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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Um exemplo estimulante para ampliar a poupança e o investimento nacionais

China criou 11 milhões de novos empregos,
em 2009, em suas áreas urbanas
O título já mostra o foco nas cidades e não no campo. Isso me faz pensar se vale à pena manter o esforço de insistir tanto nas negociações de produtos agrícolas, dando origem a um país-fazenda chamado Brasil.
Nossa produção agrícola é vendida como commodities. Com todas as ciclotimias de preços e problemas decorrentes de suas elasticidades. São produtos de baixo fator agregado e que muitas vezes não podem pagar salários justos. Foi o caso da laranja, em 2009. A caixa de 40 Kg esteve girando em torno de R$ 3,50 até R$ 4,50. Seu custo de produção esteve a R$ 10,00. Impossível pagar grandes salários. Não é à toa que a renda do trabalhador rural é menor que a do trabalhador urbano. Pior, a mecanização da estrutura produtiva vai desempregar a mão de obra desqualificada no agronegócio. Que vamos fazer com ela? Favelizar nossas cidades?
A China criou aproximadamente 11,02 milhões de novos empregos em áreas urbanas em 2009, mais de dois milhões acima das metas do governo chinês, segundo informa o Ministério de Recursos Humanos e Segurança Social. Um bom resultados para repensarmos nossa política de emprego.
Acentuo, então, a necessidade de estimular a formação de poupança nacional. Poupamos, governo e população, muito pouco internamente. Talvez aqui esteja o maior dos papéis que nosso sistema financeiro desempenha. Ficamos invariavelmente na dependência de capitais externos. A realização dos sucessivos orçamentos nacionais consagra crescimentos de custos sempre proporcionalmente maiores que os crescimentos de investimentos. A pretexto de não produzir déficits, cortamos ou retardamos investimentos. Nossa infr-estrutura deteriora-se. O custo Brasil sofre novas elevações.
O esforço chinês é feito para reduzir a taxa de desemprego urbano, que hoje está em 4,3%, segundo dá conta o mesmo Ministério. Penso que uma definição das vocações regionais e o estímulo seletivo a atividades compatíveis com tais vocações pudessem melhorar nossas taxas de desemprego, que são o dobro das anunciadas pela China. Mas isso vai requerer a ampliação da poupança nacional e o destravamento dos investimentos no Brasil.

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