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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Um clássico da política francesa

Idiossincrasias francesas no entendimento
do público e do privado?
Na imprensa francesa parece haver uma unanimidade. A superação da crise mundial foi obtida pela rápida intervenção dos estados nacionais, socorrendo suas economias e garantindo a liquidez de seus sistemas financeiros, por meio da liberação de enormes quantias a bancos e aos setores industriais, comerciais e pela manutenção do crédito ao consumo das famílias. Nesse particular, aos Bancos Centrais de todo mundo são creditados os maiores e mais preciosos esforços, embora se reconheça que suas ações promoveram uma situação de liquidez excessiva e perigosa.
Tudo vai ao gosto do espírito socializante francês. Nessa sociedade os problemas individuais têm suas soluções delegadas ao estado que, pela sua capacidade de endividar-se e de arrecadar impostos dos próprios cidadãos, assumem, por meio de seus políticos, o compromisso de produzir alternativas de encaminhamento em suas políticas públicas. As demandas sociais se ampliam desmesuradamente. Basta ver a deterioração das cidades grandes e médias francesas, seus conflitos e a ampliação da miséria entre as camadas menos favorecidas dessa sociedade. A competitividade está sendo posta em jogo e, um conjunto de paradigmas recentes, questionado. Ao estado reserva-se um número maior de tarefas que acabam  exercidas, naturalmente, a custos mais altos.
Os reformistas liberais estão silentes. Mas, nos bastidores, ampliaram muito seus esforços para impedir o avanço das regulamentações, sobretudo, no sistema financeiro europeu, onde o pensamento liberal é predominante. Aqui não se pode falar em reformas, regulamentações e controles.
A sociedade reage fortemente ao conservadorismo desses reformistas de plantão. A imprensa repercute essas reações pelas mídias leigas e especializadas. Um prato cheio para nosso aprendizado. Um campo novo para nossas práticas empíricas de observação do fato social e dos embates 0políticos decorrentes.
Vamos aguardar o desfecho para, depois, entendermos o sistema decisório dessa sociedade desenvolvida e os pesos e contrapesos dos atores políticos
existentes nestes embates sobre o tamanho do estado francês.

Pelo que imagino, temos uns bons cinco anos pela frente até as decisões se consolidarem, um bom tempo para observarmos e entendermos as novas tendências que hão de emergir desses conflitos. Academicamente desafiador. Empresarialmente decisivo para um mundo de tanta diversidade nas formas de organização dos estados nacionais.

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