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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Um limite de mínimo

Não é banda. Não é flutuante. É limitante.
O Banco Nacional Suíço resolveu rápido a questão, com uma intervenção incisiva. Introduziu um limite mínimo para a taxa de câmbio do franco suíço tomando por base o euro. Agora o limite será 1 euro = 1,20 francos. A Suíça não quer sua moeda ainda mais a apreciada para manter sua competitividade e evitando corridas cambiais em sua direção. Trata-se de intervenção com o objetivo de evitar a paridade com o euro. Em agosto a moeda local havia alcançado € 1,045, muito aquém de sua média de  €1,5 20, desde a  criação do euro.
Moeda-refúgio sofre desses males. Sofre valorizações excessivas em tempos de incertezas elevadas e leva o país a riscos elevados de recessão e deflação. Aí entra o Banco Central entra em campo. Mas ele tem que estar pronto para comprar moeda estrangeira em quantidades ilimitadas. Isso pode levar o BNS a perdas consideráveis no seu papel de “banca” dessa mesa de jogo.
O dilema suíço está colocado entre dois riscos. De um lado, se a moeda continua se apreciar, as exportações suíças estão inviabilizadas e, como se sabe, as exportações são a grande vertente do crescimento do país. De outro, as perdas incorridas para manter a cotação de sua moeda próxima da média históricas desagrada os investidores privados e os cantões, cujos recursos estão na posse do BNS. Reservas cambiais têm custos elevados e impõem renúncias aos seus investidores.
Finalmente, um exercício acadêmico de natureza preditiva pode ajudar a entender algumas conseqüências possíveis. Para onde drenarão os recursos que buscam refúgios? Para a China, apreciando o Yuan? Provável que sim. Para onde mais? Para o iene? Para o real? Para o ouro? Também muito provável que sim.
Então, todos esses países e moedas que servem de refúgios tenderão a utilizar instrumentos cambiais semelhantes. A guerra cambial se intensificaria, anulando o esforço pelo livre comércio.
É um novo momento, com tendências divergentes àquelas praticadas anteriormente a 2008. Doha não evoluiria e a OMC teria seu papel mais uma vez reduzido na busca para as reduções das tarifas do comércio mundial. Instala-se um neo protecionismo, antigo e conhecido na história econômica.

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