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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Desconcentração no sistema financeiro?

Bancos médios podem crescer.
Veículo: DCI   -   Fernando Teixeira   -   Data: 05/08/10
Em alta, bancos médios podem virar grandes
SÂO PAULO - Os bancos médios, embora não apresentem números bilionários como os dos gigantes do setor, mostram força na atual safra de balanços. Um dos exemplos é o Banco Sofisa que apresentou aumento de 194% do lucro, segundo balanço divulgado ontem. O banco Mercantil do Brasil não deixou por menos e relatou lucro recorde de R$ 120 milhões no semestre, aumento de 569% em relação ao semestre do ano passado
Na mesma linha, o Daycoval apresentou lucro líquido de R$ 64,2 milhões no segundo trimestre do ano, alta de 17,4% na comparação com o trimestre anterior. No acumulado do ano, o lucro líquido atingiu R$ 118,8 milhões, 37,3% superior em relação ao mesmo período de 2009.
Na visão do professor de Economia e diretor da Fractal Instituto de Pesquisa Celso Grisi, alguns bancos já podem romper a barreira que separa bancos médios de grandes. "Existem clientes e segmentos de rendas que constituem públicos para novos bancos. O mercado cresce e mais bancos podem entrar."
Sem arriscar nomes, Grisi analisa que é "apenas" uma questão de tempo para o segmento de pessoas jurídicas demandar tratamento especializado e bancos deste segmento emergirem como grandes no cenário nacional. "Os bancos estão grandes o suficiente para fazer operações de grande escala no mercado. Logo precisarão trabalhar com novos segmentos também."
Entre os principais fatores que podem levar bancos médios a mudarem status no mercado, Grisi destaca o crescimento da renda e da própria população. "Já existe demanda para operações de valor agregado maior, como previdência, seguros, empréstimos de maior valor."
Para ele, a classe média já começa a buscar financiamentos para trocar a casa própria por imóveis maiores. "Há ainda espaço para grandes operações imobiliárias, como abertura de capital de grandes conjuntos habitacionais, por exemplo."
Quanto aos resultados, o diretor do Instituto Fractal acredita no bom potencial de crescimento do crédito nos bancos brasileiros de médio porte. "Novas melhorias no índice de qualidade de ativos devam ocorrer. Bancos de médio porte são beneficiados pela retomada do crescimento do crédito no setor, motivado pelo segmento de pequenas e médias empresas (PMEs) e pelas menores necessidades de provisões em virtude da melhoria na qualidade dos ativos", reforça.
Ele aposta em que os fortes índices de capital e a sólida liquidez devem continuar a sustentar o crescimento do crédito. "As carteiras de crédito do universo de bancos de médio porte devem crescer na faixa de 15% a 40% no exercício 2010."
Para ele, os riscos de redução das carteiras estão associados aumentos nas taxas de juros e o possível aperto na captação.
Para o segundo semestre, Grisi destaca que as posições de liquidez no universo de bancos de médio porte continuarão sólidas. "São sempre preocupantes a disponibilidade e os custos crescentes das fontes de captação, especialmente para os bancos desse segmento, que têm mais dependência de cessões de crédito e depósitos a prazo DPGE [Depósitos com Garantia Especial]. Portanto, vamos ficar de olho nisso."
O professor de Finanças da Brazilian Business School (BBS), Ricardo Torres, também acredita em bons resultados nos balanços."O crédito deve ser o fio condutor. O crédito pessoal e para veículos cresceram muito no segmento. Os spreads para operações segmentadas são excelentes."
Novos bancos
"Tranquilamente poderíamos ter mais dois bancos de varejo até no próximo ano. Não haveria dificuldade para emplacar", afirma o economista Celso Grisi.
Segundo ele, bancos chineses já pensam na possibilidade de abrirem filiais no Brasil. "Já redes europeias precisariam organizar seus índices de Basileia, antes de aportarem no Brasil."
Na mesma linha de pensamento, Ricardo Torres diz não ser impossível a migração de bancos médios para grandes. "Seria preciso fazer associações com bancos internacionais ou fusões."
Na visão do vice-presidente do banco Mercantil do Brasil, André Brasil, os grandes bancos brasileiros são de porte universal. "Não há como bancos médios se igualarem. Os médios como o BMG são líderes onde atuam."
Os bancos médios, embora não apresentem números bilionários como os dos gigantes do setor, mostram força na atual safra de balanços. Um dos exemplos é o Banco Sofisa, que apresentou aumento de 194% do lucro, segundo balanço divulgado ontem. O banco Mercantil do Brasil não deixou por menos e relatou lucro recorde de R$ 120 milhões no semestre, aumento de 569% em relação ao 1º semestre do ano passado.
Na próxima semana, são aguardados os resultados de instituições como BicBanco, PanAmericano, Cruzeiro do Sul, Banrisul e ABC Brasil.
Com os números apresentados no primeiro semestre, analistas do setor já colocam estas instituições em patamares próximos aos de grandes bancos que atuam no País. Na visão do professor de Economia e diretor da Fractal Instituto de Pesquisa, Celso Grisi, alguns bancos já podem romper esta barreira. "Existem clientes e segmentos de renda que constituem público para novos bancos. O mercado cresce e esses bancos vão crescer junto."
Grisi analisa que é apenas uma questão de tempo para o segmento de pessoas jurídicas demandar tratamento especializado e bancos deste segmento emergirem como grandes no cenário nacional. "Estes bancos já estão grandes o suficiente para fazer operações de grande escala no mercado. Logo precisarão trabalhar com novos segmentos também."
Celso Grisi aposta em que os fortes índices de capital e a sólida liquidez devem continuar a sustentar o crescimento do crédito. "As carteiras de crédito do universo de bancos de médio porte devem crescer na faixa de 15% a 40% no exercício de 2010." O Daycoval apresentou lucro líquido R$ 118,8 milhões no semestre, 37,3% superior em relação ao mesmo período de 2009.
O vice-presidente do Mercantil do Brasil, André Brasil, afirmou que a instituição já teve de rever seus planos de crescimento para este ano. "Tivemos de rever nosso crescimento. Projetávamos 21% e já crescemos 19%. Revimos para 42%", conta o executivo.
Recentemente, o banco ganhou uma licitação promovida pelo INSS para pagamento de aposentadorias e pensões. Isso impulsionou a carteira de clientes do banco, e também a de crédito consignado. A carteira de crédito total do Mercantil atingiu R$ 5,016 bilhões no fim do mês de junho, um crescimento de 19% em 12 meses.

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