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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Novas fronteiras

É difícil aceitar que tenha mudado
Depois de tantos anos de combate da inflação apenas por meio de medidas monetárias e cambiais, o governo inaugura, dentro de sua característica gradualista, uma nova fronteira em termos de política econônica. A frente fiscal de combate às elevações de preços.
Não foi sob pressão, como se quer fazer crer, que o Bacen reduziu o juros. Foi sob a forte convicção da atual equipe econômica de que é possível ampliar o superávit fiscal, reduzir despesas e baixar  juros. Um pensamento há muito aguardado e que não expõe o país a riscos de desestabilização de sua moeda. Afinal a Selic permanece em 12%. Um patamar agressivo e suficientemente alto.
Todos estão assustados. Muitos não aceitam. Outros só não acreditam.
Olhando a questão por um outro lado, o que mais me chama a atenção é que os anúncios de ampliação do superávit primário, adicionados das declarações sobre a disposição presidencial de fazer cortes e ajustar as contas públicas, possam induzir novas e mais intensas entradas de dólares no país.
A credibilidade externa tende a aumentar e isso significa mais dólares entrando no país. A queda de 0,5% na Selic não altera significativamente a rentabillidade de ninguém e nem desistimula o ingresso de capitais especulativos.
Remanescem, sob o ponto de vista do comportamento dos preços no varejo, as preocupações sobre os reajuses alcançados por certas categorias e outros reajustes que já estão comprometidos. O crescimento da renda real pode trazer complicações. Mas a recessão mundial reduzirá o apetite de consumo da população. Também em relação ao crédito, precisamos da ação reguladora do governo central, impedindo novas ondas expansionistas e a inadimplência delas decorrente. Isso contribui, e muito, para o combate às elevações de preços. A cada 1% de queda no crescimento mundial, haverá uma redução de 0,65% no crescimento interno brasileiro, segundo as estimativas do mercado.
Vamos observar as reações e os comportamentos dos principais indicadores econômicos nos próximos dias para avaliar o acerto e a eficácia das medidas adotadas.

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