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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Previsões sobre comportamento de preços foi sempre uma dificuldade para analistas

Petróleo e dólar estabelecem
linhas paralelas para evolução
de seus preços
Vínhamos insistindo na idéia de que o aumento nos preços do petróleo provocaria uma tendência à valorização da moeda norte-americana. O rigoroso inverno norte-americano provocou o aumento da demanda. É nona alta consecutiva. O preço do barril de petróleo do tipo WTI, com vencimento em fevereiro, subiu 0,3%, cotado a US$ 81,76 na Bolsa de Mercadorias de Nova York . O barril do tipo Brent, com vencimento em fevereiro, avançou 0,6%, negociado a US$ 80,58 no ICE Exchange de Londres. Em ambas as bolsas, o preço já ultrapassou os US$ 80,00/ barril.
Nessa altura, na nossa previsão, o dólar deveria apresentar uma tendência de valorização em relação às demais moedas, no mercado financeiro.
Foi o que aconteceu.
No Brasil, o dólar avançou 0,70%, a R$ 1,733 na venda. De início, atribui-se essa alta à divulgação de dados contraditórios sobre o desempenho da economia norte-americana. Em novembro passado, apesar do volume de encomendas à indústria registrar crescimento de 1,1% na comparação com o mês anterior, o índice que avalia a compra e a venda de contratos de casas nos EUA teve queda 16%. Convenhamos que a queda de contratos no setor imobiliário pode ser apenas sazonal. Estamos no inverno. O que interessaria saber é o comportamento desses contratos em relação a igual período do ano anterior. Comparar números com novembro de 2008, em meio àquelas turbulências, é também absolutamente desprovido de sentido. Portanto, esse dado não tem significado decisório algum para justificar a alta.
Na Europa, os dados econômicos também vieram, aparentemente, com direções contrárias. O índice de preços ao consumidor nos 16 países que compõem a zona do euro registrou inflação anual de 0,9%, caracterizando o nível mais alto em 10 meses. Já o desemprego na Espanha cresceu 25% em 2009, ante o ano anterior. Gravíssimo, sem dúvida, mas só para a Espanha.
Convenhamos, mais uma vez, que a Espanha estar como está não é novidade para ninguém. E, portanto, não também não justifica a alta da moeda.
Concluindo, o dólar vai se valorizar em razão do aumento de sua procura para pagar o petróleo mais caro. O resto são explicações precipitadas de analista frente às dificuldades em compreender as questões de preços na economia. Dificuldades que se impõem a todos nós.

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