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quinta-feira, 4 de março de 2010

Investimentos brasileiros no exterior

Brasil como investidor externo direto.
Diferente, não?
O investimento direto brasileiro no exterior deve, em 2010, iniciar um processo de crescimento, mesmo que lento. Naturalmente, estou falando dos investimentos que se enraízam na economia estrangeira, chamado também de investimentos produtivos; ou seja, compra total ou de participação parcial de uma empresa no exterior, investimentos na criação ou expansão de empresas no exterior, modernização nessa planta ou os gastos de desenvolvimento de produtos, etc.
Em 2008, esse valor foi de US 20 bilhões de dólares. Claro que, com o dólar muito baixo, exportar do Brasil ficou difícil e produzir no exterior tornou-se mais atrativo. Sobretudo, em países que ofereceram condições tão privilegiadas ao empresariado como, por exemplo, a China: moeda muito desvalorizada, mão de obra barata, incentivos fiscais, financeiros, etc. Essas circunstâncias estimulam investimentos em países como esse, pois acabam oferecendo condições competitivas muito robustas em relação àquelas oferecidas pelo Brasil. As condições brasileiras supõem juros elevados (custo do capital), mão de obra, com encargos sociais também muito altos, custo tributário excessivo e deficiências gravíssimas na infra-estrutura. Daí porque muitos os empresários passaram a investir no exterior. Um processo de internacionalização natural, mas estimulado pelas condições macroeconômicas adversas oferecidas pelo Brasil a seus empresários.
Com a crise mundial, a demanda do mundo caiu muito, os preços também. O lucro da operação internacional, como consequência, reduziu-se muito. Ademais, a situação nesses países também mudou. Alguns tiveram que ajustar seu câmbio a níveis mais realistas, o crédito tornou-se escasso e mais caro, com juros e spreads em alta e, finalmente muitos, como a China, viram-se obrigados a aumentar sua carga tributária. Tudo isso explica a queda dos investimentos brasileiros no exterior.
2010 deve inaugurar uma inversão lenta desse quadro. O mundo ensaia uma recuperação, o real parece ter uma tendência de enfraquecimento e as commodities mantem-se em um bom patamar de preços. Por outro lado, o processo de internacionalização não é facilmente reversível. Pode ser retardado, mas envolve o comprometimento com contratos de longo prazo, já assinados. Portanto, é de se esperar que o fluxo de capitais em relação ao exterior se amplie ou que os valores correspondentes às exportações sejam mantidos no exterior, e não repatriados para o Brasil, com a finalidade de serem investidos no exterior.
Como o mundo está muito líquido as empresas deverão captar lá fora, usufruindo de juros menores. Mão de obra, encargos e a carga tributária continuarão a pesar nessa decisão.

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