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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ainda não foi dessa vez

Nos EUA, dados econômicos decepcionam
A divulgação de alguns dados sobre o desempenho da economia norte-americano mostra que a recuperação vai ser realmente lenta. Exigirá dos investidores uma redução de suas expectativas e o exercício continuado de suas paciências:
1) O setor imobiliário apresentou-se abaixo do esperado. O indicador da Standard & Poor's apontou recuo de 0,8% nos preços dos imóveis no mês de outubro. O mercado atribui essa queda de valor ao excesso da oferta de imóveis. A demanda permanece baixa e não responde aos estímulos financeiros do governo central.
2) A confiança do consumidor também ficou abaixo das previsões para o mês de dezembro: 52,5. Esse número também é menor que o registrado em novembro.
Em sentido contrário, as vendas nas lojas de varejo, na semana do Natal, foi 4,8% maior que na mesma semana do ano anterior. Portanto, há uma reação que não pode ser negada, embora ainda contida pelas duras lições que a crise deixou a esse consumidor.
Os preços dos Treasuries encerraram a sessão dessa terça-feira em queda. Essa queda não parece refletir nada além da excessiva oferta de notas públicas no segundo Leilão dessas notas. O governo vendeu US$ 35 bilhões, com vencimento em 2015. Essas notas alcançaram um yield de 2,149%, bem maior que o yield de 1,411% do leilão realizado em novembro. Portanto, a queda do dia pode ser atribuída ao excesso de oferta.
No Brasil, o indicador riscos-País subiu 3 pontos-base. Dessa vez não seria prudente culpar a instabilidade internacional. Hipótese melhor para essa queda é a divulgação de um superávit primário brasileiro de R$ 1,093 bilhão em novembro, muito aquém dos meses de outubro, com R$ 7,7 bilhões, e de novembro do ano anterior, com R$ 10,7 bilhões. A queda também pode ser atribuída à possibilidade de a meta para o superávit dessse ano não vir a ser atingida. O ministro da Fazenda reconheceu a possibilidade da meta, fixada anteriormente para o superávit primário, em 3,1% do PIB, não ser atingida esse ano.
A título de curiosidade, o petróleo mantém sua tendência de alta. A cotação do barril do petróleo Brent, em Londres, alcançou ontem US$ 94,38, subindo 0,56% em relação a segunda-feira. Para o contrato com vencimento em fevereiro, negociado em Nova York, a cotação foi de US$ 91,49 por barril. Alta de 0,54% em relação ao dia anterior. Os estoques mundiais estão baixos.
Como não há sinais mais evidentes de recuperção econômica internacional, melhor será adotar no Brasil uma estratégia defensiva. Cortar no custeio e cresceer os investimentos. Óbvio, não?
Confira a redução do superávit primario nacional no site:
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/hp/relatorios_divida_publica.asp

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