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sábado, 19 de novembro de 2011

Encerrando a semana

Fatos e interpretações se sucedem em velocidades diferentes
A atividade econômica no Brasil desacelerou fortemente no terceiro trimestre de 2011. O mercado de trabalho acusou o golpe, diminuindo, segundo o CAGED, o número de empregos formais ofertados. O saldo líquido de empregos criados em outubro é de 126.143 vagas. Em outubro de 2010, o mesmo  saldo líquido havia mostrado um total de 204.840 novas vagas. Portanto, a queda foi de 38,4% na comparação de outubro do ano passado com outubro desse ano. Em 2011, as contratações líquidas somam 2.241.574, evidenciando uma redução de 18,3% em relação aos dez primeiros meses de 2010. Mesmo assim o resultado é muito bom para um ano tão difícil como esse.
A inflação medida pelo IGP-10 desacelerou de outubro para novembro, subindo apenas 0,44%, ante 0,64% da medição anterior. Esse resultado  também pode ser atribuído, pelo menos em parte, à desaceleração da economia nacional. Entretanto, é curioso notar o comportamento contrário do IPC-Fipe, que acelerou para 0,59%, na segunda quadrissemana de novembro, ante os 0,53% do levantamento anterior. Embora sejam amostras diferentes, o resultado da FIPE pode estar antecipando algum movimento sazonal de final de ano.
A arrecadação federal atingiu a impressionante cifra de R$ 88,741 bilhões em outubro. Esse valor é um recorde para o mês, e está 9,0% acima do de outubro de 2010. Em relação a setembro deste ano, o crescimento foi de 17,66%. Esses recordes arrecadatórios ainda espelham o passado, pois existe uma defasagem natural entre o faturamento e a arrecadação. Para os próximos períodos é de se esperar que a arrecadação também refletirá a desaceleração da economia.
O índice Bovespa caiu na semana 3,10%. No ano, a queda é de 18,14%.
O dólar avançou em relação ao real, fechando a semana cotado a R$1,7830. Os exportadores já sentem certo alívio, mas é preciso que o real se desvalorize ainda mais ao longo dos próximos períodos.
Os Estados Unidos continua em plena safra de boas notícias. Nada que auorize um convencimento definitivo sobre sua recuperação. O índice de indicadores antecedentes, do Conference Board, apresentou alta acima da prevista. Esse índice mede a direção da economia para os próximos meses e subiu 0,9% em outubro, contra 0,1% em setembro. Não fosse o mau momento vivido pela Europa, o otimismo poderia tomar conta dos mercados.
Na Europa, persiste um forte ceticismo sobre as possibilidades dos líderes europeus solucionarem a crise das dívidas na região, evitando a contaminação do setor bancário europeu e o provável efeito dominó que se produziria sobre economia do mundo. O Banco Central Europeu tem feito a sua parte. Nessa semana compareceu nos mercados financeiros, comprando títulos da Itália e da Espanha no mercado secundário. Por outro lado, há sinais de que o Banco Central Europeu tenha alguma disposição de emprestar dinheiro ao FMI para financiar a ajuda aos países endividados.
Na Ásia, o governo chinês continua os esforços para minimizar a bolha imobiliária produzida naquele país, enquanto o Japão segue o caminho de sua mais recente recuperação econômica.
Foi uma semana mais calma que a anterior em termos dos fatos econômicos. Mas as preocupações, entre investidores, continuam gerando apreensões que podem eclodir na próxima semana.

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