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terça-feira, 31 de agosto de 2010

FMI revisita a economia brasileira

A recomendação para o Brasil no receituário do Fundo prevê reformas estruturais.
O receituário envolve principalmente a reforma dos gastos do setor público e dos sistemas de aposentadoria e previdência pessoal. Os objetivos das reformas propostas são a de permitir ao país a ampliação de sua produtividade e de sua competitividade. Mas não ficaram esquecidas as recomendações sobre novas medidas que pudessem estimular o aumento da poupança interna.
O FMI concorda com a política monetária centrada em ancorar as expectativas inflacionárias e também admite que o regime de taxa de câmbio flexível tem sido útil ao país. Muito embora expresse a preocupação de seus técnicos com a sobrevalorização da taxa de câmbio real, no Brasil.
Embora reconhecendo a necessidade de taxação temporária das entradas de capital para investimento de carteira, o fundo sugeriu a substituição dessa estratégia, no longo prazo, por outra, que combinasse o aperto na política fiscal, taxas de juros mais baixas e medidas prudenciais.
Em relação aos efeitos da crise financeira mundial, o Fundo voltou a afirmar que o Brasil superou a crise mundial muito mais rapidamente do que a maioria das outras economias, em função de ações oportunas das autoridades econômicas, que contiveram os efeitos negativos da crise sobre o país e que alicerçaram a recuperação. Nesse sentido, a qualidade do sistema financeiro nacional foi reconhecida como elemento central para essa recuperação.
Para não perder seu perfil liberal, o relatório reforça o desempenho notável do Brasil, entendendo que sua sustentação foi possível ela robusta política econômica, baseada na responsabilidade fiscal, na flexibilidade do câmbio e no regime de metas para a inflação. Não faria mal a esses senhores reconhecer, em toda sua profundidade e extensão, as políticas anticíclicas adotadas, com a recuperação do papel do estado e de uma dose de heterodoxismo a que o país se lançou. Isso não lhes diminuiria, por si só. Claro que trabalhar para ampliar o consumo e a renda nunca constou de suas melhores receitas. Ao contrário, suas cartilhas sempre preconizaram medidas recessivas, cujo ápice pode ser encontrado no Consenso de Washington. Distribuir renda, ampliar crédito, garantir a expansão do consumo era proibido. Mas deu certo. Esse espaço foi reivindicado por um presidente anterior, que ao criar o conceito de governança progressiva, pedia, com a firmeza de sua voz, espaço, nessas cartilhas liberais, para a realização de políticas sociais conducentes às reduções das desigualdades que se agravavam, de forma contundente, àquele tempo.
Por fim, advertiu que o aumento da pressão sobre os fatores de produção e a maior complexidade da política monetária, na esteira de uma forte entrada de capitais, requererá uma combinação de políticas econômicas cuidadosamente calibradas para preservar a estabilidade financeira e macroeconômica.
Um bom conselho, sem dúvida. Mas muito tardio para quem tem sofrido apreciações excessivas de sua moeda e tem sido obrigado a praticar taxas de juros escorchantes, tal qual o presidente anterior praticou.

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