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sábado, 25 de fevereiro de 2012

A semana no Brasil acabou “bem”

Os mercados parecem se acalmar a partir da sabedoria popular.
No Brasil, criou-se uma espécie indicadores populares sobre a economia nacional. Querem saber se a bolsa vai bem e se o real vai mal. Se a resposta for sim, o país vai bem. Dólar em queda e real em alta significam que está entrando muito dólar e que a aversão a risco diminuiu. Se a bolsa sobe, é porque o investidor internacional voltou e que a economia vai caminhar mais depressa, garantindo emprego e renda.
Não há como negar que a sabedoria popular tem sua razão, embora despreze algumas outras consequências dos fatos que  analisa e simplifica em excesso a realidade que observa.
Mas, essa semana foi exatamente assim no Brasil e há uma calmaria ingênua nos nossos mercados.
O índice Bovespa encerrou a sexta-feira com valorização de 0,19%, mesmo com um volume das operações inferior à média. Na semana, período de nossa análise, o índice acumulou perda de 0,39%.
Quanto ao dólar, a apreciação como uma tendência incontrolável. Caiu ontem 0,29%, cotado em miseráveis R$ 1,7060. O Banco Central continua intervindo no mercado para evitar a apreciação de nossa moeda. Fez, nessa sexta-feira, dois leilões e nem assim impediu a queda. Com isso, a competitividade nacional mantém  baleada, embora na visão popular, o país vá bem.
As autoridades econômicas, sob argumentação de que o câmbio é flutuante, não conseguiram até hoje imaginar alguma política econômica capaz de transformar essa terrível ameaça em uma grande oportunidade para nossa economia, revertendo e corrigindo o valor da moeda nacional.
O que importa para os consumidores é o curto prazo. E outra vez é o que os indicadores estão apontando. Sondagem da FGV publicada ontem revela que, em fevereiro, o índice de confiança do consumidor avançou de 2,9%, alcançando os 119,4 pontos. Fica um pouco esquecido e muito minimizado, o indicador de desempenho industrial do CNI. Essa sondagem mostrou que a produção industrial está em retração. Atingiu os 45 pontos, ante  42,6, no mês anterior. Houve realmente um pequeno avanço em relação a janeiro, mas o nível de utilização da capacidade instalada caiu para 69%, contra os 72% apurado para janeiro.
Com esses dados sobre o desempenho industrial e com o dólar tão fraco, boa parte da indústria nacional exauriu-se, fechando o lamentável quadro de sucateamento produtivo. Fomos um país com uma economia muito diversificada. Hoje produzimos commodities. E a sabedoria popular ainda não se deu conta de que, na defesa do emprego e da renda, a indústria não pode perder expressão em nossa economia. 

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