Banner

Translate

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Recuo na hora errada

O Brasil no Mapa da Competitividade Global em 2010
A última edição do Relatório da Competitividade Global, publicado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial - www.weforum.org-, aponta um recuo brasileiro de duas posições no ranking da competitividade global em 2010. O país caiu da 56ª para a 58ª posição. Na América Latina, o Chile ocupa o 30o lugar, Porto Rico o 41º e o Panamá (53o). Entre os BRICs, o Brasil supera a Rússia que está na 63ª posição. A China ocupa o 27º lugar e a Índia o 51º.

A queda pode ser explicada apenas por aspectos institucionais. O ambiente e a cultura de fazer negócios no Brasil são percebidos como muito deteriorados. Os avanços, no plano jurídico-institucional, feitos nos últimos anos, são tidos como insuficientes. Não foram bastantes evoluir nas práticas empresariais, a criação do novo mercado financeiro ou a consolidação da estabilidade monetária. O país sofreu suas piores avaliações em itens como tributação, regulamentação governamental, a qualidade do ensino fundamental, da infra-estrutura, corrupção, desperdício nos gastos do governo, confiança nos políticos e na Justiça. Aliás, é de se admirar que, diante disso tudo, mantenha-se um fluxo tão grande de investimentos externos diretos.
Quanto à baixa qualidade da infra-estrutura do país, a crítica aponta para seus efeitos sobre os custos mais altos de logística e padrões ineficientes de comércio inter-regional e internacional, agravando a os preços do produto nacional. As estimativas apontam para uma necessidade de investimentos anuais de 5% do PIB, para que o Brasil possa crescer a taxas elevadas de crescimento sustentado, sem gargalos na infra-estrutura.
O Relatório destaca ainda que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não logrou alcançar sequer 50% das metas a que se propôs. Quanto aos investimentos, o Relatório ainda reprova o fato de a maior parte do financiamento ter sido destinada à habitação e não para a melhoria da infra-estrutura física do país.
Como se vê, as críticas apontam para a permissividade política e para a capacidade gerencial do governo. Para nós, parece não haver novidades maiores, até porque já nos acostumamos com tantas mazelas. Entretanto, sustentar nossas ambições de crescimento exigirá o desenvolvimento de uma cultura e de novas práticas de gestão. A ênfase deve ser dada aos problemas institucionais e ao aperfeiçoamento de nosso ordenamento jurídico, de maneira a garantir maior segurança aos investimentos e às iniciativas empreendedoras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário