médias empresas podem apresentar expressivas deteriorações de seus níveis de capitalização e de reservas de caixa. Passam a representar, portanto, riscos mais altos.

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