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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A China uma vez mais

Para a China, “se passar flanela risca”
Dados do MDCI mostram que o quilo dos bens de consumo não duráveis aumentou de US$ 6,33 para US$ 7,44 nos primeiros sete meses de 2009. Os bens  de consumo duráveis aumentaram, nessa mesma base de comparação, de US$ 4,46 para 4,60.
Essa tendência dos preços parece consolidar-se por duas razões. a) pela evolução do processo de industrialização chinesa que, realmente, tem sido capaz de produzir produtos de maior valor agregado e de maior nível de sofisticação; b) porque a produção dos produtos chineses está submetida a custos mais altos pelas mudanças que a China vem promovendo em sua legislação trabalhista e tributária, e ainda, pelas pressões impostas as suas políticas monetária e cambial.
Essas relações caminham em direção a um terreno pantanoso. O impacto da demanda chinesa tornou esse país o maior mercado para as empresas brasileiras.
Para o Brasil, a influência mais direta se deu por  meio das exportações de commodities.
O preço desses produtos foi o principal fator para a transformação das contas externas brasileiras, vertente inicial do crescimento econômico brasileiro.
Portanto, a essa altura, uma eventual deterioração no quadro econômico chinês  seria muito danoso à economia nacional e esse é o problema central que precisa ser tratado com urgência.
Sobretudo porque há dúvidas sobre a sustentabilidade da atual política de incentivos fiscais e financeiros adotada pela China em seu pacote de recuperação econômica.
O principal risco vem da área de créditos que, concedidos de forma tão agressiva pelos bancos oficiais chineses, podem embutir uma deterioração de sua qualidade.
Nessa hipótese, dado o volume elevado dos empréstimos, a inadimplência pode pedir medidas corretivas que levariam o país a uma redução do nível de seu crescimento.
A dimensão da economia chinesa é de tal sorte, que reduções, mesmo que moderadas, de seu ritmo de crescimento, podem levar impactos relevantes nos mercados globais e, principalmente, nos preços das commodities. Para o Brasil, isso traria impactos muito negativos.
O Brasil já apresenta uma tendência preocupante em relação à expansão de seus déficits externos para os próximos períodos. Déficits dessa magnitude obrigarão à redução de nossas taxas de crescimento.
Em função dessas tendências mais recentes, caberá ao governo brasileiro uma rápida ação no sentido de mitigar os riscos embutidos no comércio com a China: estabelecer políticas que reduzam as pressões de valorização do real; estabelecer políticas de estímulos às exportações; e, por fim, estabelecer política industrial e tecnológica que aumentem, de forma expressiva, o fator agregado de nossas exportações.

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