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domingo, 1 de agosto de 2010

Europa repensa sua governança

O futuro da moeda européia.
Os movimentos políticos dos últimos 60 anos na Europa mostram a arraigada convicção, de seus povos e de seus representantes, na manutenção da união dos estados em torno de instituições transnacionais, para induzir a criação do estado europeu. Esse sonho de uma Europa única já foi tratado como a maior de todas as utopias políticas de nossos dias. Pouco a pouco o sonho tomou forma e a utopia transformou-se em realidade próxima e quase acabada.
As crises de 2008 e 2009 foram testes definitivos à moeda e à determinação em alcançar esse objetivo pela negociação dos interesses de cada uma das partes.
Na base do esforço para preservar o projeto europeu estão as muitas lembranças que duas grandes guerras deixaram a perdedores e vencedores. Guerras fratricidas que negaram a racionalidade humana no século passado e que não podem ser reeditadas a nenhum pretexto. Nascem desses episódios a certeza sobre a necessidade de um modelo de governança, indutor de práticas orçamentárias sadias para cada um dos estados-membros, e que evitem o crescimento desordenados das dívidas internas nacionais e de seus respectivos déficit públicos. Nesse sentido, o Banco Central Europeu necessitará de maior autonomia, recebendo as delegações necessárias para regulamentar, fiscalizar a vida monetária e financeira da região, prestando apoio a situações específicas, e punindo infringiências aos princípios determinados pelo consenso das instituições européias. Limites precisam ser estabelecidos para dívidas e déficits nacionais. Benefícios sociais precisam ser harmonizados para tornarem-se sustentáveis e não comprometerem, pela sua exacerbação, o bem estar social. A política de rendas e de previdência precisam ser repensadas. A imigração também necessitará de regulamentações que alcance toda a região. A clandestinidade, de início interessante pela redução dos custos de produção, em função dos baixos salários pagos, traz sobrecarga fiscal em momento posterior.
O europeu não ignora a importância de seu mercado de mais de 360 milhões de consumidores. Também não ignora o poder aquisitivo desses consumidores que faz desse o maior mercado mundial. Tem a consciência de que a moeda única permitiu o boom do intercâmbio comercial entre os países da região. A recuperação econômica deverá ser alcançada por medidas fortes, mas sempre negociadas.
O aprendizado, extraído de suas histórias, garantirá a esses povos meios éticos e eficientes para o alcance de seus fins.

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