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quinta-feira, 18 de março de 2010

Buscando alternativas mais criativas

Banco Central não é espectador. Nem player.É regulador
Regulamentar e intervir fazem parte do papel dos estados para harmonizar a vida social. Os bancos centrais não são exceção. Em cima do muro nada se resolve. Decidir implica encaminhar soluções.
Subir o juro protela investimentos produtivos, gera recessão, desemprego, derruba a renda. Apenas atrai capital especulativo e valoriza artificialmente a moeda local. Prejudica, portanto, a atividade exportadora.
A solução, então, pode estar no contingenciamento seletivo do crédito. Preservam-se os créditos agrícolas, industriais e imobiliários, quando voltados à ampliação ou modernização da atividade produtiva. Outras modalidades de crédito terão seus prazos reduzidos, de forma diferenciada e coerente com a política industrial e de exportação. O BNDES tem condições de formular a proposta e submetê-la às nossas autoridades.
Quanto aos juros, quero reafirmar minha posição favorável a medidas que dêem apoio à retomada econômica e à redução dos níveis de desemprego. Tudo por meio da redução da liquidez. Se a injeção do 13º salário e dos aumentos de salário-mínimo promovem um excesso de moeda, vamos reduzir esse excesso pela redução do crédito e não pelo aumento da taxas de juros.
O maior problema atual não é a inflação. Ela ainda está controlada. Temos é que cuidar do déficit externo. Sugiro uma política de tributação de bens primários exportáveis e de incentivos ao aumento do fator agregado do produto exportado. Que tal uma política industrial para isso, distanciada do discurso sobre a inovação? Políticas de inovação devem ser implantadas, mas seus resultados são sempre demorados. Precisamos resolver o problema atual.
Já é bem o momento de os produtores nacionais de sucos concentrados de laranja substituirem essa exportação pela exportação de sucos brasileiros prontos para o consumo. Com marca própria. Exportar madeiras deve ser tributariamente penalizado por altos impostos. Vamos manufaturar a madeira antes de exportá-la. Não estamos sequer falando de alta tecnologia. São processos iniciais na cadeia produtiva que podem multiplicar algumas vezes o valor de nossas exportações. Medidas como essas promovem a ampliação dos níveis de emprego e dos salários, que, no fundo, serão pagos pelo consumidor estrangeiro.
Sinceramente, acho que o Banco Central mais uma vez não errou.

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